sábado, fevereiro 23, 2008

Uma vida

Não tinha nascido prematuro. Mas por conta disso, logo que fez o exame do pezinho, aquele que todos fazem para assegurar que está tudo certo com o nenê, eis que vem a surpresa:

RESULTADO POSITIVO PARA FENILCETONÚRIA.

A tal da Fenilcetonúria é hereditária e se caracteriza pela falta de uma enzima em maiores ou menores porporções, impedindo que o organismo metaboliza e elimine o aminoácido fenilalanina( aquele que tem nos refrigerantes também ). Este, em excesso no sangue é toxico, atacando principalmente o cérebro e causando deficiência mental. Geralmente o portador desta doença tem PELE CLARA, CABELOS LOIROS E RALOS E OLHOS AZUIS.

Os pais se entre olharam, a mãe já com lágrima nos olhos cai nos braços do marido tentando descobrir o motivo da doença já que em nem em sua família nem na de seu marido havia vestígios de algo parecido com isto.

Olhavam para o bebê na sala da maternidade do hospital através do vidro que a separava do corredor do hospital, no centro de Caxias do Sul. Passado um mês refizeram o exame, eles ainda não acreditavam no resultado, alguma coisa deveria estar errado. Desta vez levaram-no para um hospital na capital e refizeram o exame. E para surpresa do mesmo...

RESULTADO NEGATIVO PARA QUALQUER ANORMALIDADE.

Suspiraram e deram graças à Deus, afinal, se algo da certo a moral é dele, se não dá, a culpa é de quem fez errado.

E assim saíram de volta a sua cidadezinha no interior do estado. Não que fosse bem interior, mas aquela cidade de decendência alemã, pequena e acolhedora era realmente boa pra criar seu filho.

E assim passaram-se mais alguns meses, ano novo carnaval. Quando ele tinha 10 meses, sua mãe notou que seu olho esquerdo estava meio ressecado, hesitou em levá-lo ao médico, mas no dia seguinte, quando ja havia criado uma casca em volta de seu olho, foi direto ao pediatra. Foi diagnosticado uma pequena obstrução no canal lacrimal do bebê, que acarretava no ressecamento do olho uma vez que as lágrimas não chegavam ao olho para mantê-lo úmido até o outro dia quando seria feita a cirurgia. Não tinha completado nem seu primeiro ano neste mundo quando faria sua primeira cirurgia.

Chegando no hospital, em jejum é claro, foi logo para a enfermagem. A enfermeira tirou sua roupa e colocou-lhe um avental azul, tamanho adulto e lá ficou junto de sua mãe parencendo um anjinho enrolado no avental com seus cabelos cacheados. Assim que o médico chegou e levou-o para a sala de cirurgia ele levantou a mão e esboçou um asceno para a mãe, que se derreteu em lágrimas, afinal ele tinha 10 meses, não sabia falar, mas sabia o que estava acontecendo. Para quem a princípio tinha deficiência mental, até que ele não era tão burro assim.

Mais tarde, já na CTI do hospital, sua mãe traz uma maçã para ele comer, uma vez que seu corpo rejeitava tudo que vinha da vaca, ou seja, leite, iogurte, queijo, pão de leite, bolachas, qualquer coisa que tivesse o tal do leite, fazia o vomitar sangue e o raio.

Um primeiro ano de vida um tanto quanto conturbado para uma criança que a princípio era deficiente mental, deveria ter nascido branco de olhos azuis e loiro mas nasceu moreno com cabelo e olhos castanhos.

Um bom tempo depois, quando já resmungava algumas palavras, e comia de tudo, estava ele na sala de sua casa, olhando TV, mais específicamente Pica-Pau e comendo um pedaço de polenta crua. É, polenta crua mesmo, as vezes ele dava sinal de uma pequena demência mental em certas coisas, mas nada muito preocupante. Sua mãe, na cozinha fritando as polentas como deveriam ser comidas, escuta um barulho esquisito, como se alguém estivesse vomintando, sufocando ou se ENGASGANDO. Não deu 5 segundos para o berreiro começar. E chorava alto ainda aquela criança, seus pulmões davam indicios que ele seria um ótimo corredor tamanha sua força para gritar. Sua mãe desesperada, tanta acalmá-lo em vão, pega o carro e o leva para o hospital da cidade. Chegando lá, explica ao médico que o filho havia se engasgado com alguma coisa, provavelmente o pedaço de polenta crua que estava comendo. O médico reluta em acreditar, já que se fosse realmente um pedaço de polenta, ele ja teria se dissolvido. O médico examinou, examinou e não encontrou nada. Sairam de lá, andaram mais de 100km pela cidade tentando acalmar a criança, mas nada. Ela continuava chorando. Chegaram em casa tarde da noite já e sua mãe nem seu pai aguentavam escutar seu choro, foi quando sua mãe sentenciou:

- Pára de chora guri, eu vo pra cama. - virou-se e foi embora...

Chegando no seu quarto, assim que tinha deitado, escutou o mesmo barulho que havia escutado no mesmo dia. Mas agora as coisas se inverteram, em vez de escutar o tal barulho e a criança começar a chorar, como havia acontecido na hora do meio dia, escutou o mesmo barulho, mas não escutou mais o choro. Foi quando sua porta abriu lentamente com seu filho que mal batia com a cabeça no trinco da porta, com uma mão junto ao peito e uma cara de choro, balbuciou:

- Mamãe....

E mostrou-lhe o crusifixo que ele haviam engolido quando colocou-o na boca junto com o pedaço de polenta crua que sua mãe lhe deu.

Depois de mais esta façanha, em seus curtos dois anos de vida, começou finalmente a levar uma vida normal. Seus pais se separaram, mas ele era muito pequeno para entender tudo, só sabia que um final de semana ficava com sua mãe e outro com seu pai, mas morava durante a semana com sua mãe. Ele foi crescendo, sua mãe trabalhava e deixava ele na creche, voltava a tarde para pegá-lo. Em seu apartamento haviam poucos móveis, uma televisão, um colchão no chão como se fosse um sofá, mas eles eram felizes. Muito felizes. Como não tinham mesa de jantar, sempre faziam pique-nique na hora do almoço e janta. A mãe esticava uma toalha de mesa no chão e ali eles comiam batatas fritas com catchup e tomavam coca-cola. Ele tinha coleção dos bonecos do Cavaleiros do Zoodíaco. Aqueles que vinham com armadura de metal e tudo. Sempre no começo do mês quando sua mãe recebia ele ganhava um. Ela trabalhava em outra cidade e de manhã ficava na creche e a tarde ficava com sua avó e sua tia.

Quando tinha uns sete anos mais ou menos, sua mãe começou a namorar um cara. Ele apenas aceitou, era tudo muito complicado para alguém que a princípio era para ser deficiente mental. Um tempo depois, eles eram uma família. Esse cara, deu de presente o seu primeiro video-game. Um super nintendo, com dois controles e três jogos. Assim que abriu o embrulho e viu um desenho do Super Mario na frente, pulou como um gato que foge da água no pescoço do seu padrasto, que ele chamava tranquilamente de pai. Mais uns meses eles estavam indo para as suas primeiras férias juntos. Em canasvieiras um bairro de Florianópolis. Mas para ele, canasvieiras era uma outra cidade dentro de Florianópolis, devido a distância do centro da cidade até lá. O hotel era muito legal, com piscina e o tal do elevador. Estavam chegando da praia e ele fez uma aposta:

- Eu aposto que chego la em cima mais rápido que vocês.

E seu pai respondeu:

- Então quero ver. - e fingiu que iria sair correndo.

Ele, muito esperto tinha visto que o elevador estava aberto...correu para dentro dele, fechou a porta e apertou o botão do segundo andar. Chegando lá em cima, o elevador saia exatamente do lado da escada. Mal abriu a porta e saiu correndo, pois viu que seus pais já estavam alguns passos a frente. Correu, correu e se fodeu. Não tinha lembrado que para ir ao seus apartamento ele tinha que fazer uma curva e também não tinha visto a placa amarela de " piso escorregadio". Quando se deu conta já estava deslizando no piso molhando e indo de encontro a esquina da parede. Dito e feito, uma perna para cada lado da parede e adivinhem......"os documentos" no meio delas. Foi como um saco de bosta. Bateu na parede e caiu para trás aos prantos. Seu pai correu atrás, o pegou no colo, FEZ A CURVA, que ele havia esquecido de fazer e levou-o para o apartamento. Abriu o freezer e NADA DE GELO. Foi então que pegou uma latinha de SKOL e colocou em sua virilha. Uns quinze minutos depois, quando já estava mais calmo ele pediu:

- E-Eu, a-a-ainda vo consegui faze xixi????

Sua mãe para acalmá-lo disse:

- Claro filho, claro...

Apesar da falta de móveis em seu apartamento, sua mãe consegui lhe pagar uma escola particular e não deixar nada faltar em casa, fora os móveis é claro.

E assim continuou sua vida, teve uma tentativa frustrada de mudar-se de colégio, ficou um mês e voltou ao que estudava. Até que para alguém que era para estar na APAE e não no colégio, ele se saia bem. Não era o aluno nota 100000 que toda mãe quer, mas aguentava as pontas no 7, 7.5

Lá pelos 10 anos começou a se interessar pelos esportes. Tentou o futebol, era uma negação. Foi para o vôlei e acertou. Estava na categoria pré-mirim e já treinava com os da categoria infantil. Ou seja, ele tinha 10 anos e treinava com guris de 14 15. Tá certo que na maioria das vezes ele era o alvo a ser atingido nos jogos, mas foi ali que viu que realmente gostava do negócio. Ao longo de suas 53 medalhas, duas foram do futebol, umas 6 talvez de atletismo e o resto de vôlei. Seu time ganhava vários campeonatos, ele tinha vários amigos, tanto na sua escola como fora, que eram os que ele conhecia nos campeonatos. Era ele o mascote do time. Ele que levava as bolas, a água. o uniforme. mas não reclamava, pois estava duas categorias acima, mas quando ele jogava com os da sua idade, ai sim, as coisas mudavam. Ele era o capitão e literalmente " o cara ", devido a sua experiência nas categorias mais altas. Tentou a sorte num time de universidade. Tentou e conseguiu. Ficou alternando os treinos em sua cidade e na cidade vizinha junto com dois colegas durante um ano. Foi então que surgiu a paixão por veículos de duas rodas, leia-se, bicicletas. Mas não eram bicicletas comuns, eram de Downhill, muito mais caras que as normais.

Agora então além de jogar vôlei, andava de bicicleta. Foi montado a sua aos poucos, com mais dois caras que também queriam começara andar. Pode - se dizer tranquilamente que ele e seus amigos foram os precursores das " bicicletas que pareciam motos" na sua cidade. Mais tarde, num verão qualquer, pegou uma raquete de tênis e foi ver qual que era a do esporte. Agora ele tinha uns 12 anos, talvez 13. Definitivamente, a habilidade que ele não tinha nos pés, tinha nas mãos. Levava jeito pro tênis também. Começou a fazer treinos, mas com o passar do tempo eles foram ficando caros. Foi quando ele cogitou a possibilidade de desistir e seu professor negou até a morte que ele desistisse. Ele tentava argumentar que não tinha dinheiro para pagar as aulas que as coisas estava dificieis de conciliar a bicicleta com o vôlei e agora o tênis. Então seu professor simplesmente não lhe cobrava mais mensalidade. Ele treinava de graça. Podia treinar todos os dias se quisesse, tamanha era a confiança do técnico no guri. Mas isso durou apenas alguns meses ainda até ele desistir de verdade.

Até então estava inteiro, na bicicleta quebrou seu braço e no vôlei seu pé, que tem uma bela e divertida hisória para contar, basta clicar aqui. Nunca foi o garanhão entre as menininhas. Apesar dele conhecer todos e todos o conhecerem, era tímido. O que poderia ser visto como uma coisa boa ou não. Boa para as meninas que achavam isso " bunitinho" ruim para ele que apesar de brincalhão nunca deu jeito de arrumar uma namorada. Até trocou uma quase possível namorada por sua bicicleta, como? é só clicar aqui.

Foi na sétima série que conheceu seus amigos de verdade. Primeiro eram ele e mais três, ai passaram a ser ele e mais quatro e hoje são seis. Ele tranquilamente poe a mão no fogo por qualquer um deles, e a confiança é total. É uma coisa muito legal, porquen independente da distância, a amizade continua a mesma.

Fizeram muitas coisas junto. Ele mesmo tinha história para vender e ficar rico. Podia contar da vez que tinha colocado fogo no mato da cidade junto com seus vizinhos, ou das muitas vezes que fugiram da polícia com sua garele de R$30 comprada em sociedade também com os vizinhos, que até hoje se falam. Ou então da tão falada viagem para a Argentina com a turma do terceirãoFizeram muitas coisas junto. Ele mesmo tinha história para vender e ficar rico. Podia contar da vez que tinha colocado fogo no mato da cidade junto com seus vizinhos, ou das muitas vezes que fugiram da polícia com sua garele de R$30 comprada em sociedade também com os vizinhos, que até hoje se falam. Ou então da tão falada viagem para a Argentina com a turma do terceirão

Foi crescendo, jogando vôlei, se destacando, mas até então só nos esportes, na aula continuava guentado as pontas num 6.5 7. Quando ia se formar na escola, seus pais decidem se mudar. Ele contraria tudo e a todos. Mas acaba cedendo. Termina seu ensino médio e vai junto com os pais. Começa na faculdade. Depois a trabalhar. Ai ganha uma tal de Olimpíada do Conhecimento. Continua a trabalhar e hoje, aquele que a princípio era para ser deficiente mental e estudar na APAE, hoje faz faculdade de Tecnologia em Automação Industrial e ganha pago para estudar e representar o estado de SC na etapa nacional da tal da Olimpíada. Hoje ainda tem gente que na primeira vista, com aquele óculos e o cabelo bagunçado, o chama de nerd. Mas como ele mesmo diz, nerds não têm tatuagens, quiçá duas, uma na perna e outra no braço; não saem para festas; não sabem conversar; tem fobia a lugares com muita gente e não são engraçados e sarcásticos e muito menos ainda, gostam de musica eletrônica, que as vezes faz ele passar também por drogado.

Ah, e ele também gosta de escrever, tem um blog com um nome meio esquisito que compartilha com um amigo. http://nikieseubone.blogspot.com . Visitem, vale a pena. No último post, ele conta a história da sua vida.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

A la Bukowski

Acordou,e foi direto para o banheiro. Arriou a tampa do vaso, mijou e depois vomitou naturalmente. Lavou a boca com um copo de água, e pegou uma garrafa de vodka, que estava pela metade, jogada no lixo.

Por um tempo, ficou olhando para uma tela rabiscada, com a garrafa numa mão e um pincel na outra. Encheu a boca com vodka, e cuspiu na pintura, que lhe causava desgosto. Aos poucos, a tinta foi cedendo e a imagem começara a ficar borrada, indicando que a tinta ainda estava fresca.

Desde que Danton Viegas começou a pintar aquela tela, havia perdido a noção do tempo. Não sabia quanto tempo dormia, e não fazia idéia de que hora do dia estava. Não sabia nem há quantos dias estava assim. Deslizou o pincel suavemente sobre àquela imagem, que começava parecer agradável aos seus olhos. Entornou a garrafa de vodka, e deitou-se mais uma vez.

Ainda estava acordado, quando ouviu alguém bater a sua porta. Detestava ser interrompido nesses momentos, mas a pessoa do outro lado, parecia insistente. Levantou mal-humorado, e abriu a porta. O homem que havia lhe incomodado, olhou para o rosto de Danton, e observou o estado do apartamento. Janelas fechadas, garrafas de bebida e cigarros por todo o canto. Aquele lugar cheirava a melancolia e solidão.

-Vêde, porque dizem que a humanidade está perdida! Até os grandes artistas, possuidores de capacidades sublimes, acham que o talento só é encontrado com solidão e auto-destruição.

Danton Viegas, olhou irritado para àquele homem, e sussurou:

-Entre, Profeta.

Danton nunca dava muita bola para o Profeta. Ele era um escritor indignado com o mundo, e vivia dizendo como as pessoas deveriam agir. O problema, é que provavelmente pensaram nele, quando inventaram a expressão: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Danton, considerava-o um hipócrita, mas lhe convidou para entrar quando viu, que este trazia uma sacola com algumas cervejas.

O Profeta, largou a sacola em cima de uma estante bagunçada, e disse que a cerveja ainda estava quente. Danton Viegas pareceu ignorar as palavras daquele homem, abriu uma lata e tomou como se fosse água.

-Diabos, Viegas! olhe para essa sua cara !

-Ela não deve estar pior que a tua, Profeta.

O Profeta consentiu, pegou também uma cerveja quente, e começou a tomar. Era preciso, as vezes, reforçar a realidade para que aquele velho escritor, caísse na real. Já faziam anos, em que ele havia se transformado no que ele mesmo criticava: um homem de inteligência e talento, porém perdido em sua complexidade interior.

Tomaram as 10 latas que estavam na sacola, em completo silêncio. O Profeta, pareceu admirar a tela estendida, durante todo esse tempo. Quando Danton Viegas, jogou a última lata pela janela, o escritor quebrou o silêncio:

-Esta é sua grande obra? Estão falando por aí, que tu vens trabalhando em algo grandioso. Que estás há dias trancafiado neste apartamento, chorando de solidão, derramando suas lágrimas diante deste quadro que eu passo a admirar.

-Admiras mesmo, Profeta? O que enxergas nele?

-Enxergo a complexidade do homem. A tristeza, a raiva e a incompreensão. Todos esses sentimentos, entre traços e cores diferentes. Enxergo o desespero pela morte, e ao mesmo tempo a fome de viver.Mas eu estou bêbado. Talvez seja apenas isso.

O Profeta deu uma risada gostosa, e levantou-se, já embriagado. Deu um abraço em Viegas, que retribuiu com uma emoção comovente. Uma lágrima escorreu pelo rosto do escritor, que falou tristemente:

-Adeus, meu filho. Faças, o que acha justo e correto. Encontre a verdade na realidade, e não na confusão de seus pensamentos.

Dizendo isso, o Profeta saiu pela porta. Danton Viegas ficou ali, parado. Caiu na cama, e adormeceu por muitas horas. Dormiu,como se fosse o último sono. Sonhou,como se fosse o último sonho.

Acordou,e foi direto para o banheiro. A tampa já estava arriada,e ele apenas precisava vomitar. Abriu uma garrafa de vodka, e com ela tirou o gosto ruim da boca. Parou diante de sua pintura mais uma vez. Desta vez, ao invés do pincel, sua outra mão carregava um revólver. Nesses momentos, o tempo corre de outra forma, e não sei dizer se foram dias,horas, ou minutos que ele ficou olhando para o quadro. Colocou uma bala no revólver e apontou para a tela. Depois, apontou para sua própria cabeça.

Exitou por um instante. Via, naquela pintura, um rosto desfigurado e desesperado. Os olhos, mesmos disformes, exclamavam por vida. Tinham esperança e sonhos, apesar de demonstrar solidão. Aos poucos, a arma pareceu ficar pesada, e o braço de Danton Viegas foi cedendo. Seus dedos, deixaram que o revólver escapasse pelas mãos, e este caiu no chão. Mais uma vez, não sei dizer se foram dias, horas ou minutos que ele ficou ali, parado olhando para o quadro. Mas desta vez, estava sorrindo.

Correu para a janela e abriu-a. Pensavam que ele estava louco, quando começou a gritar

-Eu quero viver! Eu quero viver! LIBERDADE! LIBERDADE!

Na última noite, ele realmente havia dormido seu último sono, e sonhado seu último sonho. Foram as últimas horas de sono de um escravo. Um escravo da própria tristeza e solidão. Viegas, saiu pelas ruas, cantando canções felizes, e distribuindo flores para as moças bonitas que passavam. Sobrou uma flor ainda, para deixar no caixão do Profeta hipócrita.A verdade, agora estava na realidade, e na confusão de seus pensamentos...

by Escritor da Zona

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Carnaval parte ||


Começamos pelo começo. Ônibus, filas, calor e na mochila, uma mini saia, uma blusa rosa uma calça embalada a vácuo, leia-se, lycra, e uma bata, sei lá se é esse o nome. Quem via pelas ruas do centro de florianópolis com a mochila, nem imaginava o destino final daquela tarde.

Parada no Imperatriz, várias Brahmas, Bohemias, Skols e Millers na sacola, dinheiro sacado. Vamos para a concetração. Chegando lá, alguns já davam os primeiros sinais da transformação.
Ah, fotos completas da folia, pode-se conferir aqui.

Era um bando de marmanjo barbado com tatuagem com umas ropas curtinhas, a maioria rosa, perucas, batom, maquiagem e muita cerveja. Cada um com seu isopor, vamos rumo a rua Osmar Cunha. Eu que achei que era só nós os retardados que sairiam de mulher pelas ruas de floripa, estava redondamente enganado. Até chegar a tal rua, umas 4 quadras mais ou menos, todos os carros que passavam, nós parávamos, sentávamos em cima do capô, em alguns onde tinha mais mulheres até abriamos a porta para entrar dentro. E o mais legal era quando a placa do carro era de São Paulo:

- OOOO camarada, baixa o vidro ai!!! - dizia um deles, com 1,90m mais ou menos, uma mini saia preta, uma mini blusa branca e uma peruca loira.

Depois que o cara abaixava o vidro, vinha a piadinha que ganhou o dia certamente.

- OO amigo, me diz uma coisa. Se dentista cuida de dente, PAUlista cuida de quê?????

Pronto, nem mesmo o paulista se aguentava e entrava na brincadeira também.

Chegando lá, meu pensamento que só seríamos nós, a confirmação que eu estava esperando. Tinha muuuuito homem fantasiado de mulher, meudeus!!! Era um pandemônio aquilo ( a palavra é legal, mas não sei o que significa e também não quero procura no google).

Já passava das 7 da noite, as coisas já não ficavam mais paradas no lugar, se mexiam ou era a cabeça que girava, mas tava tudo muito legal. Era hora de ir embora, até o norte da ilha era uma graande viagem e logo depois o show do fatboy slim.

Já no El Divino club, esperando alguns amigos, outros já estavam la dentro. Estacionamento cheio, sede batendo, ir lá fora e sentar numa mesia da carrocinha de cachorro - quente era a melhor opção. Chegando lá, um água sem gás bem geladinha pra matar a sede. Sento num banco e chega um boca aberta qualquer que quase me tira do sério, por incrível que pareça. Camiseta do Inter, bermuda e chinelo. Dizia que era amigo do dono da carrocinha, mas o dono só o xingava e dizia que era um baita 171. Mal conhecia, sentou do meu lado, me entrego uma camisinha e um panfleto do Sexy Night Club ( uma zona chique aqui de Floripa ) :

- ó piá, pra ti. E larga essa água e vai toma uma cerveja seu playboy.

- Que mané playboy magrão, tá loko??

- Ah, claro que é né, todo bunitinho ai, camisa, calça....Tu tem cara de se safado mesmo.

Aaaf, só me faltava essa ainda, um folgado desses pra enche o saco!

- Que que tá falando ai meu? fico loco?

- Ah, pára né...tu tem cara de quem faz engenharia, e é um baita safado!!

Sim, só me faltava essa ainda, um colorado quereno baixa o mãe diná, antes do show do fatboy ainda.

- Porra, mas tu é folgado hein meu...nem te conheço e tu já vem falando bestera ai...

- Ah, eu so folgado mesmo, e só não te do uma bocha na cara agora pra tu não entra com o olho roxo lá dentro.

- Sim., me dá um soco que os policial enfia o cacetete no teu cú daqui até a delegacia....

Nessa hora quando eu quase tava me conformando de entra com um olho roxo no show, um grupo de amigos falando mal de Curitiba, e adivinha de onde o sem noção era? Claro, de curitiba. Saiu de perto de mim, e foi lá encher o saco dos outros. Deve ter falado a mesma coisa que disse pra mim. Mas tudo bem. Peguei uma cerveja e fui em direção ao portão C que era para os maiores de idade com ingresso pra pista.

Lá dentro, achei o meu chefe com o namorada, que trbalha na TVCOM e ganhou os ingressos, conheci o Padilha, que apresenta o programa Na pilha na TVCOM também e trabalha com a Alissa, namorada do Kbca, meu chefe. Sentado em um sofázinho bem baixado, recarregando as pilhas para poder aproveitar o show do fat boy. Dando uma volta, olho para cima nos camarotes e encontro a Marina e a Fabiana, colegas de SENAI ( um beijão pra elas ). Elas no camarote, eu na pista, dura realidade de um estagiário. Mas tudo bem, dou dois passos para a esquerda, encontro o Alan, um Suíço perdido pelo Brasil e sua namorada. OK. Já conheço gente demais nessa festa.

O celular vibra. Era a Dani pedindo pra eu i até o banheiro feminino encontrar com ela. PORRA, eu ia sabe onde era o banheiro feminino lá. Beleza, além de grande os seguranças devem servi pra mais alguma coisa.

- O cara, onde que é o raio do banheiro feminino aqui hein??

- Aqui atrás, na saída da segunda pista.

Justamente, lembrei de ela ter falando alguma coisa com segunda pista, mas eu não sabia onde era.

Antes de sair a procura da Dani, eu saio e meu braço fica, alguém me puxou, ou vou leva um soco na cara, ou um beijo, afinal, é carnaval. E quando me viro, já contorcendo a cara pro soco não doer tanto, eis que vem um beijo, mas ñão daqueles. Era a Isadora, amiga da Sofia. Ela queria sabe porque eu não tinha comprimentado ela....

Bem óbvia a resposta:

- SIM, E DA ONDE EU IA IMAGINA QUE EM VEZ DE TÁ EM SÃO MARCOS TU IA TÁ AQUI EM FLORIPA, E PIOR AINDA, NO SHOW DO FATBOY? Sério, eu não te vi....

Um pouco de blá blá blá, uns 3 passos pra frente, e dou de cara com o banheiro feminino. Até tinha passado por ele já, mas na imensidão do El divino, achei que teria mais que um banheiro de verdade. Enquanto eu voltava pro lugar de origem na metade do caminho o show começa. Começou meio devagar, quase parando. Quis acredita que era só a entrada dele. Até me espantei por ele já não ter começando tocando "Put Your Hands Up For Brazil". Estranhamente começou fazendo umas mixagens na hora a um ritmo que variava de prog para minimal.

Ai vocês me pedem, " tá mas foi bom o show?". Ai eu respondo, "Depende"....
Quem foi lá pra curtir as músicas que mais fizeram sucesso dele, como " Put Your Hands Up For Brazil", "Prise You", "The Rockafeller Skank", "Lazy", "I See You Baby", " Fuckin in Haven" entre muitos e muitos outros, se fodeu. Em três horas de show, ele tocu apenas a tal da " Put Your Hands Up For Brazil", " Right Here, Right Now" e "Everyonde Needs a Carnival". O resto do show foi só meio que um LIVE dele, num estilo meio diferente, que quem não conhecia música eletrônica devia tá achando uma merda. Eu não tava com espírito de outro estilo de música a não ser as deles. Era vísível, quando ele começou a tocar " Put Your Hands Up...." todo mundo pulou até a música acabar, já quando era outra coisa...... Ele deve te sentido que não táva legal. Tentou emendar um RAP DAS ARMAS, em versão eletrônica, mas acho que não colou muito. O show começo as duas da manhã, as três eu estava deitado em um sofá durmindo. Ainda tentei puxar assunto com uma guria que sentou do meu lado e pisou no meu pé, mas depois que ela disse que tinha 15 anos, eu preferi durmir mais um pouco.

Todo mundo fala " Ah porque o FBS AMA o brasil" ....Ama o caralho, deve gosta de recebe em Real, isso sim. Pra quem achou que ele ia surpreender fazendo algo de diferente, talvez vestindo uma camiseta do Figueira ou do Avaí, ou até da Seleção como da última vez que ele esteve no Planeta Atlântida do RS, que estes fiquem esperando. O show foi bem sem sal. Nada da versão eletrônica que ele fez pra "Gartoa de Ipanema", muito menos show pirotécnico como no Planeta do RS. Mas tudo bem. O que tinha por vir ainda iria surpreender muito mais que o britânico.

Já passavam das 5, eu tava na fila do banheiro quando escutei:

-A música eletrônica é construída através de diversas sonoridades repetitivas, marcadas sempre com 8 tempos, denominados loops. Existe algo que é construído através de diversos sentimentos quase nunca repetitivos que são marcados e definidos sempre por momentos denominados life. A nossa vida é uma volta que não pretende parar tão cedo. Boa noite Santa Catarina. Sejam bem - vindos, LIFE IS A LOOP.

Ao mesmo tempo que alguém falava isso, as palavras apareciam no telão. Duas mesas com cdj's e uma bateria. Estava feita a merda, Life is a Loop estava entrando em cena.

Muitos videos podem ser vistos no youtube dessa entrada, ela é muito animal, é só procurar por life is a loop que aparece um monte de coisa. E fotos do show também no meu album do orkut. Mas essa eu preciso postar porque foi destruidor o show deles, com certeza.




Mas voltando. Logo de começo, alguém da produção deles, joga sobre a platéia mais de mil, com certeza, daqueles espaguetes em forma de balão que os mágicos de festa de criança fazem vários formatos pra divertir todos. Com uma música impossível de ficar parado eles agitaram a galera muito mais que o tal do FBS. Com certeza. Era uma vibração muito loca. E foi ali também que eu percebi uma loira e uma morena, as duas eram coisa de cinema, tortas de gostosa e ainda com pulseira de camarote, então eu me perguntei:

- Que que essas ai tão fazendo aqui? são loca certo.

E fiquei ali, curtindo sozinho, já que tinha me perdido e não fazia muita questão de me achar de novo. Dali uns 10 minutos, elas que estavam a minha direita, vem dançar na minha frente. Elas deviam ser presas por fazer aquilo. E ainda depois disso, não satisfeitas, a morena, se vira pra trás, ou seja, de frente pra mim e vem dançando na minha direção, mas não me olho no olho também, e foi nesa hora que eu fiquei completamente sem reação:

- Na na na na, isso tá tudo errado. Ela é linda, tem pulseira de camarote. Não pode tá me dando mole, isso vai contra as regras da sociedade. Ah, e falando em regras da sociedade, acho que a mais nova e ninguém me aviso é algo parecido com, " a beleza da mulher que acompanha o homem é inversamente proporcinal a beleza do mesmo" isto em outras palavaras quer dizer que EU NUNCA VI TANTA GOSTOSA COM TANTO HOMEM FEIO. PUTA QUE O PARIU!!!!!
Mas tudo bem, é a lei de murphy agindo, provavelmente.

Voltando a minha falta de reação, fiquei só observando e pensando se era mesmo verdade aquilo. Um pouco depois ela que estava de costas pra mim, foi para o outro lado da roda e ficou de frente pra mim, dançando, mas ainda sem olhar pra mim. Então eu fiquei pensando " vo num vo, vo num vo, vo num vo" e acabei não indo, pra variar. Acho que vo pedi ajuda pro meu amigo André e seder minha cabeça para estudos. Eu devo te algum bloqueio de burrice no meu psicológico que faz com que eu não consigo chegar nas mulheres, mesmo quando fatos como este acontecem. Só pode, tem alguma coisa errada.

Mas tudo bem, passou mais um tempo, elas foram embora, eu me virei, tentei trocar uma fichinha de cerveja por uma de água, não deu. Tinha que ir trocar lááá do outro lado. o show já tinha cabado e tentar atravessa tudo seria burrice. Joguei a ficha no chão e fui embora. Esqueci por um momento que El Divino é lugar de gente chique, mas lembrei logo depois quando uma Lamborghini e uma Ferrari, ambas amarelas passaram por mim. Estava tentando achar uma parada de ônibus, mas lá as pessoas não devem andar de ônibus. Caminheir meia hora até achar uma já na SC 401. Chegando lá, um gordo, cabelo comprido e pixain de óculos, sentado:

- Opa! eu disse, só pra quebrar o gelo - pior coisa da minha vida tentar ser simpático as 6:30 da manhã de domingo.

Do nada, absolutamente do nada, o piá começa a puxar assunto.

- Bah, hoje respeitei só dois carros. Uma ferrari e uma lamborghini.

- É, eu vi elas agora quando tava saindo....

- O resto era tudo porcaria - disse ele

- Uns carinhas de golzinho querendo se acha - completou

- Pelo menos eles não precisam andar de ônibus.

- Bah, hoje estorei meu joelho, ele já tava fudido desde o show do Stratovarius, e hj eestorei meu tornozelo também - disse ele

- Hum.... - Puta merda, vem logo ônibus, vem logo, porra.... eu pensei para mim.

- Ah, e eu ainda tenho que xinga minha amiga, ela disse que vinha e não veio, já xinguei por msn, mas tem que se pessoalmente ainda...

Aiaiaiaia, eu realmente não precisava tá escutando aquilo. Preferia ter ficado lá e procurando a morena pra pelo menos pedi o nome dela e leva um tapa na cara do que te que fica escutando esse imbecil fala.

Beleza, escutaram minhas preçes, o ônibus estava encostando. E deixei ali mesmo na parada antes da entrada da praia de Ratones, toda minha indignação de ter tido medo de falar com a morena do camarote...e de não ter mandado o idiota metido a metaleiro que gosta de FBS ido tomar bem no meio do cú dele.

nikieseuboné.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Carnaval

Eu realmente não sei qual a real graça de ir pra uma avenida, ve um monte de gente fantasiada, dividida em blocos, cada um com uma fantasia igual, mas diferente. Igual ao cara do lado, mas diferente do bloco seguinte. Uns carros gigantes, onde as mais gostosas do brasil vão bem no meio e ninguém consegue vê-las. Primeiro porque a arquibancada é longe e segundo porque o carro alegórico e tão cheio de frescura, que ninguém presta atenção na gostosa quase pelada, só no carro.

Mas tudo bem, tem gente que gosta de futebol, outros gostam de carnaval, e eu tô pela festa que todo mundo faz pelo carnaval. Primeiro porque amanhã de tarde eu vo participa do Bloco do Sujo, na casa do kbca, onde uns 30 homens se vestem de mulher e saem pelas ruas do centro da cidade e segundo porque depois eu vo pro show do Fat Boy Slim.

Já tem um tempo que eu faço uma "preparação" antes de ir pra um show grande desses. Ano passado foi assim antes da opion, ai com o Planeta Atlântida e agora com o FBS. São algumas coisas simples que ajudam que o psicológico da gente sinta-se melhor na hora do show. Não é nada complicado nem estranho. Por exemplo num show de música eletrônica, como o do FBS, uma semana antes, eu tiro do playlist do winamp, todas as músicas dele. Como se fosse pra ficar numa abstinência das músicas dele e chegar na hora do show e arrebenta a tanga. Agora por exemplo estou escutando uma versão em Bossa Nova de "Satisfaction" dos Rolling Stones, antes estava escutando Velhas Virgens e desde as oito da manhã já escutei umas 94032854 vezes BABA O'RILEY do THE WHO, uma música que eu escutei em um episódio de House, na Universal e achei fantástica. É uma mega mistura de música clássica, tocada em piano, com um bom e velho rock. Aliás, vou escutar ela de novo....

Mas voltando ao assunto. De preferência, não escute nada de bom, baixe um NxZero, Fresno, Calypso. Assim você vai ficar muito brabo com essas músicas ruins, e o teu psicológico na hora do show, toma conta de ti e você não responde mais pelos seus atos. Mas eu também não vo fica falando dessas coisa de psicológico, porque o escritor da zona não tá aqui pra dize se eu to escrevendo besteira ou não. Mas a real é que funciona. Se tiver um LP, melhor ainda. Qualidade ruim, som diferente. Tudo que seu cérebro quer. Primeiro para escutar música boa e segundo, pra você realmente querer ir no show.

É, vai se um fim de semana longo. É, fim de semana sim. Nada de feriado. Segunda - feira se trabalha. Sábado a tarde se vai para o centro fazer folia, a noite o show, e domingo......bom, domingo é sempre domingo. Primeiro porque é um dia amaldiçoado, depois porque todo mundo se recupera o segundo dia de carnaval, ou primeiro, sei lá....

O bom mesmo é que o dinheiro que eu ia compra um caiaque pra poder me deslocar aqui em Floripa com as rescentes chuvas, vou poder gastar em cerveja. Foi quase um dilúvio que caiu aqui e ninguém sabia. Acho que por uns 10cm, minha casa não alaga. Andando de ônibus, me senti naqueles morros todos alagados da china, que os japinha ( é japinha sim, primeiro pprque tem olho puxando, segundo porque são tudo igual e amarelo) plantam arroz e tem todo um esquema de aproveitamento de água e blá blá blá. Mas foi até engraçado, passar pelas ruas e ver ao vivo o que geralmente eu via pela TV. Sorte a minha ter um tênis e uma calça a prova de água e poder ficar seco durante o dia, diferente dos meus colegas de trabalho, já que o laboratório que eu trabalho, nasceu um varal no meio com calças penduradas.

Um tópico bem fora dos padrões, mas é isso ai, era só pra avisar mesmo que amanha o dia começa cedo, e não sei se acaba. Primeiro porque é carnaval e segundo porque a música do the who e massa pra caralho.

nikieseuboné.