quarta-feira, novembro 22, 2006

Um chiclé

- Que noite chata, cara!

- Pior. Tá quente, tem mosquitos, tô sem grana, e amanhã é segunda.

- Pra mim todo dia é domingo.

- Vadio!

- É vida né, cada um se vira do jeito que dá.

- Se fode.

- Que noite chata, cara!

- Sim, tu já falo isso.

- Eu sei.

- Então pra quê fala de novo?

- Pra vê se tu me convida pra fuma essa maconha que tá caindo do teu bolso.

- Merda!

- Seu pau no cu, nem pra convida né.

- Tá meu, é que isso é a da semana. Não dá pra queima tudo agora.

- Vamo compra mais então.

- Aonde? Com que dinheiro?

- Sei lá, tu deve sabe onde tem.

- Tá e o dinheiro?

- 50 pila chega?

- Caraaaaalho, dá pro mês inteiro quase. Da onde tu conseguiu isso?

- Minha coroa me deu sexta feira pra compra as coisas do almoço.

- Tá mas...desde sexta tu não volta pra casa!!

- Então seu idiota...

- Ah!

- Vamo então, lá na praça tem uns hippie que vendem.

15 minutos depois...

- Tu é maluco. 30 pila é demaaaais.

- Sim, muito triste que tu tá né?

- Hehehe...

- Tá e a seda?

- Que seda?

- Pra limpa a bunda seu troxa!

- Não tem meu!

- Como que não? ia fuma como isso ai que ta no teu bolso?

- Ah, hoje não ia fuma né. Amanhã vo compra lá no AM/PM.

- Maluco! Mais dia menos dia tu, bem boca aberta, vai lá compra e alguém vê ai tu tá fudido. Vai fala o quê? Que compro pra escreve teus texto idiota?

- As mulher gostam...

- Que que adianta se tu não pega nada do mesmo?

- Vai a merda! Como nos vamo fuma isso ai agora?

- Sei lá.

- Pensa seu inútil. Não é tu o gênio das idéias?

- Cala boca, saco de bosta!

- Vamo faze aquele esquema com garrafa!

- Que esquema?

- Aquele que eu te mostrei o vídeo no youtube.

- Ah, sim! Fica quieto! Domingo, onze e meia da noite onde vamo arranja todos os treco pra fazê?

- ã? Onze e meia já???Filhadaputa...

- O que? Porque? Que que foi?

- Droga... Não vai dá....Pela via inalatória, os efeitos subjetivos do delta-9-tetraidrocanabinol (delta-9-THC) são imediatos, alcançando o máximo em 20-30 minutos depois de fumar, podendo durar por 2-3 horas. O ato de fumar um beck contendo 16mg de delta-9-THC fornece uma concentração plasmática de pico de aproximadamente 80ng/mL, com uma variação de 50 a 130ng/mL, em 15 minutos.Uma vez absorvido, o delta-9-THC é rapidamente distribuído aos vários órgãos do corpo, concentrando-se no tecido adiposo devido à sua alta lipossolubilidade. Somente cerca de 3% do fármaco circula livre no plasma; a maior proporção circula unida a lipoproteínas (97%), principalmente LDL. Esta é a razão porque somente uma pequena fração alcança o sistema nervoso central (ao redor de 1%), concentrando-se principalmente no tálamo, amídala, hipocampo e córtex cerebral.

- ÃÃÃÃ?????

- Meu, tu não tá entendendo. Calcula. Se com 16mg de delta-9-THC ele fornece uma concentração plasmática de pico de aproximadamente 80ng/mL, com uma variação de 50 a 130ng/mL, em 15 minutos. O efeito vai dura uma hora mais ou menos. Com toda maconha que nós temo ai, nós vamo até marte essa noite. E amanhã eu tenho que trabalha. Abortei a missão. Daqui a poco eu tenho que i pra casa. E tu sabe como é a minha véia né. Só falta examina com a lupa os meus olhos quando eu chego.

- Ah meu, nada a vê. Vamo faze um bem pequeno, só pra dá o brilho e nós não passa a noite em branco. Ó, me ajuda. Tu disse que com 16mg em 15 minutos nós já tamo locão e vai dura mais ou menos meia hora, certo?

- Errado, um hora no mínimo, porque os compost.....

- Cala boca. Tá que seja. Eu que falo agora. Olha meu, é só nós faze um pequeno, bem menos que 16mg só pra da uma alegrada entendeu?

- Aaaahm...tá, mas a gente continua sem ter como fecha ele.

- Tive uma idéia. Cadê aquele pacotinho do chiclé da propaganda que tu tava antes?

- Tá aqui, por quê?

- Um só. Tira os olho que ele é meu...

- Inútil. Enfia no cu esse chiclé. Me dá so a embalagem.

- Pega...

- Não essa o mala. A que tá em volta do chiclé.

- Que que tu qué com isso?

- Cala boca e olha...

- Booooooohh meeeeeu. Tu é o cara. Nuuuunca que eu ia pensa que essa embalagem do chiclé ia servi pra fecha um meu.

- Pois é...esses dias meu irmão compro um e me deu. Na hora eu vi que aquilo servi pra muuuitas outras coisas. hehehe

- Tá, vamo logo que daqui a poco tenho que i pra casa. Quero chega lá antes da véia liga pro meu cel e percebe alguma coisa...

- Te acalma.. Ó, um bem pequeno, só pra nao perde a noite e durmi com os anjos...

- Beleza... tá e o resto vai faze o quê?

- Fica pra ti. Presente de aniversário. Aliás....Parabéns bundão, já passo da meia noite.

- Bããi é verdaaaade. Baaaah cara, sem palavras...brigadão mesmo, pelo presente e por lembra! já tinha esquecido quase...

- Hehehehe.. que nada meu, tu merece. Dá uns pega quando tive afim de escreve teus texto... E não esquece. Melhores amigos....pra sempre

- Aaah meu...vem aqui, dá um abraço..tu é o cara...

- Tá tá, sai fora, já ta exagerando....dá o isquero pra nós fuma logo isso aqui antes dos porco chega e tua mãe liga...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Novatronic

pugudum pugudum pugudum pugudum...tunts tunts tunts tunts tunts....

TEM COISAS, QUE SÓ O PSY FAZ POR VOCÊ.

Lá por 11 horas da noite os caras decidem compra uma caixa de cerveja. MA VAI AOONDEE? A festa já tinha começado e ia se o diabo. O Guinho, dessa vez separado de sua grande amiga, a cerveja, não via motivos para ficar lá olhando sem poder usufruir de tal bebida. Pra mim tanto fazia se iam antes ou depois do fim da caixa de cerveja, o importante era estar lá. Decidi ir com o Guinho, lá perto da meia noite entramos. Galera um pouco timida ainda, música não era das melhores AINDA. Um electro bem básico tocado por umA, sim eu disse umA DJ. Muito chamativa pelo jeito, mas ainda não tinha a manha dos CDJ's, recebida a informação que ela só começara a mixar músicas a pouco mais de um mês, estava perdoada(=D). Mais um ou dois set's de electro rolaram depois disso até o bixo realmente começar a pegar.

Supply cancelada. Muuuuitas pessoas que iam para lá, mudaram seu rumo para NP curtir a festa. Festa essa muito bem organizada, decoração fora de série, tudo dentro do planejado exceto o público que praticamente lotou o piso inferior da SCRTA. Calculadas em torno de 700 pessoas, era de se tirar o chapéu. Sendo a festa em Nova Petrópolis, no centro da cidade e ainda por cima música eletrônica, que sofre tantos preconceitos, 700 pessoas era um número de dar inveja a qualaquer festa na primeira edição como essa. Dançarinos e dançarinas, malabares, bartenders, gente bunita, estranha, com estilo...mas todos pulando, dançando e fritando.

No palco, Drigo fazendo um B2B com santoch, que pra mim e a maioria das outras pessoas que sabiam o que estavam fazendo lá e não estava lá só porque música eletrônica está na "moda", foi o grande auge da festa. Principalmente quando tocou Hypersonic - zuma. Para vocês que estão lendo isso agora, devem estar um pouco perdidos tentando fazer alguma relação com essa música ai, mas só quem foi naqueeeeela primeeeeira Vibe Adventure, apelidada de "the storm", sabe o significado da música. Tendo o nome "the storm" já pode-se calcular como foi a festa. Mas isso é assunto para um outro tópico. Voltando à NP, no Novatronic, como de costume a música eletrônica reunindo gente de tudo quanto é raça, crença e estilo. Muitas amizades novas, conversa, risadas e blá blá blá. Tudo de bom que uma festa pode ter, tinha lá. Com certeza eu não sou o único a dizer isso. Para terem uma idéia, no final da festa, leia-se as 6 da manhã, tinham mais ou menos 200 pessoas ainda na pista.

Hora da after. Mas não pra mim. Motivos familiares não deixaram eu ir virar o domingo
dançando com o resto da galera. Mas isso é o de menos. O mais legal é que de tão boa que tava a after la na Fazenda Pirajá, até os policiais foram lá curtir um poco. Hehehehehe. Confusões a parte, tudo resolvido. E apenas uma coisa para dizer sobre a festa no geral sob o MEU ponto de vista:

PSYTRANCE: CONNECTING PEOPLE =D

PS: vo tenta lembra de todo mundo que eu vi e fiz festa lá, não sei se vai dá mas eu tento, um esforço que vale a pena:

Mati, Guinho, Dé, Tati, Soneca, Sofia, Ricardo, Alana, Pri, Endi, Matheus, santoch, Adri, André, Régis, Dieter, Lüdke, Bico, Luan, Igor, Raquel, Paula, Ibi, Ju, Sofia, Pega, Blauth, Maldaner... Acho que era isso....se esqueci de alguém, que se manifeste.

sábado, novembro 11, 2006

Menor de idade não serve pra nada.

Humm. Um estúdio de tatuagem aqui no centro, que massa, vo vim aqui amanhã troca uma idéia com o cara.

No dia seguinte...

- E ai cara. Beleza?

- Eae. Tranqüilo jovem?

- Aham...

- E ai, que que manda?

- Então, vim aqui troca uma idéia contigo, o afim de faze minha tattoo.

- Já tem o desenho em mente? - disse o tatuador, muito gente fina.

- Sim, sim. Só um poco tá aqui no meu caderno, eu que desenhei.

- Humm, massa o desenho. Mas e já sabe se queres colocar um efeito nas letras ou algo assim?

- Não. Vim aqui justamente pra isso. Queria vê se tu tinha algumas fotos e tal pra eu dá uma olhada.

- Sim. Tenho aqui algumas tattos com letras em japonês tipo essa que tu quer fazer ai. Já sabe o lugar?

- Sim, no braço. Aqui atrás. - apontou para a parte de trás do bíceps.

- Legal. Tu tem quantos anos cara?

- 17 !

- É, ai tu vai ter que vim aqui com teus pais pra eles assinarem uma autorização, se não nada feito.

- Merda! - pensou ele. Mas minha mãe deixa. Ela mesmo tem uma tatuagem. Droga. Menor de idade não serve nem pra mexe polenta velha.

- Ok...Vou ver com eles ai quando eu for fazer trago eles junto. - disse o garoto. Agradeceu mais uma vez e saiu do estúdio resmungando.

_________

- Bah meu, olha só que massa esse cel. - comentou com seu amigo, dentro da loja de uma operadora.

- Esse é o modelo novo. - respondeu o vendedor.

- E qual a diferença desse pro antigo V3? - perguntou o garoto muito interessado.

- Esse ai tem câmera de 1.3 Megapixels, 256Mb de memória interna pra usar como mp3 ou pen drive. Conexão bluethoot e rádio FM

- Poooorraa! que massa. Dá pra faze em quantas vezes? - pediu o menino puxando a carteira para conferir quanto dinheiro tinha.

Começo do mês, a imobiliária tinha recém depositado o valor dos alguéis que seu pai deixara de herança. Duas coberturas na praia e mais um apartamento num condomínio fechado na cidade.

- À vista R$880,00. E a prazo podemos parcelar este valor em até dez vezes sem juros. - disse o vendedor tom apelativo.

- Ok. Vou ali no banco ver quanto dinheiro eu tenho no cartão e depois passo aqui de novo.

- Tudo bem, vou te deixar meu cartão ai quando voltares pede pra fala comigo. - disse o vendedor entusiasmado com a comissão que ia ganhar.

Foi até o banco e volotu com os R$ 90 para dar de entrada no celular. Precisava guardar o resto do dinheiro para pagar uma parcela do seu notebook.

Entro na loja com o dinheiro na mão e um sorriso estampado no rosto. O vendedor logo o reconheceu e foi se aproximando:

- E então amigo, vai levar?

- Sim, sim. Quero fazer em dez vezes.

- Ok, o v3 black ou silver você quer?

- O black.

- Pode passar aqui na mesa para fazer o pagamento. - conduziu o vendedor até uma mesa ao lado.

- Seus documentos, por favor! Identidade e CPF.

- Ok. - estendeu a mão com os dois documentos.

O cobrador pegou-os com um sorriso de simpatia no rosto. Logo depois de ler os documentos fechou a cara.

- Me desculpe moço. Você é menor de idade, precisa estar com seu responsável aqui para colocar o telefone no nome dele.

O garoto baixou a cabeça, pegou os documentos de volta, virou-se e foi embora. Triste e de saco cheio de ter que depender de seus pais.

_________

Tentou passar pela porta giratória do banco e não conseguiu. Olhou para o guarda e ele fez sinal para a mochila que estava em suas costas. O garoto voltou, tirou-a, deixou no guarda volumes e tentou entrar de novo. Mais uma vez não conseguiu. Lembrou-se dos anéis de prata nos dedos e da pulseira na mão esquerda. Voltou mais uma vez, tirou, colocou junto da sua mochila e dirigiu-se até a porta. Ela travou mais uma vez. Dessa vez ele foi tão convicto que iria passar que até bateu seu nariz na porta de vidro. Voltou mais uma vez, tirou tudo que tinha nos bolsos. Celualr, moedas, chave, ficou apenas com os documentos que precisava para abrir sua conta universitária no banco. Foi mais uma vez até a porta. Travou mais uma vez. Ele olho para o guarda e abriu os braços. Colocou as mãos nos bolsos e os tirou para mostrar que não tinha nada. O guarda fez sinal com a mão no pescoço para ver se ele tinha alguma corrente. Ele não tinha nada. Logo depois lembrou- se, fez sinal para o guarda chegar até ele. Assim que chegou levantou as mangas do moleton e mostrou os 36 pontos em cada ante-braço e falou :

- Acidente de moto, seu guarda!

- Ah, bom... poderia ter falado antes. - disse ele abrindo um sorriso.

- Esqueci...

Depois de quase 10 minutos conseguiu entrar no banco. Com ele, apenas sua carteira com os documentos e metade de seu salário para dar início na conta. Um estudante qualquer, usando calça de abrigo, moleton, boné e óculos. Fechou um pouco os olhos para focar o que estava escrito nas pequenas plaquetas. Conseguiu enxergar ao lado dos caixas:

Setor de atendimento- Junto da placa, uma senta apontando para baixo, onde estava sentada uma linda mulher. Uns 23 anos talvez. Se não menos. Loira, pele bronzeada, olhos verdes com um óculos de grau, com armação escura, ressaltando a cor dos seus olhos junto com a cor do cabelo, preso a um lápis qualquer.
O garoto ficou parado olhando e conferindo se era ali mesmo. E era. Dirigiu-se até lá e antes de chegar a moça já percebera sua presença, olhou fundo em seus olhos e o convidou para sentar. Ele ficou persplexo com tamanho charme da moça. Sentou sem mencionar nada. Ela, com uma cara pouco espantada ficou fitando-o por uns instantes. Sabia que por trás do óculos e do boné se escondia um belo garoto. Forte, bronzeado cabelo e olhos escuros.

- Bom dia moço. O que deseja?- disse ela olhando firme em seus olhos com um pequeno sorriso estampado no rosto.

- O-o-olá. - disse ele gaguejando.

- Não precisa ter vergonha. - disse ela tentando fazê-lo com que ficasse a vontade.

Ele ficou vermelho, quase roxo de veronha. Foi muito direto reparando a moça do outro lado da mesa.

- M-muito obrigado...- disse ele meio sem jeito tentando dar um sorriso simpático.

- Muito prazer, me chamo Juliana. E você?

- Eduardo.- disse ele um pouco mais calmo.

- Muito bem Eduardo, em que posso ajudá-lo?

- É...bom...hmm...eu queria abrir uma conta.

- Hum, que tipo de conta?

- Universitária. - respondeu ele

- Ah, sim...Deveria ter percebido antes. - disse Juliana, tentando fazer uma piadinha para deixar o garoto mais calamo.

- Pois é. - respondeu ele dando risadinhas.

- Seus documentos por favor.

- Estão todos aqui. - disse ele tentando parecer responsável.

- Muito bem, são esses mesmo que eu preciso. Quantos anos você tem Eduardo?

- 17, quase 18. - respondeu ele orgulhoso.

Juliana perdeu a postura, seus ombros largos de antes agora tinham encolhido junto com sua coluna que estava curvada agora. Fez uma cara pensativa e mediu as palavras para nao decepcionar seu cliente.

- Eduardo! Bom, mesmo que você tenha quaaaase 18 aninhos, ainda é muito cedo para abrir uma conta. Como vi na sua identidade, espera mais um mês apenas ai você pode voltar aqui e fala comigo novamente. - disse ela calmamente.

-Aaaah nãão. Sério? - perguntou ele, em tom amistoso.

- Infelizmente sim.

- Nem um outro jeito de eu abrir essa conta sem a presença dos meus pais? - pediu ele, afinando a voz para parecer ser engraçado.

- Eu acho que não. - respondeu ela com um sorriso no canto da boca.

- Fica pra daqui um mês então. - disse Eduardo levantando-se para ir embora.

- Edu!. - chamou Juliana, para espanto do garoto.

Ele virou-se rapidamente, com mil pensamentos já na cabeça.

" Edu? Ela me chamo de Edu? Nada mal hein...eu que não vo reclama, vai que..."

E o pensamento de Eduardo se desfez com a imagem de Juliana, agora de pé, escorada na mesa e levemente se inclinando para frente.
Realmente, não era mulher de se desperdiçar.

- Leve meu cartão. Coloquei o número do meu celular aqui atrás. Se a conta a gente não conseguiu abrir, podemos tentar outras coisas. - disse ela, soltando o cabelo e encarando Eduardo da forma mais sexy que alguma mulher já tinha olhado para ele.

- Com certeza. Tentaremos muitas outras cosias. - disse Eduardo pegando o cartão e olhando secamente para Juliana.

- De noite te ligo pra nós dá uma voltinha no centro, ai depois quem sabe eu te apresento meu apartamento.- retrucou Juliana em tom muito provocante.

- Pode cre. - respondeu Eduardo dando uma piscadinha pra Juliana e indo embora...

É, ser menor de idade sempre tem suas vantagens, pena que elas só acontecem em textos...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Um findi desses...

Por motivos de força maior terei que abrir uma exceção da série de histórias vindas de outro país e falar sobre o feriadão. Mais de mês que eu não ia pra NP, expectativa total, show da Viksen sexta-feira no boliche prometia ser muito bom e o resto do findi estava nas mãos de Deus para que nos desse juízo suficiente para não fazer besteiras.Hehehehe

Hora da viagem de Floripa pra Caxias, pela primeira vez sem meu mp3, que hoje descança em paz do outro lado do muro. Ônibus meia boca, lotado pra variar e um véio que roncava do meu lado. Mas que beleza, nem TV tinha no ônibus, só faltava estragar na viagem ainda, ai a viagem estaria completa. Foi só pensar, nem precisei falar. Já em solo Gaúcho o ônibus dá umas travadas na hora de subi um morro e então vem o pensamento:

- Aêêê!!! Viagem completa. Estragou essa engronha de ônibus aqui.

Sorte que o motorista pelo que parecia estava pilotando e não dirigindo o ônibus conseguiu levá-lo até caxias, a uns 60Km/h, mas chegamos. Uma hora de atraso e uma hora e meia esperando na rodoviária o maldito Citral que ia pra NP.

- Nova Petrópolis, poltrona 5. Boa Viagem.

- Precisa senta nessa poltrona?

- Se o ônibus não encher não precisa. - disse o motorista dando uma risadinha e olhando a fila que esperava entrar no veículo depois de mim.

Miiilll de pessoas dentro do ônibus. Senhoras, grávidas, rapazes, todos de pé e eu bem sentadinho na poltrona 5. Pra quem não sabe, aqui em Floripa um ônibus cheio é o mínimo que se pode encontrar, e como todo bom catarina, é costuma quem estar sentado oferecer para quem está de pé, que segure sua mochila, livros ou qualquer coisa que esteja dificultando a pessoa de se segurar. Mas só esqueci que eu estava em Caxias, num ônibus cheio de gringo.

- Moças? Quer que eu segure a tua bolsa? - disse o Niki com a maior inoscência do mundo.

Sem se quer terminar toda a frase, a mulher vira - se e diz:

- Te conheço? Ladrão cara-de-pau.

- Vai toma no tóba então o recalcada. - Foi esse o pensamento na minha cabeça depois de escutar aquilo. Virei pro lado e durmi, enquanto a mulher se via em 5 para segurar a si e suas coisas.

Quinta de noite, depois de ver quaaase todos, jantinha marcada lá em casa, cervejas na pracinha depois e meia noite dormindo já.
Sexta-feira, tomar coca com a galera do vôlei, colocar o papo em dia, ver mais gente e receber um convite pra jantar com a Viksen lá no albergue e ver os caras passando o som no bowling antes da noite. Jantinha beeeem caprichada com a galera, apesar do clima meio tenso pré-show, uns na net, outros andando de um lado pro outro, outros comendo, mas todos bebendo. Clima um pouco melhor que antes da passagem do som quando o mesário não chegava para fazer a regulagem do som dos instrumentos. Pior ainda antes do show, pensamentos pessimistas, histórias engraçadas, e música que é bom nada. Não antes do show pelo menos.

Meia noite e meia. Hora do show. Todos a bordo dos respectivos carros e em direção ao boliche. O combinado entre a banda era chegar e já começar a tocar, sem frescuras. Tensão maior ainda na primeira música para ver se estava tudo certo e certificar que nada daria errado. Dito e feito. Som perfeito, galera agitando, Niki, Mati e Thiago comemorando que nada tinha dado errado. Show perfeito. Viksen comanda. Sem comentários. No repertório 3 músicas deles (Você, Espera, Ele está lá), AC/DC, Audioslave, Franz Ferdinand, U2. Músicas completamente fora do previsto pelo set list. Quem sabe faz ao vivo mesmo. E finalera terminando a noite, do show, com um bom e velho Raul com o Rock das Aranha. Pena ter faltado uma música, da autoria deles, pra tudo ter ficado na boa.

5 horas. Luzes ligadas, electro e psy rolando, era hora de levantar acampamento. Levar instrumentos da banda pro carro, despedir-se e ir pra casa.

Sábado, meio dia:

- Niki, levanta, o almoço tá na mesa.

- Aaaaham...

Minutos depois sentado na mesa, uma tremedera filha da puta que ocasionou no seguinte fato:

- Eita, tem muito sangue nesse teu álcool ai? - Perguntaram

- Só um poquinho.

- OOOOOOO Pai. Traz um gole dessa tua caipirinha ai pro Nikolas dá uma calibrada. - disse seu tio aos risos.

Calorzão rachando no lombo na parte da tarde. Joaneta esperava por nós para um bom e aliviante banho de rio. Mais tarde em casa, jogão do tricolor, cervejas e mais tarde o Albergue.

Galera muuuuuuuuito ajorjada no albergue, pareciam uns véio depois do baile da 3ª idade. Não era 1 da manhã e váários já tinham ido embora. Noite passando, mais gente indo, piadinhas traduzidas pelo Adolfo, cervejas, catuabas e 4 horas da manhã restaram apenas os solteiros. Niki, Mati e Guinho. Pois e agora?

- AAh meu, eu to com sono, me superei nas atividades físicas hoje de tarde. - disse o Guinho resmungando

- E eu to com fome. - respondeu o Mati

- Eu também. - falou o Niki

- Também o quê?

- To com fome né! Jura que eu ia faze algum exercício.

- Tem uns salsichão congelado aqui meu. Quem é parceiro pra faze um churras agora?

- Ta doooido. Eu vo pra casa durmi, isso sim. - disse o Guinho

- Formo. Tá, mas churras agora não eras meu, muito trabalho. Faz na panela e beleza.

- Tá, tá.

- Tá e pra toma vai se o quê? - perguntou o Niki.

- Água né. Se acabaram-se as cervejas e catuabas. - respondeu Mati.

Só digo uma coisa. Salsichão e água não combinam.

E no domingo, pra variar, aqueeeeeela deprê. De ter que ir embora, se despedir, viajar, e voltar tudo pra mesma merda de sempre aqui.

Agradecimento todo especial pros Borrachos em geral, os que eu vi e não vi, galera que eu vi no bowling, galera do vôlei. Bom, todos que por algum segundo falaram comigo nesse findi. E claro, parabéns e muito obrigado pra galera da Viksen ( Weber, Benetti, Zortéa, Jean e Thiago) já falei tudo que tinha que fala sobre o show e ficamos no aguardo do próximo.
E de volta a realidade, vida nerd voltando a bombar, provas, trabalhos, e nada de expressar alguma vontade de fazer alguma coisa...

segunda-feira, novembro 06, 2006

O que era para ter sido e nunca foi.

Se você que saber o por quê do meu sumisso continue lendo. Caso contrário ignore esse parágrafo. Como todos sabem passei um tempão sem net, agora ela voltou mas não sei por quanto tempo. Durante esse tempo escrevi váááárias coisas. Umas engraçadas, outras impublicáveis, outras de chorar mas não foi só para eu ter o que colocar aqui no blog depois, mas sim porque eu realmente tô gostando de escreve. Pra escrever não é simplesmente sentar na frente do pc e tenta coloca algum história com começo meio e fim pra vocês ler. Tem que te uma certa inspiração, e essa muitas vezes demoooora pra vim. Então se o blog fica muito tempo parado, não me xinguem, tentem dar idéias pra ver se melhora um poco. Também não queria que o blog ficasse uma coisa meio "rotineira", que é atualizada dia sim dia não. Assim perde a graça. Mas de para alegria geral da nação cá estou eu novamente. E para retomar as histórinhas, uma que vai direto no fígado de muitos por ai.

Geralmente um pai de família faz de tudo por seu filho. É capaz de fazer vários sacrifícios só para ver um sorriso estampado em seu rosto. Mas nem todos têm o privilégio e orgulho de ter esse tipo de pai.

- ô pai!
- Não enche!
- Preciso de dinheiro pra i pra facul. – disse Beto em tom medroso.
- Mas de novo? – pergunta o pai de forma grosseira, como de costume.
- De novo o quê?
- Porra! Te dei 5 pila ontem e hoje já quer de novo??
- Sim. 5 pila dá pra eu i e volta e ainda sobram 90 centavos, quer que eu te devolva eles também?
- Quanto tu precisa?
- 10 pila.
- Não tenho.
- O quê? – indaga o filho meio assustado e indignado.
- Não tenho pow! Vô faze o que se não tenho?
- Aaafff! Vai à merda também! Tu não serve pra nada além de paga minhas contas. – retruca Beto muito irritado. Ele vira-se e vai embora, rezando para que tenha algumas moedas na mochila para ele conseguir pagar o ônibus.
Beto sempre quis que sua família fosse normal. Daquelas que saem para viajar, jantar fora, fazer os legítimos programas de família. Mas isso nunca aconteceu. O assunto em casa era sempre trabalho, trabalho, trabalho e falta de dinheiro. Por mais que todos trabalhassem eles continuavam gastando muito, para a fúria do seu pai. Um cara um tanto quanto perfeccionista, autoritário ao extremo e egoísta. Por mais perfeccionista que fossem ele sempre deixava tudo relacionado a sua família pela metade. Começava mas não acabava deixando sua casa uma legítima bagunça para. Por muito tempo, Beto ignorou os fatos que aconteciam dentro de casa diariamente. Procurava ficar o menor tempo possível dentro de casa, pois só assim ele conseguiria ficar alienado das coisas que lá aconteciam. Mas aos poucos sua paciência foi chegando ao fim. E junto com ela uma forte depressão. Sentia-se mal por tudo que estava acontecendo. Seu rendimento na escola começou a cair de forma exponencial, saia de manhã de casa para ir à escola e só voltava perto da meia noite, na maioria das vezes, bêbado. Isso se repetia quase toda a semana e quando seus pais tentavam falar com ele, Beto jogava tudo na cara dos pais, dizendo que era culpa deles ele estar assim, pois ninguém fazia nada para melhorar o ânimo dentro de casa. Seus pais tentavam se iludir achando que não era culpa deles o estado do filho, mas lá no fundo eles sabiam que tudo que eles passaram e deixaram de fazer ia acarretar em sérias mudanças no perfil do filho, que antes era uma pessoa fora de série, gente finíssima como todos seus colegas e amigos falavam e agora estava transformado em um bêbado rebelde.
Não eram nem uma nem duas vezes que Beto e seu pai brigavam, briga de soco, e sim quase todos os dias. No mínimo uma discussão e xingamentos de filho da puta para cima. Beto ameaçava se matar para susto de todos. Seus pais achavam que ele estava blefando e não deram bola, o que deixava seu filho muito mais irritado. Até que um dia Beto não foi à aula, acordou cedo e colocou o volume do som no máximo tocando AC/DC e não saiu de casa o dia inteiro. Saiu somente do quarto para pegar um copo de água. Passou reto pela sala, ignorando a presença da mãe. Quando ela seguiu-o até o quarto, ele fechou a porta em sua cara. Seus pais, para variar, não deram bola. A desconfiança com o fato começou a aumentar durante o dia enquanto aquele mesmo cd tocava inúmeras vezes e nenhum barulho a mais vinha do quarto do filho. A porta estava trancada. Sua mãe já preocupada chama o filho para o almoço ... nada de Beto aparecer. Mais tarde sua mãe muito mais preocupada bate na porta e chama:

- Filho!! Abre a porta, quero fala contigo.
- SAI DAQUI. – responde Beto com um grito.
- Filhooo! Abre a porta, por favor.
- NÃO

E foi assim no decorrer do dia. Sua mãe tentava falar com Beto e ele não tinha jeito de abrir a tal da porta. À noite, quando seu pai chegou, estressado com o trabalho e com a vida ainda teve que escutar sua esposa reclamando de seu filho:

- Ele ta o dia inteiro naquele quarto! Não almoçou, não foi pra aula e ta com o mesmo CD tocando desde de manhã.
- Aaah esse piá vai te o que merece, e vai se agora. – falou o pai arregaçando as mangas e indo em direção a porta do quarto, completamente alterado, estressado e nervoso, muito nervoso.

Sua idéia era de arrombar a porta e bater no seu filho até ele pedir pinico. Não agüentava mais as encenações dele, não agüentava mais se quer ouvir falar o nome do filho tamanho era sua raiva naquele momento. Com apenas um chute seu pai derruba a porta levando dobradiças e deixando um rombo no meio da madeira. Olha em volta do quarto na altura dos olhos e não vê ninguém. Vai até a sacada e Beto também não está lá. Quando se vira para sair do quarto, dá de cara com seu filho esticado na cama segurando um pacote de FLUOXETINA. Remédio usado contra depressão. No mesmo instante seu pai corre até o filho, desmaiado e muito pálido, dá uns tapas em seu rosto na tentativa de reacordá-lo . No mesmo instante sua mãe entra no quarto e dá de cara com a cena. Eles se olham, baixam a cabeça e choram de forma silenciosa a morte do filho. Apenas 18 anos, uma vida inteira pela frente, arruinada por todas as merdas que aconteceram com ele durante sua vida. Uma mente fraca que não soube agüentar a pressão. Mais tarde, quando o IML, junto com a polícia e os bombeiros vieram retirar o corpo, um bilhete cai do bolso do casaco do filho. No bilhete apenas um recado:
Obrigado por tudo que vocês não foram e deixaram de fazer. Isso contribuiu para todas minhas decisões. Inclusive essa. BETO