terça-feira, agosto 12, 2008

A casa mal-assombrada

Eu não sei se foi uma boa idéia. Uma história sobre uma casa mal-assombrada.Simplesmente pensei: "não tenho idéia do que escrever. ah, escreverei alguma histórinha idiota de terror, deve ser o mais fácil". Pois saibam que não é tão fácil assim. Ou parece alguma coisa muito infantil, ou minha visão distorcida das coisas transforma todos os personagens em loucos, usuários de drogas alucinógenas.

Na verdade, acho que escrever sempre é muito difícil. Tanto, que faz um bom tempo que eu não escrevo por aqui. Achei que depois da viagem, iria voltar cheio de idéias, histórias e com a mente resolvida.E embora de certa forma isso tenha acontecido, estou desempregado, não sei o que fazer em casa, e minha semana se resume às três cadeiras que faço na faculdade.Aí as coisas ficam rodando em minha cabeça. Um turbilhão de idéias e histórias que não sei como utilizar, então elas passam a ser idéias inúteis.

Levantei do computador, e fui pegar uma água. No caminho, pareci enxergar um vulto na sala. O coração dispara, você sente um frio tremendo no estômago, e as pernas ficam aterrizadoramente estranhas. Parece que se você for precisar usá-las num momento desses, está fudido. Olhei para o lado. As pessoas sempre dizem: "como os caras são burros nos filmes, eles sempre vão atrás das coisas ruins!". Mas é incrível. Você precisa confirmar.Não pode simplesmente passar reto, e não ter a certeza de que você viu ou não alguma coisa estranha.

Fiquei parado. Queria correr, mas não saía dali. A luz da lua entrava pela sala, e a sombra que as árvores do lado de fora projetavam, tornavam tudo muito incerto. Eu podia jurar que tinha alguém sentado no meu sofá, mas as vezes as árvores balançavam, e aquilo simplesmente sumia. Não sei quanto tempo durou tudo isso, mas pareceu uma eternidade. Nada daquilo parecia fazer sentido. O silêncio foi quebrado, por uma voz suave e angelical.

-Olá...

Trêmulo e gaguejante, sussurei um olá quase que imperceptível.

-Sente-se, jovem rapaz.

Sentei, e fiquei imóvel. Não conseguia enxergar o quê estava falando comigo. Isso que não estava nem há 2 metros daquela coisa.

-Sei que você está se perguntando, sobre quem sou eu, ou que espécie de coisa eu sou. Mas na verdade, não é isso que realmente importa neste momento. Eu poderia ser o papai noel, jesus cristo, ou a porra de um fantasma qualquer.O que importa aqui, é " quem é você?"

Não preciso dizer, o quanto é estranho você topar com uma criatura na sala de sua casa, e ter que responder uma coisa dessas. Claro, que filosoficamente falando, essa pergunta é extremamente difícil de responder, mas nessas circunstâncias fica impossível. Não saiu nem uma palavra de minha boca. O vulto, pareceu ajeitar-se no sofá, e calmamente levantou. Estava inquieto. Ele precisava de uma resposta, e eu não sabia o que dizer.

Começou a andar ao redor de mim, e aquilo me deixou maluco e assustado.Consegui falar pela primeira vez:

-O que você é? Quem você quer que eu seja? O que você está fazendo na minha casa?

-Eu não sou NADA. Assim como você, que deveria melhorar seus contos de terror...

Ele sumiu, e decidi nunca mais escrever histórias sobre fantasmas, ou casas mal-assombradas...






PS:eu tentei pessoal, juro que tentei...

2 Comments:

Blogger Unknown said...

quase um Stephen King, hein, Dé!
aliás, falando nele, lembrei de uma antológica frase do cara: "as pessoas me perguntam por que eu escrevo coisas tão brutas. gosto de dizer que tenho um coração de menino... que está guardado num vidro em cima da minha escrivaninha."

8/12/2008 9:26 PM  
Blogger nikieseuboné. said...

ahahhahahahahahahahahahahahahaha

8/12/2008 11:28 PM  

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