segunda-feira, dezembro 01, 2008

Pequenas histórias curtas II

pequenas histórias curtas I - http://nikieseubone.blogspot.com/2008/10/pequenas-historias-curtas.html


Conversas de bar são gozadas. Têm uma particularidade interessante. Muitas vezes, quanto maior o número de garrafas vazias na mesa, os diálogos encaminham-se para um tema conspiratório. Grandes corporações dominando as massas, a corrupção, em quem confiar?? existe alguém confiável?

Esse mundo acabou se transformando em algo inexplicável. Pessoas correndo atrás do relógio, bandidos correndo com relógios roubados. Policiais que facilitam isso tudo, coreanos com relógios falsificados.

Um ciclo vicioso constante. Todos precisam inflingir as leis para conseguir algo. É preciso conhecer pessoas importantes, que provavelmente também vão sair ganhando com falcatruas. É preciso SER importante, TER muito dinheiro.

E o pior é que estou cansado disso e de falar sobre isso. Escrevi muita coisa à respeito e já estava ficando um pouco chato. Mas isso tudo me fez lembrar uma conversa de bar que tive esses dias, com alguns amigos em Porto Alegre. Uma dessas conversas interessantes que acabou em conspiração.

Estávamos preocupados (e ainda estamos!)) com aquelas coisas que estavam acontecendo em Santa Catarina. As imagens, as notícias. Pensamos também em nosso amigo escritor desse blog, Niki, que reside em Florianópolis - SC.

É de se assustar aquelas imagens. Mortos, casas soterradas, pessoas invadindo supermercados atrás de alimentos e água potável. César disse:

- Sabe pessoal, eu conheço muita gente em Santa Catarina. E estou organizando lá no prédio, uma campanha de arrecadação para as pessoas afetadas. Se vocês também tiverem algo pra ajudar, qualquer coisa é util!!!!

- Pois é, - eu disse - , a coisa tá feia mesmo. Pessoas que não tinham quase nada, perderam tudo. Pessoas que tinham muito, perderam muito.

- Sim. E o governo vai construir casas para todos. O problema é que as casas serão iguais. Então gente que tinha casa de dois andares, terá agora uma casa com um quarto (se é que tiver um quarto.), assim como todos os outros.

- Que loucura! Isso vai parecer favelas gigantes! Imaginem dezenas de casas iguais?

Marcos entrou na conversa:

- Vocês sabem onde eu imagino que vai dar isso um dia? O governo vai conseguir com que as casas do país acabem tendo um padrão. Esses financiamentos dos bancos federais para construir casas pré-fabricadas, parcelas, juros, facilitando o sonho da casa própria é um exemplo. Em algum momento. teremos casas iguais no mundo todo. Depois disso, vestiremos as mesmas roupas, e ouviremos as mesmas músicas.

- Algo meio "aldous huxley". Admirável Mundo Novo.

- Talvez de uma maneira disfarçada, mas igualmente ruim.

- A grande merda é que hoje em dia não podemos confiar no que assistimos. Fotos e vídeos podem ser alterados. Os meios de comunicação, de acordo com seus interesses, podem mostrar o que eles quiserem. Para saber como anda o mundo, é só procurar as notícias. Temos a internet, o rádio, a televisão e os jornais. "precisa de algo mais?". E a Globo, por exemplo, que é dona de várias editoras, rádios e canais. Poucos maiorais, terão dezenas de empresas, que controlam a imprensa e o que quiserem controlar. De repente, 12 caras serão os donos do mundo inteiro!!!

- Olha pessoal, eu tô bêbado.

- Todos estamos. Dá pra ver pelo papo conspiratório. Vamos nessa?

- Vamos.

- Vamos.

Estava tarde e fomos pra casa. Eu sinceramente não queria acreditar naquilo tudo, e também não me importava nada essa história de manipulação. O que importa é que algo seja feito. Que aquele belo estado e aquelas boas pessoas, se recuperem o mais rápido possível. É o que eu desejo à todos os cidadãos de Santa Catarina. Acredito em gestos como o de meu amigo César, e vou apoiar como eu puder as causas que pretendem ajudar os prejudicados.

Lamento pelos familiares que perderam entes-queridos ou àqueles que perderam seus bens, mas o passado está feito. Temos que pensar na recuperação e depois na prevenção. Medidas cautelosas devem ser tomadas, para evitar as mortes e a falta de mantimentos, caso um dia aconteça de novo. Não gosto de pensar assim, mas a natureza costuma ser fria nesse aspecto. Talvez porque nós também não damos a mínima bola pra ela.

Um abraço especial para o Nikieseubone e para o pessoal que conheço por aí . Cara, volta e meia penso em ti, mesmo que tu tenhas avisado que vocês não foram muito afetados. Força! Qualquer coisa, tu sabes que tens abrigo no Rio Grande do Sul!!

3 Comments:

Blogger nikieseuboné. said...

valeu a força galera...como o dé falou, aqui em floripa nao aconteceu quase nada...mas nas outras cidades ta foda mesmo..

se voces querem me ajuda...mandem um fardo de polar pra cá....não vo reclama..tenho certeza!!!ieuhaiuehaiuheaiuhea


abraços

12/02/2008 11:13 PM  
Anonymous Anônimo said...

Como diz um cara inteligente, 4,5 bilhões de anos, contra 200 mil anos... é uma merda, mas é na nossa merda que estamos afundados!

Sorte pra quem não teve!


E a polar, meu velho, tu vais ter que vir buscar...

Abraços!

12/09/2008 9:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

"- Olha pessoal, eu tô bêbado."
a frase-ponto final de qualquer filosofia de boteco.

12/10/2008 4:12 PM  

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