E agora, José?
"E agora, José?
A festa acabou,..."
Carlos Drummond de Andrade
Eram mais ou menos 15:30 da tarde de sábado. Eu e ela, frente à frente. Começo a conversa dizendo que lá não era o meu lugar, que por todos os lugares que eu more, por todos lugares que eu visite, o meu lugar sempre vai ser em Nova Petrópolis. Tento explicar pra ela que por mais que eu more em uma capital, eu não era feliz. Mesmo que lá tenha tudo que eu precise e que lá o meu futuro com certeza seja mais promissor que aqui, o meu lugar sempre vai ser aqui. Diante de todos os argumentos apresentados, toda a angústia de ter uma resposta positiva e eu finalmente voltar a morar aqui, não precisava nem morar aqui definitivamente, mas pelo menos que eu fique mais perto dessa cidade, dos amigos, das tardes sem nada pra fazer, de toda uma história já construida aqui e de tudo que ainda vai vir. Ela é irredutível. A frase ecoa nos meus ouvidos como o barulho de um acidente de carro.
- Niki, eu sempre fui muito liberal contigo, sempre te deixei ir em festas e viagens. Tu mesmo sabe que tu só pedia a minha autorização para ir a algum lugar ou fazer alguma coisa porque tu querias. Tu sempre soube que a minha resposta quanto a isso sempre era positiva. Mas dessa vez eu infelizmente vou ter que te dizer que tu vai sim ter que continuar morando com a tua família em Florianópolis até tu acabar teu curso. Depois que tu te formar pode morar no lugar que tu quiser, com quem tu quiser e fazer o que tu quiser. Mas até lá tu vai continuar morando em Florianópolis, indo pras aulas todos os dias, te empenhando ao máximo para que no futuro tu possa dizer pra mim: "- Mãe, muito obrigado por não ter deixado eu desistir e voltar pra Nova Petrópolis". Tu pode me odiar, não querer mais falar comigo por um bom tempo, mas eu vou estar com a consciência limpa de que o que eu estou fazendo agora é o melhor pra ti e pro teu futuro.
E o que eu vou dizer? Não tenho nada que dizer, apenas vou ter que aceitar. Aceitar e fazer com que a tão sonhada "ilha da magia" para uns, se torne realmente a "ilha da magia" para mim. Vou ter que mudar, deixar de ser acomodado, ir atrás dos meus objetivos, se é que eu ainda tenho algum. Mas de qualquer forma eu entendo a minha mãe. Sei que ela falou tudo isso com muita dor no coração de pela primeira vez na vida me dizer um NÃO. Eu espero que no futuro eu possa realmente agradece-lá por ter me dito isso.
Esse meio ano que passou, de fato passou. Vou tirar dele somente as coisas boas, esquercer as ruins. Daqui pra frente tudo vai mudar, tudo vai melhorar e tudo vai começar a dar certo para nós de novo. Os próximos 5 semestres que estão por vir vão ser do DEVIL. Tudo que eu não fiz ou deixei de fazer, vou fazer agora em dobro.
Não poderia terminar esse post sem agradecer do fundo do coração a todos os meus AMIGOS, que me deram a maior força para enfrentar essa situação, conselhos, conversas, discussões. Tudo me ajudou, mas não adiantou. Vou terminar minha faculdade com a certeza de que quando eu voltar TODOS eles vão estar aqui me esperando.
Como diria o meu pai: "Quando temos dinheiro para pagar um churrasco, MUITOS AMIGOS APARECEM. Quando estamos na merda, POUCOS AMIGOS SOBRAM." eu completaria essa frase dizendo que:" esses poucos amigos que sobram são o suficiente para eu viver feliz e são eles que eu vou carregar para o resto da vida". E quando eles lerem isso, eles vão saber que são deles que eu estou falando.
A festa acabou,..."
Carlos Drummond de Andrade
Eram mais ou menos 15:30 da tarde de sábado. Eu e ela, frente à frente. Começo a conversa dizendo que lá não era o meu lugar, que por todos os lugares que eu more, por todos lugares que eu visite, o meu lugar sempre vai ser em Nova Petrópolis. Tento explicar pra ela que por mais que eu more em uma capital, eu não era feliz. Mesmo que lá tenha tudo que eu precise e que lá o meu futuro com certeza seja mais promissor que aqui, o meu lugar sempre vai ser aqui. Diante de todos os argumentos apresentados, toda a angústia de ter uma resposta positiva e eu finalmente voltar a morar aqui, não precisava nem morar aqui definitivamente, mas pelo menos que eu fique mais perto dessa cidade, dos amigos, das tardes sem nada pra fazer, de toda uma história já construida aqui e de tudo que ainda vai vir. Ela é irredutível. A frase ecoa nos meus ouvidos como o barulho de um acidente de carro.
- Niki, eu sempre fui muito liberal contigo, sempre te deixei ir em festas e viagens. Tu mesmo sabe que tu só pedia a minha autorização para ir a algum lugar ou fazer alguma coisa porque tu querias. Tu sempre soube que a minha resposta quanto a isso sempre era positiva. Mas dessa vez eu infelizmente vou ter que te dizer que tu vai sim ter que continuar morando com a tua família em Florianópolis até tu acabar teu curso. Depois que tu te formar pode morar no lugar que tu quiser, com quem tu quiser e fazer o que tu quiser. Mas até lá tu vai continuar morando em Florianópolis, indo pras aulas todos os dias, te empenhando ao máximo para que no futuro tu possa dizer pra mim: "- Mãe, muito obrigado por não ter deixado eu desistir e voltar pra Nova Petrópolis". Tu pode me odiar, não querer mais falar comigo por um bom tempo, mas eu vou estar com a consciência limpa de que o que eu estou fazendo agora é o melhor pra ti e pro teu futuro.
E o que eu vou dizer? Não tenho nada que dizer, apenas vou ter que aceitar. Aceitar e fazer com que a tão sonhada "ilha da magia" para uns, se torne realmente a "ilha da magia" para mim. Vou ter que mudar, deixar de ser acomodado, ir atrás dos meus objetivos, se é que eu ainda tenho algum. Mas de qualquer forma eu entendo a minha mãe. Sei que ela falou tudo isso com muita dor no coração de pela primeira vez na vida me dizer um NÃO. Eu espero que no futuro eu possa realmente agradece-lá por ter me dito isso.
Esse meio ano que passou, de fato passou. Vou tirar dele somente as coisas boas, esquercer as ruins. Daqui pra frente tudo vai mudar, tudo vai melhorar e tudo vai começar a dar certo para nós de novo. Os próximos 5 semestres que estão por vir vão ser do DEVIL. Tudo que eu não fiz ou deixei de fazer, vou fazer agora em dobro.
Não poderia terminar esse post sem agradecer do fundo do coração a todos os meus AMIGOS, que me deram a maior força para enfrentar essa situação, conselhos, conversas, discussões. Tudo me ajudou, mas não adiantou. Vou terminar minha faculdade com a certeza de que quando eu voltar TODOS eles vão estar aqui me esperando.
Como diria o meu pai: "Quando temos dinheiro para pagar um churrasco, MUITOS AMIGOS APARECEM. Quando estamos na merda, POUCOS AMIGOS SOBRAM." eu completaria essa frase dizendo que:" esses poucos amigos que sobram são o suficiente para eu viver feliz e são eles que eu vou carregar para o resto da vida". E quando eles lerem isso, eles vão saber que são deles que eu estou falando.