Sábado, depois do casamento
Esta história é uma continuação.Para prosseguir, leia a primeira ou não.
Levantei e senti a cabeça girar.Eu estava mais bêbado do que pensei. O Arthur(ou Bicudo, como ficar melhor para vocês), já estava provavelmente tão alegre quanto eu:
-OOOOO cabeça! onde tu vai com esse terno?
-De onde eu vim com ele...agora...pra onde eu vô...não faço idéia...
E é verdade.É praticamente impossível saber se algo de normal vai realmente acontecer quando a galera se reúne.Eu realmente estaria prestes a dar uma banda imprevisível.
Como sempre, pegamos um fardo de antartica, entramos no carro e saímos.Sabem o cara sem nome? Pois é, hoje eu sei o nome dele e ele está sempre junto, mas nesse texto prefiro continuar chamando de o cara sem nome.Na verdade, onde eu quero chegar é que resolvemos passar na casa dele.O Bicudo tinha combinado alguma coisa, por volta das 9 ou 10 horas.Esquecemos que era meia noite e chegamos lá.Nem adiantou fazer silêncio. Três cachorros( que na hora pareciam enormes), latiam incansávelmente para os intrusos, e o Êdo resolveu buzinar ainda.Fiz aquela cara de "fodeu" quando vi as luzes acendendo na casa.Acordamos toda a família do cara sem nome, e provavelmente alguns vizinhos.
Ele veio com as mãos no bolso e cabeça baixa.Bem, quem mandou ter amigos loucos?
Demos risada e fomos mais uma vez.Casa do Zeca. Cara, não tem coisa pior que ter um amigo que não tem celular.O que se faz nessas horas? Teríamos que acordar mais uma família feliz.O Arthur tinha o telefone da casa.Pelo menos avisaríamos antes.
O problema é que o Bicudo não entendeu bulhufas do que a mãe do Zeca falou.Provavelmente não gostou de ser acordada.Mas também agora não sabíamos se ele estava ou não.Paramos na frente da casa.O velho dele olhou pela janela fechada.Fez cara feia.Com alguns gestos e através da leitura labial( foi o que pensei na hora pelo menos!mas não reparem, eu estava bêbado) ele entendeu que queríamos falar com o Zeca.
O Zeca finalmente apareceu, e comentou alguma coisa sobre o velho dele não ter gostado da ligação.Mas fazer o que?
É óbvio que todo mundo que me via, perguntava sobre o terno.Mas se eu tiver que fazer os diálogos, não vou lembrar de todas es explicações que dei.
Não lembro exatamente quando e onde decidimos sobre o Putz Bar.Pode ter sido no posto, quando pegamos o cara sem nome, ou quando pegamos o Zeca.Mas também não lembro de ter mencionado o Putz aqui!
O Putz Bar, é o local de ensaio da Piazitos Muertos, composta atualmente por Arthur, Mino, Jaques e Zeca.Mas como o lugar é do caralho, agente sempre faz um almoço ou toma uma cerveja por lá.Também gostamos de ir nos momentos de inspiração, fazer um som de madrugada.Acho que nunca deu problema.Não tem muitos vizinhos por perto e o Jaques(que mora perto) acho que nem escuta.E aquele era o dia de fazer um som.
O problema é que eu estava bêbado, arrebentei a corda da guitarra, e não lembro de alguém ter feito alguma coisa decente.Pela primeira vez, no Putz, acho que realmente não saiu um som interessante.
Mas é engraçado.As vezes fico me perguntando quantas pessoas se divertiriam com tão pouco.Me orgulho desses amigos .Uma conversa sobre história,coisas da vida, um som mal feito ou bem feito, ou um sábado almoçando no Putz Bar é a melhor coisa do mundo.
As pessoas querem fazer festa, escutar música eletrônica, emo ou pagode.Querem fazer o que todos fazem, escutar o que todos escutam, falar sobre o que todos falam.Carros,drogas e festas "bombantes".Esquecem de pequenos momentos, verdadeiras amizades, conversa fiada e jogada fora ou uma ótima conversa numa mesa de bar.(momento filosófico criticando a juventude atual! hehehehehe)
Alguém mencionou ter fome, e eu logo percebi o mesmo.Não sei como, depois de comer tanto naquele casamento.Mas na verdade, parecia ser a vontade de todos.Porém, o fato de estarmos em Nova Petrópolis complica um pouco as coisas.Numa cidade de 17 mil habitantes, as opções sao poucas.Acho que única na verdade: pizza de microondas no posto BR que não é BR.
Não que eu não tenha comido muitas pizzas em final de festa, mas eu tinha fome de algo mais substancial e não borrachento.Paramos na frente e olhamos para fora.Não sei porque, mas tenho a impressão de que todos pensavam que nem eu.Alguém comentou:
-Gurizada, vamo pra Caxias?
Provavelmente, todos pensavam o mesmo.O êdo só viu as notas de 5, pra rachar a gasol, abasteceu e nos mandamos.Quando eu falo, que é realmente uma incógnita o nosso destino nessas noites loucas, é este tipo de situação que tomo como exemplo.
Lembramos que o Adolfo e a Lê já estavam lá.Acho que também não tive o prazer de mencioná-los aqui no blog, mas é o casal feliz do apartamento 17(desculpe se errei o número Lê!).Acho que praticamente moro no apê deles, aqui em Nova.Vou ser o pastor do casamento deles.Passei noites filosofando com o Adolfo e fiz festas com a Lezinha.E eles estão sempre junto com a galera.
Eles estavam lá, visitando a mãe da Lê.Faltava ainda um bocado para chegarmos, mas eu já resolvi ligar para eles ficarem sabendo.
Aí vem a escuridão total.Não sei como ele me entendeu, porque eu não lembro de absolutamente nada.Como se eu estivesse sonhando, acordei sentado numa lanchonete olhando o cardápio.O Adolfo e a Lê já estavam juntos e davam risada porque eu estava vestindo um terno.Não gosto desses blackouts que o álcool provoca, mas é a vida
Fiquei pensando, o que aquelas dezenas de pessoas que estavam ali, pensavam sobre um grupo de amigos, com roupas casuais e um maluco de terno fora de órbita.Falei alguma coisa sobre fingir que eu era tcheco,e que estava me formando em português.Não deu muito certo, porque só tive 4 aulas de tcheco e não me lembrava nem como se dizia " olá, tudo bem?".Fiquei sendo o cara bêbado, que usava terno sem nenhum motivo aparente.
Aquele xis, foi o melhor que eu já comi na vida.Dessa vez, acho que foi o Zeca que me emprestou algum trocado que faltava.Conversamos, demos risada e fomos embora.Descobri onde a família da Lezinha mora, porque antes eu não lembrava de ter passado lá.Fomos embora
Foi uma noite louca, .O que era pra ser um casamento chato, tornou-se um conto de blog.O que era pra ser o fim da noite, tornou-se a continuação.O que é pra ser previsível, provavelmente não será.
Escritor da Zona
Levantei e senti a cabeça girar.Eu estava mais bêbado do que pensei. O Arthur(ou Bicudo, como ficar melhor para vocês), já estava provavelmente tão alegre quanto eu:
-OOOOO cabeça! onde tu vai com esse terno?
-De onde eu vim com ele...agora...pra onde eu vô...não faço idéia...
E é verdade.É praticamente impossível saber se algo de normal vai realmente acontecer quando a galera se reúne.Eu realmente estaria prestes a dar uma banda imprevisível.
Como sempre, pegamos um fardo de antartica, entramos no carro e saímos.Sabem o cara sem nome? Pois é, hoje eu sei o nome dele e ele está sempre junto, mas nesse texto prefiro continuar chamando de o cara sem nome.Na verdade, onde eu quero chegar é que resolvemos passar na casa dele.O Bicudo tinha combinado alguma coisa, por volta das 9 ou 10 horas.Esquecemos que era meia noite e chegamos lá.Nem adiantou fazer silêncio. Três cachorros( que na hora pareciam enormes), latiam incansávelmente para os intrusos, e o Êdo resolveu buzinar ainda.Fiz aquela cara de "fodeu" quando vi as luzes acendendo na casa.Acordamos toda a família do cara sem nome, e provavelmente alguns vizinhos.
Ele veio com as mãos no bolso e cabeça baixa.Bem, quem mandou ter amigos loucos?
Demos risada e fomos mais uma vez.Casa do Zeca. Cara, não tem coisa pior que ter um amigo que não tem celular.O que se faz nessas horas? Teríamos que acordar mais uma família feliz.O Arthur tinha o telefone da casa.Pelo menos avisaríamos antes.
O problema é que o Bicudo não entendeu bulhufas do que a mãe do Zeca falou.Provavelmente não gostou de ser acordada.Mas também agora não sabíamos se ele estava ou não.Paramos na frente da casa.O velho dele olhou pela janela fechada.Fez cara feia.Com alguns gestos e através da leitura labial( foi o que pensei na hora pelo menos!mas não reparem, eu estava bêbado) ele entendeu que queríamos falar com o Zeca.
O Zeca finalmente apareceu, e comentou alguma coisa sobre o velho dele não ter gostado da ligação.Mas fazer o que?
É óbvio que todo mundo que me via, perguntava sobre o terno.Mas se eu tiver que fazer os diálogos, não vou lembrar de todas es explicações que dei.
Não lembro exatamente quando e onde decidimos sobre o Putz Bar.Pode ter sido no posto, quando pegamos o cara sem nome, ou quando pegamos o Zeca.Mas também não lembro de ter mencionado o Putz aqui!
O Putz Bar, é o local de ensaio da Piazitos Muertos, composta atualmente por Arthur, Mino, Jaques e Zeca.Mas como o lugar é do caralho, agente sempre faz um almoço ou toma uma cerveja por lá.Também gostamos de ir nos momentos de inspiração, fazer um som de madrugada.Acho que nunca deu problema.Não tem muitos vizinhos por perto e o Jaques(que mora perto) acho que nem escuta.E aquele era o dia de fazer um som.
O problema é que eu estava bêbado, arrebentei a corda da guitarra, e não lembro de alguém ter feito alguma coisa decente.Pela primeira vez, no Putz, acho que realmente não saiu um som interessante.
Mas é engraçado.As vezes fico me perguntando quantas pessoas se divertiriam com tão pouco.Me orgulho desses amigos .Uma conversa sobre história,coisas da vida, um som mal feito ou bem feito, ou um sábado almoçando no Putz Bar é a melhor coisa do mundo.
As pessoas querem fazer festa, escutar música eletrônica, emo ou pagode.Querem fazer o que todos fazem, escutar o que todos escutam, falar sobre o que todos falam.Carros,drogas e festas "bombantes".Esquecem de pequenos momentos, verdadeiras amizades, conversa fiada e jogada fora ou uma ótima conversa numa mesa de bar.(momento filosófico criticando a juventude atual! hehehehehe)
Alguém mencionou ter fome, e eu logo percebi o mesmo.Não sei como, depois de comer tanto naquele casamento.Mas na verdade, parecia ser a vontade de todos.Porém, o fato de estarmos em Nova Petrópolis complica um pouco as coisas.Numa cidade de 17 mil habitantes, as opções sao poucas.Acho que única na verdade: pizza de microondas no posto BR que não é BR.
Não que eu não tenha comido muitas pizzas em final de festa, mas eu tinha fome de algo mais substancial e não borrachento.Paramos na frente e olhamos para fora.Não sei porque, mas tenho a impressão de que todos pensavam que nem eu.Alguém comentou:
-Gurizada, vamo pra Caxias?
Provavelmente, todos pensavam o mesmo.O êdo só viu as notas de 5, pra rachar a gasol, abasteceu e nos mandamos.Quando eu falo, que é realmente uma incógnita o nosso destino nessas noites loucas, é este tipo de situação que tomo como exemplo.
Lembramos que o Adolfo e a Lê já estavam lá.Acho que também não tive o prazer de mencioná-los aqui no blog, mas é o casal feliz do apartamento 17(desculpe se errei o número Lê!).Acho que praticamente moro no apê deles, aqui em Nova.Vou ser o pastor do casamento deles.Passei noites filosofando com o Adolfo e fiz festas com a Lezinha.E eles estão sempre junto com a galera.
Eles estavam lá, visitando a mãe da Lê.Faltava ainda um bocado para chegarmos, mas eu já resolvi ligar para eles ficarem sabendo.
Aí vem a escuridão total.Não sei como ele me entendeu, porque eu não lembro de absolutamente nada.Como se eu estivesse sonhando, acordei sentado numa lanchonete olhando o cardápio.O Adolfo e a Lê já estavam juntos e davam risada porque eu estava vestindo um terno.Não gosto desses blackouts que o álcool provoca, mas é a vida
Fiquei pensando, o que aquelas dezenas de pessoas que estavam ali, pensavam sobre um grupo de amigos, com roupas casuais e um maluco de terno fora de órbita.Falei alguma coisa sobre fingir que eu era tcheco,e que estava me formando em português.Não deu muito certo, porque só tive 4 aulas de tcheco e não me lembrava nem como se dizia " olá, tudo bem?".Fiquei sendo o cara bêbado, que usava terno sem nenhum motivo aparente.
Aquele xis, foi o melhor que eu já comi na vida.Dessa vez, acho que foi o Zeca que me emprestou algum trocado que faltava.Conversamos, demos risada e fomos embora.Descobri onde a família da Lezinha mora, porque antes eu não lembrava de ter passado lá.Fomos embora
Foi uma noite louca, .O que era pra ser um casamento chato, tornou-se um conto de blog.O que era pra ser o fim da noite, tornou-se a continuação.O que é pra ser previsível, provavelmente não será.
Escritor da Zona
1 Comments:
Mas que lixo hein! fui descobrir pela Internet que vocês fazem bagunça pela madrugada no Putz Bar! bom saber! não empresto mais a chave pra vcs! seus frequentadores da zona!
Postar um comentário
<< Home