segunda-feira, dezembro 31, 2007

Anão Novo

Tudo parecia silencioso demais. Levantei-me do sofá, em busca de algo estranho que poderia estar acontecendo. Nessas horas, qualquer ruído natural parece indicar a presença de alguém. O vento na janela, ou esses barulhos estranhos que uma casa antiga tem.


Botei água na chaleira e voltei para o sofá.Não fazia um minuto, quando ouvi:





-Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh





A água ferveu. Foi estranho demais, e eu realmente fiquei preocupado.Desliguei o fogão, e preparei o café. Meio trêmulo, acendi um Malboro.Liguei a TV, e estava passando um filme de terror antigo.Que merda, logo agora.Desliguei e botei um vinil do Cascavelletes.





Pulei do sofá quando vi um vulto na sala. Era pequeno.Mas muito pequeno.Tinha uns 30 centímetros, e me lembrava uma figura conhecida.Fiquei atônito, completamente paralisado.Gritei quando deixei cair toda xícara de café na perna esquerda.





-PUTA QUE PARIU QUE MEEEEERDA!!!!!!!!!!!!





Ele não demonstrou reação alguma. Eu tinha que dizer algo:





-Quem é você?





-Eu? - ele disse, coçando a barbicha que tinha o tamanho dos pelos do meu suvaco, mas para ele eram extremamente grandes - Sou apenas um viajante, mas por um momento fui atraído por esse som fascinante, e resolvi aparecer por um instante.





-Cascavelletes? é do caralho mesmo, essa música então...Lobo da estepe é foda





Percebi que era uma conversa normal demais para uma situação tão estranha. Não é todo dia que se conversa sobre música, com um carinha barbudo do tamanho de uma régua.Eu, por um momento, tinha esquecido do café derramado.Mas não queria virar as costas para aquela figura.Por mais pequeno que ele fosse, tinha algo tenebroso.Tentei descobrir algo mais:





-Mas, e o que tu tá fazendo aqui?





Ele coçou a barba mais uma vez, tirou o chapéu estranho que usava, e tirou de lá um baseado fininho.Deu uma ajeitada, e acendeu com um mini isqueiro.Onde ele arranjou um mini isqueiro?





-Eu sempre estou aqui, acolá, na tua casa ou onde quer que tu vá





Aquele jeito de falar rimado me irritava um bocado(você também não fica irritado?).Além disso, ele não dizia nada com nada.Mas me chamou a atenção, o fato de ele dizer que estava sempre onde eu ia.





-E porque tu me segue?





Ele deu uma risada, engasgada na fumaça, e estava virando as costas para ir embora





-Peraí seu toco de amarra bode! Tu acha que é assim? Aparece na minha frente, e vai sem dar explicação?





Ele não deu bola e saiu da sala.Fui atrás mas não consegui encontrá-lo.Voltei coçando a cabeça, encucado.Foi algo surreal. Sentei de novo e fiquei escutando Cascavelletes.De repente, ele voltou:

-Desculpe-me, mas eu preciso pedir, vais passar a virada de ano sozinho?

Nossa, eu nem fazia idéia que era 31 de dezembro.O ano passou tão rápido, trabalhei tanto que nem percebi o natal direito.Eu realmente estava sozinho.Não combinei nada com a família, os amigos acho que foram pra praia.

-Ué, de repente não tá mais falando com rimas?

-Quando eu fico chapado, perdo essa habilidade...-

Ele riu, e saiu de novo.Voltou com um mini violão.Com algum esforço, tirou da tomada o fio da vitrola. Pulou no sofá e começou a tocar.Olhei para tudo isso com uma certa admiração.Ele iria fazer companhia para mim.Tocou no violão, e eu percebi quem era, vivendo louco a sanidade, o Poeta Ventania de 30 cm.Era uma excelente companhia.

Fiz um strognoff cheio de champignon, uma salada de ervas finas, e um chá.Brindamos à saúde, à paz e à felicidade.Condenamos a hipocrisia humana.A miséria.A violência e todos os outros males, desejando que isso diminua no ano de 2008.Não acredito que isso aconteça, mas é que a refeição nos causou uma espécie de indigestão, e estávamos um pouco fora do normal.

Mas ele disse, que fará sua parte no mundo das pessoas de 30 cm, e eu farei a minha.

FELIZ 2008 À TODOS
PAZ
ESPERANÇA
ALEGRIA

APROVEITEM A VIDA.PRINCIPALMENTE AS COISAS PEQUENAS.ELAS SÃO MAIS REAIS DO QUE QUALQUER OUTRA COISA.
VEJA O NASCER DO SOL
RIA COM OS AMIGOS
TOME BANHO DE RIO

Foi o que eu mais aprendi esse ano.Curti diversos desses momentos.Não dei valor para as coisas grandiosas e raras.Observei as coisas que acontecem todos os dias, e passei a admirá-las.

Escritor da Zona

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Sábado, depois do casamento

Esta história é uma continuação.Para prosseguir, leia a primeira ou não.

Levantei e senti a cabeça girar.Eu estava mais bêbado do que pensei. O Arthur(ou Bicudo, como ficar melhor para vocês), já estava provavelmente tão alegre quanto eu:

-OOOOO cabeça! onde tu vai com esse terno?

-De onde eu vim com ele...agora...pra onde eu vô...não faço idéia...

E é verdade.É praticamente impossível saber se algo de normal vai realmente acontecer quando a galera se reúne.Eu realmente estaria prestes a dar uma banda imprevisível.

Como sempre, pegamos um fardo de antartica, entramos no carro e saímos.Sabem o cara sem nome? Pois é, hoje eu sei o nome dele e ele está sempre junto, mas nesse texto prefiro continuar chamando de o cara sem nome.Na verdade, onde eu quero chegar é que resolvemos passar na casa dele.O Bicudo tinha combinado alguma coisa, por volta das 9 ou 10 horas.Esquecemos que era meia noite e chegamos lá.Nem adiantou fazer silêncio. Três cachorros( que na hora pareciam enormes), latiam incansávelmente para os intrusos, e o Êdo resolveu buzinar ainda.Fiz aquela cara de "fodeu" quando vi as luzes acendendo na casa.Acordamos toda a família do cara sem nome, e provavelmente alguns vizinhos.

Ele veio com as mãos no bolso e cabeça baixa.Bem, quem mandou ter amigos loucos?

Demos risada e fomos mais uma vez.Casa do Zeca. Cara, não tem coisa pior que ter um amigo que não tem celular.O que se faz nessas horas? Teríamos que acordar mais uma família feliz.O Arthur tinha o telefone da casa.Pelo menos avisaríamos antes.

O problema é que o Bicudo não entendeu bulhufas do que a mãe do Zeca falou.Provavelmente não gostou de ser acordada.Mas também agora não sabíamos se ele estava ou não.Paramos na frente da casa.O velho dele olhou pela janela fechada.Fez cara feia.Com alguns gestos e através da leitura labial( foi o que pensei na hora pelo menos!mas não reparem, eu estava bêbado) ele entendeu que queríamos falar com o Zeca.

O Zeca finalmente apareceu, e comentou alguma coisa sobre o velho dele não ter gostado da ligação.Mas fazer o que?

É óbvio que todo mundo que me via, perguntava sobre o terno.Mas se eu tiver que fazer os diálogos, não vou lembrar de todas es explicações que dei.

Não lembro exatamente quando e onde decidimos sobre o Putz Bar.Pode ter sido no posto, quando pegamos o cara sem nome, ou quando pegamos o Zeca.Mas também não lembro de ter mencionado o Putz aqui!

O Putz Bar, é o local de ensaio da Piazitos Muertos, composta atualmente por Arthur, Mino, Jaques e Zeca.Mas como o lugar é do caralho, agente sempre faz um almoço ou toma uma cerveja por lá.Também gostamos de ir nos momentos de inspiração, fazer um som de madrugada.Acho que nunca deu problema.Não tem muitos vizinhos por perto e o Jaques(que mora perto) acho que nem escuta.E aquele era o dia de fazer um som.

O problema é que eu estava bêbado, arrebentei a corda da guitarra, e não lembro de alguém ter feito alguma coisa decente.Pela primeira vez, no Putz, acho que realmente não saiu um som interessante.

Mas é engraçado.As vezes fico me perguntando quantas pessoas se divertiriam com tão pouco.Me orgulho desses amigos .Uma conversa sobre história,coisas da vida, um som mal feito ou bem feito, ou um sábado almoçando no Putz Bar é a melhor coisa do mundo.

As pessoas querem fazer festa, escutar música eletrônica, emo ou pagode.Querem fazer o que todos fazem, escutar o que todos escutam, falar sobre o que todos falam.Carros,drogas e festas "bombantes".Esquecem de pequenos momentos, verdadeiras amizades, conversa fiada e jogada fora ou uma ótima conversa numa mesa de bar.(momento filosófico criticando a juventude atual! hehehehehe)

Alguém mencionou ter fome, e eu logo percebi o mesmo.Não sei como, depois de comer tanto naquele casamento.Mas na verdade, parecia ser a vontade de todos.Porém, o fato de estarmos em Nova Petrópolis complica um pouco as coisas.Numa cidade de 17 mil habitantes, as opções sao poucas.Acho que única na verdade: pizza de microondas no posto BR que não é BR.

Não que eu não tenha comido muitas pizzas em final de festa, mas eu tinha fome de algo mais substancial e não borrachento.Paramos na frente e olhamos para fora.Não sei porque, mas tenho a impressão de que todos pensavam que nem eu.Alguém comentou:

-Gurizada, vamo pra Caxias?

Provavelmente, todos pensavam o mesmo.O êdo só viu as notas de 5, pra rachar a gasol, abasteceu e nos mandamos.Quando eu falo, que é realmente uma incógnita o nosso destino nessas noites loucas, é este tipo de situação que tomo como exemplo.

Lembramos que o Adolfo e a Lê já estavam lá.Acho que também não tive o prazer de mencioná-los aqui no blog, mas é o casal feliz do apartamento 17(desculpe se errei o número Lê!).Acho que praticamente moro no apê deles, aqui em Nova.Vou ser o pastor do casamento deles.Passei noites filosofando com o Adolfo e fiz festas com a Lezinha.E eles estão sempre junto com a galera.
Eles estavam lá, visitando a mãe da Lê.Faltava ainda um bocado para chegarmos, mas eu já resolvi ligar para eles ficarem sabendo.

Aí vem a escuridão total.Não sei como ele me entendeu, porque eu não lembro de absolutamente nada.Como se eu estivesse sonhando, acordei sentado numa lanchonete olhando o cardápio.O Adolfo e a Lê já estavam juntos e davam risada porque eu estava vestindo um terno.Não gosto desses blackouts que o álcool provoca, mas é a vida

Fiquei pensando, o que aquelas dezenas de pessoas que estavam ali, pensavam sobre um grupo de amigos, com roupas casuais e um maluco de terno fora de órbita.Falei alguma coisa sobre fingir que eu era tcheco,e que estava me formando em português.Não deu muito certo, porque só tive 4 aulas de tcheco e não me lembrava nem como se dizia " olá, tudo bem?".Fiquei sendo o cara bêbado, que usava terno sem nenhum motivo aparente.

Aquele xis, foi o melhor que eu já comi na vida.Dessa vez, acho que foi o Zeca que me emprestou algum trocado que faltava.Conversamos, demos risada e fomos embora.Descobri onde a família da Lezinha mora, porque antes eu não lembrava de ter passado lá.Fomos embora

Foi uma noite louca, .O que era pra ser um casamento chato, tornou-se um conto de blog.O que era pra ser o fim da noite, tornou-se a continuação.O que é pra ser previsível, provavelmente não será.

Escritor da Zona

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Ao Niki

Quarta-feira...12 de dezembro

Cara, te digo que planejei algumas semanas atrás sobre esse momento.Entrei no Orkut e quando vi o teu nome nos próximos aniversariantes, conclui que logo depois da meia noite, eu compraria uma ceva, e brindaria ao teu dia. Como estou tomando remédio( e to seguindo a fio a idéia de permanecer sem álcool), não posso fazê-lo.Me resta o copo de coca, grande companheira também de nossas conversas, e uma dose de palavras que eu gostaria de proferir.

To conseguindo imaginar um copo de ceva e uma mesa.A cada gole, tenho algo a que brindar.Este texto,caro amigo Niki, é para ti.Ao teu dia, no qual eu gostaria de estar tomando uma ceva contigo.



O primeiro gole, vai para a sétima série.'As tardes sem absolutamente nada para fazer, litros de coca e conversa furada.Tardes olhando as meninas, com seus shorts sexys, jogando Volei.Começo da amizade.

O segundo gole, para o primeiro e segundo ano do segundo grau.Primeiras festas, meninas mais velhas e assanhadas, bicicleta, química e física, estojos e mochilas escondidas.Eu,tu,o Gio,Teteu,Luio e Nado aprontando em Laguna.Piscina e frio.Foguete na rua.Pólvora na escola

O terceiro gole, para o último ano de escola. Só conversa.Pizza na escola.Coca na escola.Direção.Livro preto.Trabalho de espanhol roubado.Argentina.Sexo.Cerveja.Recuperação em química.Cursinho em caxias

O quarto gole, para os teus últimos dias aqui em Nova.A concretização da tua ida.600 km de distância é foda.Aproveitamos o máximo.Mais um gole para isso.

O sexto gole, vai para a temporada na praia.A primeira coca roots, feita exclusivamente em santa catarina, com a presença de 100% de neo-petropolitanos(ou nova-petropolitanos? a professora Íris sabe, um gole pra ela).Cerveja.A paulista famosa que tu pegou.Ao Fernando, Renato, Geo, tua mãe, Chico, todo o pessoal que trabalhou no café.Como era a banda mesmo?Era boa também.

O oitavo gole, para tuas vindas aqui.Comprovaram, que a distância não é nada. É foda e perdemos alguns momentos, mas compensamos em outros.Ao albergue, a rave e xis no jaime rocha de macacão, 'a borracharia, o carnê do baú da pseudofelicidade, casa do pastor, massa com molho.

O nono gole, para os próximos encontros, que com certeza virão.Mais folia, mais música, mais poker TH e mais um pouco de cerveja e coca.Mais risadas, piadas, e as mesmas conversas jogadas fora desde a sétima série.

O décimo,vigésimo,trigésimo gole, a gente toma por aí,.Comemorando teu aniversário,o meu, o ano novo, um domingo de sol, a vida e a nossa amizade.Falando sobre o sucesso que agente alcançou, sobre a saúde e sobre as coisas vida.Te cobro essa na próxima meu caro, se tu puderes vir antes do fim do ano.

Parabéns niki. Sei que tu é um cara meio materialista, mas acho que esse é um bom presente pra te dá.Força cara! Felicidade e amizade, que o resto vem de brinde.

Abraços e felicitações.

Escritor da Zona

sábado, dezembro 08, 2007

O Assalto

ooiSeu Nivaldo morava em Pindamonhangaba, interior de SP. Na beira dos seus 55 anos, tinha muita história para contar. Desde sua infância humilde com seus 7 irmãos, até agora, sua aposentadoria tranquila como o homem mas rico da cidade. Definitivamente seu Nivaldo tinha o tino para os negócios, espantosamente transformava uma quantia, em três, quatro, até cinco vezes seu valor em poucas semanas. Gostava do comércio, de lidar com os diferentes tipos de pessoas que passavam pela sua loja. Começou pequeno, apenas uma lojinha, nos fundos do terreno da sua casa. Comprava daqui, vendia ali. Sua loja era voltada pro povo mais humilde, assim como ele. Camisetas com a famosa promoção 3 por R$10,00, calaças jeans a R$19,90 tudo de marca simples para não encarecer o preço. Decidiu entrar neste ramo quando era adolescente e trabalhava de flanelinha no estacionamento de um restaurante da sua cidade. Filho de pais bem rígidos, aprendeu desde cedo a valorizar o que tinha e não ter medo de trabalhar, muito menos medo dos outros. Encarava o que fosse de frente, mesmo que apanhasse, ao menos uma bem dada ele acertava. Sempre que conseguia juntar algum dinheiro para comprar uma roupa, ia até a loja e seu dinheiro dava mal e mal para a metade da camiseta que ele queria.

Foram longos 20 anos de trabalho, contas para pagar, mercadorias para comprar, clientes, vendedores, calotes...Mas assim ele foi, hoje tem 4 lojas com 4 nomes diferentes. Duas de roupas, uma de ferragens e outra de materiais de construção. Tinha uma família, sua esposa, Dona Gleci, o filho mais velho Marcelo e o caçula Juliano. O primeiro já com 28 anos e casado. O segundo com apenas 23 e chapado.

Julianos nesses 23 anos já tinha quase mais histórias para contar que o pai. Todas suas aventuras com as drogas, as festas, as mulheres e os carros. Ah, os carros. Ele destruia um a cada semestre mais ou menos. Com 18 anos ganhou de seu pai uma L200 e duas semanas já não era apenas uma L200...era A L200, rodas aro 22", som, rebaixada, película e turbo. Durou 8 meses até um poste atravessar sua frente na estrada. Com o dinheiro do seguro e mais um pouco da sua "mesada", era a vez do Audi TT. Estranho ou não foi com ele que ele teve sua primeira namorada séria. Durou o 4 meses, tempo suficiente para roubarem o TT e seu pai deixá-lo a pé por algumas semanas. Logo após o TT, um Tiburon, ai depois uma Pajero Full, um Audi A4, uam BMW X5 e atualmente uma LandRover.

Seu Nivaldo era um eterno apaixonado por animais. Em seu sítio, avaliado em aproximadamente R$ 1 milhão, ele tinha um enorme viveiro para sua Arara, e um super canil para Urânio e Shiva. Dois Pit Bulls. O primeiro levava este nome pois era todo cinza, com os olhos azuis e a ponta do fucinho rosa. E a segunda tinha este nome por ser uma fêmea forte e imponente, que na maioria das vezes era mais feroz que Urânio.

Com o tempo, o dinheiro aumenta, os negócios vão muito bem obrigado e o olho grande das pessoas também cresce. Era temporada de verão em Pindamonhangaba e as lojas estavam sempre cheias, principalmente as duas que vendiam roupas. Estas duas em especial, eram as que Nivaldo mais gostava e dava uma atenção muito grande. Mandou cercar as duas, colocou Urânio em uma e Shiva na outra. As duas eram uma colada na outra, só mudando o nome, parecendo que eram grandes concorrentes mas eram do mesmo dono.

Nivaldo passava duas vezes por semana em cada loja para pegar o dinheiro e levar para casa para no dia seguinte ir ao banco. Infeliz dele fazer isto sempre nos mesmos dias. Os ladrões de hoje em dia estão cada vez mais espertos.

Quinta - feira, onze horas da noite, Juliano, muito, mas muito chapado, fazia a contabilidade da loja de roupas. Sentado na cadeira de seu pai dentro do escritório e em cima da mesa dinheiro, mas muito dinheiro. Ele já contabilizava R$ 90.000,00 e o monte de dinheiro não acabava. Ele riiaa e ria sozinho com tanto dinheiro, ria tanto e escutava reggae em seu celular que nem se deu conta do barulho de porta arrombada no andar de baixo. Mas o barulho da porta do escritório sendo arrombada ele não teve como não escutar. Dois homens grandes, todos de preto e vestido uma touca ninja, antes de ele lembrar de se assustar, um dos homens deu uma coronhada com o 38 em seu nariz e ele foi à lona. Uns 15 minutos depois, quando acordou com o nariz sangrando e ainda muito louco um dos assaltantes disse:

- Cadê teu pai, filho da puta?

-Não sei.

- FALA PORRA!!! - e deu um soco em sua boca.

- Não sei, caralho!!!!! que que vocês querem hein??? pega todo esse dinheiro em cima da mesa e vaza, antes que meu velho chegue. ai vocês tão fudido!! - disse ele esboçando um sorriso sarcrástico.

- Tá tentando me deixa com medo, seu bosta?? Não quero dinheiro porra nenhuma, quero teu pai...com ele posso faze 10 vezes mais dinheiro que tem ai em cima.

- Como que vocês entraram aqui? Como que passaram pelo cachorro?

- Ah, para né....akele cinzinha já era..

- Seu merda...tu mato o urânio...agora sim que meu pai acaba contigo seu verme.

- Cala boca, filho da puta... - e deu um chute em suas costelas.

- E ainda é um cachorro barato de se matar, só um pouquinho de pão com água e uns cacos de vidro já deu.

- Aaaah seu merda...quanto tempo tu tá planejando isso pra sabe que os cachorros só comem pão com água?? e tentou avançar no ladrão.

Juliano assim como seu pais, eram muito apegados aos cachorros.

Antes que conseguisse levantar, o outro ladrão que até então estava quieto e suando, deu um chute na barriga de Juliano, que o deixou sem ar.

- Morre filho da puta - disse ele.

Foi neste instante que seu Nivaldo, a bordo de seu Hummer, sim, um Hummer H2, chegou. E chegou ja estranhando que o Urânio não estava latindo na cerca. Abriu o portão eletrônico, deu uma buzinada e nada do cachorro. Já ficou preocupado, pois nos 6 anos que o Urânio tinha, ele nunca deixou de verificar o que estava acontecendo quando alguem chegava perto.

Assim que ouviu o carro encostando, o ladrão pegou Juliano pelo pescoço, colocou o 38 na sua cabeça e desceu......Toda a faxada da loja era de vidro, e Nivaldo logo que viu seu filho rendido nas mãos do bandido, sacou sua pistola que sempre levava junto e deixava na porta do carro.

- Ai ó, te falei que o véio é nervoso...Agora ele já sabe que tu mato o urânio, vai te pega pelo saco e faze tu assoviar, seu desgraçado.

Juliano, muito chapado, tinha notado que o bandido estava muito nervoso e não conseguia reagir direito, então começou a deixá-lo mais nervoso fazendo comentários...

- É cara, meu pai gosta mais dos cachorros do que de mim, se ele atira, eu não vo me espanta nem um poco. E eu não tê nem ai.... - disse ele com os olhos que eram duas bagas de tão inchados.

- Fica quieto seu plaboy, antes que eu atire em ti, antes do teu pai.

Seu Nivaldo deu o primeiro tiro na vidraça, para quebrá-la....o ladrão jogou-se no chão junto com Juliano para se proteger do estilhaços. Nesse momento, Seu Nivaldo abre a porta do Hummer e tenta entrar na loja, mas antes de colocar os pés no chão, o ladrão da um tiro e acerta o pneu do Hummer.

- Seu filho da puta.....esse pneu custa mais que a tua vida, seu merda!!!! - e deu mais dois tiros, não estava nem ai se ia acertar Juliano ou não.

O ladrão deu mais um tiro, este acertou na porta do Hummer.

- HAHAHAHAHAHA seu viado, meu carro é blindado HAHAHAHAHAHAHA

Então o ladrão deu mais um tiro, este acerto ou braço de Nivaldo

- Mas teu braço não é blindado seu véio filho da mãe. - disse ele em voz baixa

Foi quando o bandido levou sua mão até a testa para secar o suor, que Juliano se desprendeu dele, e acertou-o em cheio no nariz, que fez ele desmaiar de dor. Porém, havia mais um ladrão, que estava lá em cima... Juliano saiu correndo lá para cima...Apareceu muito rápido e o outro ladrão não teve reação estava muito nervoso fumando seu cigarro. Juliano apareceu já se jogando em cima dele...subiu em cima do ladrão e o encheu de socos. Estava enlouquecido...cuspiu na cara dele, levantou, deu mais um chute em suas costelas e foi para o escritório. Fechou a porta. Atrás da mesa do escritório, seu pai guardava uma espingarda calibre 12 com o cano cortado.

Deu um tiro na porta que abriu um rombo que ele passava tranquilamente. Olhou para o ladrão estiacdo no chão, emendou-lhe um chute no nariz que ele foi parar lá do lado do olho. Chamou-o de filho da puta e cusipiu em cima dele.

Lá em baixo, seu pai tinha ficado dentro do carro com o braço sangrando sentado no banco. O ladrão estava levantando-se, quando Juliano disse:

- OOO seu filho da puta, já disse que aqui não é bem assim que funciona. O ladrão estava sem balas na arma, levatou-se e começou a correr. Juliano mirou bem na cabeça e disse:

- Ah se eu acerto a missa é de caixão fechado, seu filho da puta.

Atirou e acertou num vidro grande que havia no final da loja. O ladrão correu para o pátio e assim que colocou o pé para fora, eis que aparece Shiva, com os olhos brilhando no escuro e sua pele toda preta. Veio correndo com tanta vontade que quando pulou no ladrão ele caiu, ela mordeu seu braço, dilacerou-o com uma facilidade que parecia estar mastigando polenta crua. Foi para o omboro. Nivaldo viu a cena, saiu do carro e foi correndo até o bandido. Chegou bem perto da cara dele e falou:

- Seu filho da puta, planejou mas planejou mal....mato só um cachorro, esqueceu que a loja aqui do lado também é mim e também tem cachorro. E agora que tu não tem um braço, é só eu dize uma coisa pra ela que ela acaba contigo seu filho duma puta, e emendou um soco em sua boca. E Shiva ali, parada, com o ombro do sujeito em sua boca, babando de raiva.

O ladrão estava inerte, sem ação...suava feito um porco...Foi então que Juliano se atravessou na frente e gritou:

- SHIVAAA, KILL HIM*!!!!!!!

by nikieseuboné.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Erros e acertos

A vida passa diante de nossos olhos. Como se fosse o placar de um jogo, contamos nossos erros e acertos ao longo dela.É disso que consiste a vida: erros e acertos. Aprendemos com os erros, e nos motivamos a viver com a possibilidade de acertar. Duas coisas tão distintas e ao mesmo tempo tão próximas.

Era sobre isso que Josias pensava, estirado na sala.

Um pequeno fio de sangue, saía do lado direito de seu abdômen.A vista estava ficando embaraçada e o apartamento frio e vazio.Deitado, moribundo e pálido, Josias pensava sobre seus erros e acertos.

Antes daquele momento, ele tinha uma visão equivocada de sua vida. Achava que era uma pessoa adorada por todos, cheio de amigos, sonhos e felicidade. Mas deitado, só conseguia pensar em alguns amigos, no seu único sonho, nos seus pais e no cara que entrou no apartamento e atirou em Josias sem motivo algum.Pensava também, sobre seus erros e acertos.Eu gostaria de falar um pouco sobre isso.


Alguns amigos...

André, Mateus, Fábio e Josias. Grandes amigos. Cúmplices de todas suas atitudes. Apesar de todos terem uma família, a amizade deles era como se fosse uma segunda.Quando eram vistos sozinhos , as pessoas chegavam a estranhar. Como toda amizade, num determinado ponto de suas vidas, foram distanciando-se e encontrando-se cada vez menos.Agora, ver os quatro juntos é que parecia estranho.

Josias não gostava disso. Falou durante anos, que a amizade deles não acabaria tão fácil, e que eles dariam um jeito de se ver.Sentiu-se impotente, percebendo que cada um tomava um rumo diferente, e o rumo da amizade estava indo pro espaço.

Precisava fazer alguma coisa. Sabia que uma amizade não necessita sempre de presença física, mas queria fazer com que pelo menos tivessem um motivo para se encontrar.Afinal, eles cresceram juntos, tomaram porres juntos, jogaram num mesmo time de futebol. Queria mantê-los em sua vida, apresentá-los para sua mulher e seus filhos.


O único sonho...

Josias, com 25 anos já tinha ganho um bom dinheiro. Seu pai tinha alguns apartamentos e outros empreendimentos imobiliários, e quando seu filho único completou 18 anos, decidiu dar alguns imóveis para ele administrar. Josias ganhou 3 apartamentos e um terreno bem localizado. Vendeu um apartamento e conseguiu um ótimo preço.Com o dinheiro, começou a construir uma casa com um design moderno, que André (que se formou em arquitetura), havia desenhado. Em dois anos, o terreno valorizou absurdamente, e a linda casa valia agora 10 vezes mais do que antes. Josias vendeu-a e comprou outros apartamentos. Alugou alguns e revendeu outros por preços muito mais altos. Tinha o talento do pai. Vivia com o dinheiro do aluguel, que era mais do que suficiente.Enquanto isso, via sua conta milionária no banco crescer com os juros.

Como tinha a grana dos aluguéis todo o mês, ele não precisava trabalhar e estava cansado disso. Perdia apenas alguns dias, olhando e comprando apartamentos, mas e no resto? Foi aí que viu a chance de unir os amigos.Passou a ser seu único sonho: ter algo que gostasse de fazer, e que unisse seus amigos, mantendo-os sempre juntos.

Alguns meses depois, pediu para que os 3 viessem para a cidade, e os levou num bar. O bar ainda não tinha sido aberto, e todos estranharam. Josias disse que era amigo do dono, e eles ficaram por ali tomando cerveja. Conversaram sobre o andamento de suas vidas. Era incrível a maneira com que todos se deram bem. André, apesar de jovem, já era visto como um arquiteto inovador, com idéias modernas e sofisticadas. Fábio após alguns meses num escritório de contabilidade, foi convidado para ser sócio , deste escritório que cuidava de contas gordas de várias empresas . Mateus abriu uma fábrica de calçados, e em pouco tempo já tinha uma avantajada parceria com uma grande multinacional do ramo.
Josias levantou-se, e disse que gostaria de dizer algumas palavras:


-Prezados amigos... os rumos que tomamos, as escolhas que fizemos, acabaram nos distanciando.Apenas fisicamente, porque ainda considero, e sei que é um sentimento mútuo, vocês como se fossem meus irmãos. Gostaria de propor, um negócio a vocês.

Eles consentiram, e Josias continuou:

-Este lugar, que nós estamos agora, é excelente para um bar.Sei disso porque conheço esse tipo de coisa. Conheço tão bem, que resolvi comprá-lo.Comprei e montei isso que vocês estão vendo agora. E gostaria, em nome da nossa amizade, de dar 25% para cada um, e esse negócio será nosso. Eu tenho mais tempo que vocês e ainda moro na cidade. Me dispobilizo a ficar aqui e tomar conta, na maior parte do tempo. Vocês vêm para ajudar, e todo mês nos reunimos para ver como andam as coisas, ainda aproveitamos para sentar e conversar.

Aquilo foi muita informação, e os 3 acabaram demorando para assimilar. Mas depois ficaram eufóricos com a idéia. Aceitaram com a condição de que cada um iria comprar sua parte, para ser justo.

Josias adorava a possibilidade de ter um bar. Adorava o ambiente desses lugares. Pessoas conversando, fumando, tomando uma cerveja e descontraindo-se de mais um dia de trabalho ou de uma semana longa. Conversando sobre mulheres,homens, futebol, política, filosofia ou qualquer outra coisa. Essa era a principal paixão dele. Conversas. Principalmente as conversas de bar.

O sucesso parece que lhes rondava. Não demorou muito para o bar dar certo. As pessoas gostavam de ir lá para conversar e ouvir blues ou jazz. Adoravam o fato do dono, sentar e conversar em algumas mesas, fazer brindes à coisas alegres da vida. O bar ficou sem nome por algum tempo, mas acabou virando o Bar Lobo da Estepe. Os 4 sempre cantavam e tocavam essa música desde que se conheceram, e também haviam lido o livro de Hermann Hesse.

Josias as vezes subia no balcão e falava como um poeta, sobre a vida. Foi apelidado de Lobão(como todo dono de bar tinha que ter um apelido), em alusão ao nome do bar e pelas palavras que dizia e seu estilo boêmio. Era um ótimo ambiente e as pessoas adoravam o bar dos 4 jovens amigos. Josias adorava também. Parece que era um ambiente feito para ele. Como se tivesse vivido uma vida boêmia em outra encarnação, conversar e conhecer pessoas no bar era sua alegria e sua vida. E ainda via seus amigos toda a semana. Eles também se apaixonaram pelo que o bar se tornou, e largavam sua cidade e seus negócios todo final de semana, para ir ao Lobo da Estepe.

O bar estava indo bem, e eles estavam se encontrando. Era o que Josias tinha planejado. Conheceu a mulher de sua vida, e estava prestes a formar uma família. No momento em que pudesse apresentar seus amigos para os filhos, consideraria finalizado o objetivo.Quando pudesse dizer "ei, meu(minha) filho(a), estes são meus melhores amigos, eles foram meu amparo durante toda minha vida, e agora farão parte da sua. Você também terá amigos assim...até o fim".


Seus pais...

Os pais de Josias eram pessoas compreensíveis. Apesar de discordarem muito do que o filho fazia, tentavam apoiá-lo e compreendê-lo em suas atitudes. Josias à beira da morte, se arrependia de não ter conversado o suficiente com eles. Dedicou-se tanto a outras coisas, que não parecia ser íntimo dos próprios pais.

Graças ao seu pai, era uma pessoa responsável, que acreditava sempre no lado bom das pessoas, tinha um excelente caráter. Sabia que essas eram as caractarísticas mais marcantes e positivas do pai, mas parecia não o conhecer realmente. Não sabia quem foram seus amigos, quais eram seus medos, nem sabia as merdas que ele aprontou na adolescência.

Graças a sua mãe, era alegre e não desistia. Sua mãe lhe ensinou a ser assim, mas Josias sintia que faltava algo. Ouviu muito e aprendeu muito com ela, mas lhe falou pouco da sua vida. Ela não sabia realmente quais eram seus planos e as decepções que ele teve ao longo da vida.


O cara que entrou no apartamento, e atirou em Josias sem motivo algum...

Na verdade, qualquer ação tem um motivo. Não existe essa, de alguém fazer alguma coisa simplesmente por fazer.

Kléber era um cara invejoso e detestava Josias. Detestava sua bondade, sua alegria e sua facilidade de fazer amigos. Detestava seu bar, suas conversas e seus amigos. Detestava o fato de Josias ter casado com a mulher que amava.

Ficou perdido sem aquela mulher. Sua vida não fazia sentido sem a possibilidade de tê-la. Ficou bêbado, decidiu pegar sua Magnum e matar Josias. Queria acabar com tudo que ele tinha.

Josias na verdade nem sabia quem Kléber era. Por isso não entendeu quando entrou na sala e viu aquela pessoa apontando uma arma:

-Calma rapaz...Você pode levar o que você quiser.

-Eu gostaria de levar essa sua vida feliz e perfeita. Não posso tê-la mas posso tirá-la de ti.

Acertou um tiro no barriga de Josias e saiu. Sabia que ele iria morrer. Kleber era médico e havia acertado o fígado de Josias...


Erros e acertos...

Josias sempre foi uma pessoa boa. Nunca agrediu ninguém. Acreditou nas pessoas, mesmo que elas já o tivessem traído. Foi fiel a pessoa que amou. Foi fiel aos seus amigos.

Era tarde demais para reavaliar sua vida. Gostaria de ter conversado mais com seus pais. Gostaria de ter dito que os amava. Gostaria de ter aproveitado mais a vida. Queria ter visto coisas novas, diferentes. Ter feito algo útil pelas pessoas. Queria ter viajado com seus 3 amigos, para a América do Sul, para tocar violão e ganhar esmolas nas praças das grandes cidade. Queria ter visto seu filho nascer. Queria dar um nome para ele e ensiná-lo a jogar futebol. Queria cantar lobo da estepe para ele dormir. Queria chegar aos 80 anos, e sentar numa mesa com Mateus, André e Fábio.Para que eles conversassem sobre todas as coisas boas que eles fizeram. Sobre os bons e maus momentos. Sobre o bar. Sobre sua amizade. Sobre suas vidas, seus erros e acertos...


...

Num domingo de sol, Fábio,Mateus, André e Mariana(mulher de Josias, que estava grávida) e os pais de Josias, olhavam a imensidão do mar. Aos poucos, as cinzas de Josias iam caindo e desaparecendo com o vento. Ele sempre quis isso. Não queria que as pessoas fossem ao seu enterro, chorassem e voltassem a sua vida normal. Queria que apenas as pessoas que ele amou, participassem de um momento realmente sincero. Gostaria de fazer parte do mar. Qualquer hora que um deles estivesse em algum lugar, numa praia, ele de alguma forma estaria lá. Faria parte daquela imensidão azul.

Fábio puxou o violão e começaram a cantar Lobo da Estepe. Uma rajada de vento, dispersou de vez as cinzas de Josias. Era uma brisa que parecia acompanhar o doce som do violão e a voz de todos. Era Josias, dando seu último adeus. Ele estava tranquilo. Seu filho se orgulharia de quem ele foi. Aprenderia a tocar aquela música. Tomaria banho de mar, e saberia que seu pai, de alguma maneira estava presente. Adoraria conversar. Seria inteligente e acreditaria na bondade dos outros. Aprenderia com os erros, e viveria na expectativa de acertar.




by escritor da zona

sábado, dezembro 01, 2007

De sonhador para alguma outra coisa

Antes de mais nada, esse post é para o meu amigo Niki!Não que não seja para os outros leitores do blog lerem, mas é uma explicação de uma mudança que eu decidi fazer, e como sócio, ele precisa entender as coisas loucas que passam pela minha cabeça.

Quando eu decidi usar o nickname de dream is destine , me inspirei num dos melhores filmes que já vi até hoje, chamado waking life. Trabalhando diálogos de uma forma admiravelmente complexa, o filme passa várias idéias, inclusive a de que sonho é destino.Você sonha quando está dormindo, mas também sonha quando está acordado, e quando morrer, vai sonhar eternamente.

Mas apesar de ser um nome legal, acho que não é algo que combine comigo.Apesar de eu acreditar na expressão, na verdade o que me contagia é toda a idéia do filme,todo o contexto.E 3 palavras(apesar de fazerem mais sentido do que muitas outras) não conseguem resumir a complexidade que eu gostaria de passar com esse nome.

Bem, vocês podem pensar que agora eu usarei um nickname fenomenal, inteligente.Bem, acho que foi a coisa mais simples que eu consegui, porém é algo que me deu inspiração, e faz mais sentido do que qualquer outra coisa. Escritor da Zona.

Pode ser idiota, mas faz sentido pra mim.Quando escrevi aquele texto, da zona(leiam esse texto caso não estejam entendendo) , percebi como era bom escrever.Quando eu estava lá, não imaginava que iria escrever sobre aquilo, mas já tinha ingressado no blog.Porém, ainda não tinha tido aquele momento de inspiração, de prazer em escrever.Coincidentemente, o êdo naquele dia, tocou no assunto de ser escritor, e acabou criando toda a história e o contexto para mim escrevê-la.E eu gostei de escrever aquela história.E a partir dali, escrevi com mais inspiração.Pensando naquele dia, refleti sobre o que pensava a respeito do ato de escrever.Reformulei algumas coisas, e hoje estou aqui, escrevendo e aprendendo.

A moral então, de tudo que estou escrevendo, é que o novo nickname é tão abstrato quanto o outro, porém faz mais sentido no meu contexto.Não sou um cara que vou com um imenso prazer para uma zona(o próprio post citado acima mostrou isso).Mas foi naquele dia, com a viagem do êdo e a singularidade da situação, que eu passei a ser alguma outra coisa...