sábado, agosto 30, 2008

ócio

Engraçado. Toda vez que falo essa palavra me vem a imagem de uma guria que conheci no verão passado aqui na praia, se ela ler, sabe que é ela, se o Dé ler, sabe quem é também. E ultimamente, essa palavra não me sai da cabeça. Já me concientizei que a minha vida aqui não é igual a vida que eu levava em Nova, lá era bem mais legal, acreditem. Mas é estranho, fico até altas horas na internet, no browser do Mozilla só aparecem os sites "globo.com", "bb.com.br", "clicrbs.com.br" e é claro " orkut.com". Esse último é outra coisa bizarra. Logo no ínicio, o Colombo perguntou se eu queria um convite do "Orkut" ele disse que era legal, podia entra em comunidades que a pessoa se identificasse e tal. Mas achei que fosse besteira, só mais um sitezinho pra enche o saco. Uma semana depois, ele estampava capas de revistas e jornais como o site mais acessado de todos os tempos, uma "rede de relacionamentos" que deixou as pessoas mais escravas ainda do computador. Recebem mensagens no celular dizendo que receberam scrap, email. Colocam suas vidas numa página de internet. Alguns se promovem, outros se mostram, outros copiam. Se fosse contar, acho que entro mais de 50 vezes neles todos os dias. Raramente procuro alguma música nova pra baixar, um filme ou qualquer coisa diferente do que tenha nesses sites. É uma falta de criatividade imensa que eu sinto falta, já fui bem mais criativo, tenho certeza. Passo horas conferindo os emails que não recebo, quando alguém me deixa um scrap e recebo no email que isso aconteceu, as vezes é até chato, porque se tô online respondo ele em no máximo 2 minutos depois dele ter vindo e depois já estou praticando o ócio novamente.

Entro nos meus documentos, na pasta da faculdade e vejo aquela pasta TCC, já me dá coisas. O relatório já tem suas 43 páginas só de fundamentação, introdução, umas 5 capas mais ou menos, epígrafe, agradecimentos, dedicatória e etc. Quando olho pro tópico METODOLOGIA, já fico impaciente. Sei o que escrever mas não sei como.É aquela situação do bloqueio.Citações me dão náuseas. Referências então.... é um saco ter que ficar salvando todos os sites que eu acesso e pego alguma informação. Tenho certeza que vou levar esporro da professora, porque 90% das minhas pesquisas são baseadas no WIKIPÉDIA. Tá certo que no primeiro ano da faculdade, eu simplesmente copiei e colei um material sobre motor de passo num trabalho, e 5 minutos antes de entregar ao professor li e vi que estava escrito:

- " o motor de passo tem uma força DO CARALHO..."

Eu pagaria para ver a cara do professor se visse essa frase no trabalho, do mesmo jeito que uma vez, num trabalho de Biologia da escola, sobre algum assunto que não faço questão de lembrar por se tratar de biologia, também copiei e colei de algum site na internet e acabei copiando uma PALESTRA ESCRITA onde lá no meio dizia:

- "como podemos ver, nesta palestra identificamos...."

Ai sim posso dizer que a cara da professora quando entregou o trabalho de volta foi MUITO ENGRAÇADA.

Mas voltando ao tema principal. Hoje, 30 de agosto, acho que volto a resgatar meus velhos tempos. Minha bike tá montanda e o mais importante de tudo, FUNCIONANDO. Quem me conheceu antes sabe que montada ela sempre estava, mas funcionando....

Pelo menos agora meus sábados e domingos vão ser menos deprimentes e vegetativos. Até eu recuperar uma forma física que me proporcione pedalar mais de uma hora, o que hoje não acontece. Ando meia hora, volto para casa com os pulmões saindo pela boca, descanso uma hora...e vamos again..

Aliás, para quem interessar.. COMPRO DOIS PULMÕES NÃO FUMANTES E TROCO POR UM FÍGADO MEIA BOCA. Bons tempos que eu passava a tarde em cima da bike andando de um lado para o outro. As vezes até esqueço que o ócio toma conta da minha vida agora e não sou mais o mesmo fisicamente. Mas voltando a questão da criatividade, parece algum tipo de bloqueio de criatividade, as palavras fogem da cabeça, aquele vocabulário legal, refinado que eu tava quase dominando, parece que sumiu, junto com a vontade que eu tinha. É muita iniciativa e pouca acabativa eu acho. As vezes a noite me empolgo de fazer alguma coisa, de sair, convidar uma guria pra ir num bar, jogar sinuca, bebe, joga papo fora...e na hora vem um desanimo..uma falta de vontade. Outras vezes me determino a terminar algo, ou tomar uma nova postura diante alguma situação do trabalho e na hora.... Ouço alguma música, me empolgo...ela termina, o ócio volta.

Eu não gosto do ócio. Ele fode com a vida da pessoa.

nikieseuboné

quinta-feira, agosto 21, 2008

Como não roubar um livro

Estou com dificuldades para dormir. Confesso, que sou bastante culpado por isso. Tudo bem me encher de cafeína durante o dia, mas tenho que parar de tomar aquelas duas xícaras de café depois do jantar. Acho que consegui dormir apenas umas duas ou três horas hoje.

Entrei no ônibus para ir à faculdade, e surgiu um sorriso em meu rosto. Aquele lugar!, a penúltima poltrona do lado esquerdo do ônibus, estava vaga. Deixem eu explicar minha felicidade. Desde que comecei a pegar o ônibus, que demora uma hora e vinte minutos para chegar a cidade onde estudo, eu sentava naquele banco. E sempre tinha os dois lugares a minha disposição. Já tive momentos de relaxamento e horas de sono naquelas poltronas, que salvavam meu dia. Já li livros inteiros sentado ali, e até babei algumas vezes, de tão bem que dormia. Era um lugar especial...

O problema é que este ano, uma guria que pega o ônibus numa parada anterior a minha, decidiu que aquele era um bom lugar para ela, e desde então, tenho sentado no último banco, aquele lugar apertado e sem graça. Venho tentando me contentar com o fato de que todos estão loucos, os pobres dificilmente enriquecem, e que você não pode ter uma poltrona só para você num ônibus público.

As vezes tenho essas manias estranhas. O mesmo acontece com a xícara de café, e o copo de cerveja aqui em casa. Se não os acho, fico meio perturbado. Manias que estou tentando resolver. Talvez eu deva fazer terapia, ou arranjar um emprego.Mas voltando a história...

Sentei, todo feliz, sabendo que iria dormir uma hora a mais, no meu velho e espaçoso lugar, duas poltronas só para mim. Fechei os olhos, e cochilei.

O ônibus tem locais de parada apenas no início, e depois segue sem parar para São Leopoldo.Então,quando o ônibus pára ainda no início, e ainda estou acordado, tenho uma técnica que muitos de vocês devem usar. Fecho os olhos, e finjo que estou dormindo profundamente. Não quero perder a mordomia de dois lugares! E era a última parada antes de seguir direto até lá(uma hora de viagem, mais ou menos), não haviam bancos totalmente vazios, mas muitos com apenas uma pessoa.É difícil lotar o ônibus.

Abri os olhos, e vi aquele infeliz vindo para o fundo. Fechei-os de novo, e quase comecei a roncar, para deixar tudo muito convincente.. Senti alguém tocar no meu ombro.Não dei bola. Senti de novo, e de novo. Abri os olhos com cara de cú, e o cara bem belo e feliz(provavelmente ele tinha dormido umas 12 horas, e batido uma punheta antes de sair de casa) olhou para mim e disse:

-Hey, pode tirar suas pernas pra mim sentar?

Não respondi. Apenas tirei as pernas, coloquei a mochila no colo,e fiquei puto. Porra! Quem acorda um cara barbudo,"dormindo", e pede pra tirar as pernas do banco? E tinha várias garotas, sozinhas e desimpedidas,sentadas, esperando que um príncipe encantado venha conversar com elas numa manhã de chuva, a caminho da faculdade.Porque eu? Porque eu?

"ora, vai trovar uma mina e me deixa dormir em paz, caralho"...

Fechava os olhos, e abria. Fechava os olhos, e abria de novo. Não conseguia dormir. Minhas pernas não cabiam direito naquele espaço que me sobrou.Olhei pro lado, e nâo é que o filho da puta tava dormindo? Mundo injusto...

Abri a mochila, e tirei um livro do Bukowski. Era a parte 2 do livro de contos Ereções, ejaculações e exibicionismos. Peguei emprestado de um colega meu, o Fernando. Nunca esqueço o que ele disse quando me emprestou esse livro:

-Cara, sabe o que é mais legal? Eu roubei esse livro. O Bukwoski iria adorar saber disso!!!!!

Iria adorar mesmo. Deve ter dado risada no céu, inferno ou na puta que o pariu, com sua garrafa de cerveja na mão.Grande Fernando, que figura...

Terminei o livro, e meu humor melhorou. Acho que foi um dos melhores livros do Bukowski que já li. As pessoas dizem que acham ele escroto, estúpido,nojento, "a escória.." Caralho, acho que ele descreve a realidade como ninguém. E esse livro de contos, mostrava um lado diferente do Bukowski. Uma certa tristeza, cansaço...resumindo: sensacional!!!

Cheguei a conclusão que iria adquirir esses dois livros, a parte 1 e a parte 2. É o tipo de coisa que eu queria ter em casa. De repente, tive uma idéia e meu sono e a vontade de dormir sumiram. Até comecei a gostar do cara do lado, que continuava dormindo.Silencioso ele parecia legal! A primeira parte do livro, eu havia conseguido na biblioteca pública, e então decidi dar o primeiro passo: vou roubar o livro do Bukowski!

Mal consegui prestar atenção na aula. Ficava pensando no meu plano, e como iria fazer.Na volta da faculdade, o ônibus estava mais vazio, e o MEU lugar estava vago. AS DUAS POLTRONAS!!! O mundo voltou a sorrir para mim. Agora, tudo estava bem.

Cheguei em casa, almocei, olhei um pouco de tv. Fiz as coisas habituais, para não perder o costume. Entao, fui à Biblioteca Municipal.

Cheguei em frente à porta, e estava um pouco nervoso. Acendi um cigarro, e fiquei por ali mesmo, dando um tempo, sabem como é...Não havia ninguém, lá! Não sei se as funcionárias estavam organizando livros em algum lugar, ou cagando no banheiro. Só sei que o mundo não conspirava contra meu ato maligno. Não foi difícil achar o livro. Olhei em uma direção, e lá estava ele. A capa rosa. Uma mulher nua na capa, e o Bukowski ajoelhado aos pés dela.



EREÇÕES, EJACULAÇÕES, E EXIBICIONISMOS, PARTE 1
crônicas de um amor louco.



Fiquei admirando-o por um tempo.E confesso que uma sensação estranha me invadiu. Apesar de eu já ter roubado uma arminha de plástico, uma bolacha, e um daqueles pacotes de soldadinhos de plástico no supermercado(fazem 10 anos, não me prendam por isso!), eu nunca fui muito dessas coisas. Jogar pedra nas casas, cagar no quintal dos outros ou vender mijo numa garrafa pet como se fosse limonada. Não é minha praia!

No meu vacilo introspectivo, ela apareceu. A funcionária da biblioteca. Bonita, com cara de intelectual, toda simpática:

-Olá, posso ajudá-lo?

-Ã..Ã...Ã.. Vocês só tem esse do Bukowski?

-É. Infelizmente, só esse. Vai levar?

-Não sei.

-Ok.Qualquer coisa, eu estou ajeitando algumas estantes.

Ela me deixou ali, com o livro na mão e a cara de tonto. Era minha última chance. Talvez eu devesse sair correndo com o livro dali, e ir fazer uma cirurgia de reconstrução facial, para que ela não me reconhecesse. Mas não, guardei o livro na estante, e fiquei parado por alguns minutos.

-Vou ficar com esse...

-Huxley? E o Bukowski?

-Aquele eu já li.

-E é bom?

-Muito

"tanto que quase acabei de roubá-lo"

-Ok! A devolução é para o dia 4 de setembro.

-Obrigado...

Saí dali, com aquele livro na mão, e a cabeça baixa. Covarde,frangote,medroso e inútil.Charles Bukowski deve estar rindo da minha cara, nesse momento.

"covarde idiota, terá que gastar seu dinheiro com essas editoras filhas da puta, e dar dinheiro para pessoas que nem conheço mais!"

Em passos longos, fui para casa.Lerei Aldous Huxley,e ficarei mais paranóico ainda com a sociedade. Talvez me torne um revolucionário assassino de exploradores capitalistas. Ou talvez, aprenda a roubar um livro na biblioteca.



Moral da história: quando você está desempregado, cuidado! idéias idiotas e estranhas vêm a cabeça...

quarta-feira, agosto 20, 2008

O que nos faz HUMANOS?

Estou feliz, pois a minha indignação demonstrada no último post que escrevi, não parece ser só minha. Recentemente, tive conversas e digamos, quase discussões sobre esse mundo e essa sociedade cada vez mais sem sentido. O Renan(o cara sem nome, citado em vários posts desse blog), é um dos que me faz sentir mais tranqüilo, pois percebo que não estou sozinho. Recebi um texto que ele escreveu, e estou tendo a perspicácia de postá-lo no blog, junto com um toque pessoal, pois muitas coisas vieram à minha cabeça quando li esse texto. Antes de qualquer coisa, peço perdão ao cara sem nome, pois estou fazendo isso sem o seu consentimento. Porém, acredito que ele vá entender.Vamos ao texto:

AS IMPECÁVEIS E INCONVENIENTES VERDADES CIENTÍFICAS



“Um macho vê uma fêmea, suas glândulas endócrinas reagem, seu cérebro recebe sinais, que provocam uma sucessão de gestos; o encadeamento de causa e efeito leva à cópula. O cérebro humano interrompe o processo, fazendo intervir um emaranhado de causalidades que impedem a concretização do ato. O jogo dos órgãos sexuais tão bem aperfeiçoados pela natureza sofre alterações; outros órgãos vêm juntar-se ao processo, principalmente, o cérebro, que fornece sua carga de lembranças, emoções, proibições, projetos, imaginação. A cópula deixa de ser central, não passa de um detalhe, ou até um pretexto, para desencadear uma torrente que alguns chamam de “amor”.

Trecho do livro: Filosofia para não filósofos de Albert Jacquard.



“A perfeita igualdade entre os indivíduos que compõem as tribos da Terra do Fogo deverá retardar-lhes, por muito tempo, a civilização. (...) Atualmente, o simples pedaço de tecido que se dá a um índio é rasgado em mil pedaços para contentar a todos, nenhum ficando mais rico que o outro.”

Trecho do diário de Charles Darwin, escrito a bordo do Beagle, durante a expedição à América do Sul.



Creio que não exista nenhuma arma mais mordaz para golpear nossos sentimentos, emoções e expectativas do que a razão e a ciência. Um mundo mágico é tão facilmente explicado e destruído... Os clássicos de Shakespeare podem tranqüilamente ser analisado por uma óptica psicológica e os devaneios e dúvidas imortais do príncipe Hamlet tornam-se frias e banais.
Durante o curso da história a ciência vem magistralmente solucionando as mais sombrias e inatingíveis dúvidas desta trajetória. A cada descoberta nos encontramos um passo mais perto da verdade, cada avanço esclarece tantas dúvidas que estavam ainda obscuras. Essa razão, tão impiedosa e inquestionável, brilhantemente nos dá a verdade e é capaz de acabar com uma expectativa, sonho, ou fantasia num piscar de olhos.
Aristóteles afirmava, por volta de 300a.c. que a alma se alojava nos espaços vazios do coração. A expressão “saber de cor” é justamente proveniente desta “descoberta”. Significaria que o indivíduo soubesse “de coração” o conhecimento. Herófilus de Alexandria, seu contemporâneo, sustentava que o verdadeiro domicílio da alma estava nas cavidades do cérebro. Tão brilhante, tão impecável, o inglês Thomas willis, no século XVII propõem que existem três funções principais no cérebro (sentidos, razão e memória), e que dependem da parte cavernosa da massa cinzenta. O conceito de alma já é expulsa para a área da metafísica.
Durante a antigüidade os gregos deram nomes às sensações que misteriosamente provinham da alma humana: ódio, amor, inveja, ciúme, compaixão, etc...Tanto que, ao contrário do cristianismo, seus deuses são moldados à imagem do próprio homem e possuem características baseados nesses sentimentos. As tragédias gregas (Édipo Rei, Electra, etc...) eram peças de teatro manifestadas em plena praça das cidades e eram todas essas misteriosas emoções personificadas nesses eventos.
Hoje temos, como no trecho do livro de Jacquard, explicações científicas e racionais para todos sentimentos. A “torrente chamada de amor” seria apenas um estágio anterior à cópula. A paixão somente seria então uma expectativa por vivenciar as emoções requisitadas por nosso instinto com o parceiro sexual. Nesta área, o fundador da psicanálise Sigmund Freud, é capaz de explicar as neuroses e os comportamentos humanos facilmente pelas influências psico-sexuais retidas no inconsciente. Brilhante! Ou seja, parece que somos animais um pouco mais desenvolvidos que os demais e pelo jeito só queremos satisfazer nossos instintos, que por sua vez, são mascarados pelo que nós mesmos chamamos de sentimentos.
Mas a verdade mais inconveniente é com certeza a de Darwin. A sua teoria da seleção natural faz os anseios humanos murcharem. Os seres mais adaptados sobrevivem, os fracos perecem e com isso a espécie vai se fortalecendo. No trecho de seu diário escrito acima pode ver-se claramente como a cientificidade é perigosa. Uma coisa é explicar nosso comportamento, outra é basear nossos comportamentos através disso. Uma comunidade fraterna pode facilmente dissolver-se para almejar chegar a dita “civilização” proposta por Darwin. De acordo com esta teoria a espécie humana está enfraquecendo e regredindo, porque estamos fazendo uso da medicina e da ciência para beneficiar o homem. O homem não esta sendo alvo da seleção natural como seus antepassados, ele esta burlando, pois a medicina está salvando os seres mais fracos e assim não permitindo uma seleção totalmente natural. Assim, ironicamente o lado mais humano da ciência, a medicina e o gesto de salvar vidas através dela, encontra uma contestação na própria razão científica.
É engraçado como em nossos dias as pessoas tentam cavoucar qualquer vestígio de explicação além do saber científico. Hipóteses sobrenaturais, parapsicológicas, intervenções alienígenas, e até mesmo planos de novas ordens mundiais para dominar o mundo. Tudo isso para quebrar essa frieza, a monotonia e o pré-determinismo da ciência, pois acreditar em todas essas descobertas tira a expectativa da maioria das pessoas. A verdade de que nascemos de uma explosão, moramos na periferia da via-láctea, não temos notícia de outros seres vivos e somos descendentes de macacos é de tirar o sono. É dura e fria.
Mas a ciência é a verdade e devemos nos entregar à seus dados. Ou não? Gostaria de ter certeza de que não somos somente animais, que temos alma e que não somos só comida de minhoca. Existem ainda pequenas dúvidas para a humanidade timidamente cavoucar e elaborar algumas hipóteses fantasiosas. Bons tempos aqueles em que o Sol girava em torno da Terra...


Renan

Cara, terminei de ler isso, e fui direto para meu quarto, procurar um texto que eu tinha lido no primeiro semestre da faculdade. Matt Ridley - O que nos faz humanos.

Esse texto(tirado de um capítulo do livro de Ridley), tinha me deixado um tanto incomodado, mas na época eu era um pouco mais tímido na faculdade, e infelizmente, fiquei quieto.Parafraseando um tal de Tom Insel, tentarei dizer aonde quero chegar:

"Uma hipótese viável é que a ocitocina liberada durante o acasalamento ative os locais límbicos ricos em receptores de ocitocina, conferindo um valor de reforço duradouro e seletivo ao casal"

O que é a ocitocina? Bem, ela é um hormônio. Tentarei explicar, uma explicação vinda de um leigo no assunto, portanto, não me aporrinhem o saco se estiver simples demais.Este hormônio, tem como principal função(junto com outro hormônio, chamado vasopressina), regular a quantidade de água e sal no nosso corpo. Porém, ele exerce também, funções na fisiologia reprodutiva.Contração muscular no útero durante o parto, secreção de leite dos dutos mamários, essas coisas. Onde quero chegar com isso? Esperem mais um pouco.

Matt Ridley, conta que fizeram alguns experimentos com ratos. A injeção intracerebral de vasopressina e ocitocina no cérebro dos coitados, provocou um comportamento de acasalamento. E mais tarde, fizeram o mesmo, com uma espécie de roedores, os arganazes-do-campo. Esses ratos, têm uma característica rara entre os mamíferos. Tanto a fêmea como o macho, cuidam dos filhotes por várias semanas.

Uma outra diferença, é que seus receptores moleculares de ocitocina, estão em maior número que nos demais roedores, então o hormônio em questão, estimularia muito mais os neurônios receptores.

Após esse experimento, observaram um comportamento com características monogâmicas, com preferência por um parceiro e agressividade em relação a outros ratos.OK, estou quase chegando lá.

A ocitocina, é produzida num número muito maior, durante o ato sexual e o orgasmo. E ainda, está associada com memória social, e conseqüentemente(na conclusão desses "inteligentes" cientistas), à paixão e o amor. Portanto, como somos mamíferos e possuímos a ocitocina e a vasopressina, estamos inclusos nesse contexto.

Então, no mundo científico(claro que existem mais experiências e alegações, mas estou tentando ser direto), a ocitocina é conhecida hoje, como o hormônio do amor. Lindo. Já temos o hormônio da felicidade(serotonina) e todas as soluções para a tristeza, as famosas pílulas anti-depressivas.

Não é triste? Os sentimentos mais puros e complexos serem resumidos à química cerebral? Daqui a pouco, poderemos amar, rir, chorar,sorrir ou gritar de alegria a qualquer hora. É só pedir uma receita ao médico!

Sem falar que experimentos com ratos, não me dizem nada! Somos humanos! Seres sociais, culturais e raciais! Onde está a subjetividade, a racionalidade e a alma?

É por isso que me familiarizei com o texto escrito pelo Renan. A ciência, anda fazendo milagres e descobrindo curas. Mas está acabando com nossa esperança. Estamos sendo resumidos a meros animais, sem alma e sem sentimentos. Tentam PROVAR a existência de deus(ou seria melhor, a inexistência dele?), para que não tenhamos mais nada em que acreditar!

E o título do livro de Ridley, "O que nos faz Humanos". Humanos? Essa ciência está é nos transformando em robôs. Já temos que nos submeter a 8 horas de trabalho sem sentido, fazendo coisas que enriquecem apenas alguns, e agora o resto de nosso tempo "livre", é movido por questões meramente orgânicas. Ora, caiam na real! Essa evolução, está mais para regressão. Estamos ficando loucos,alienados,frios, por causa desse sistema sustentado pela ciência e pelo dinheiro.

Renan, acho que devíamos ir para a praça, filosofar e perguntar para as pessoas sobre o sentido da vida. Do jeito que andam as coisas, eu confesso que estou confuso.

terça-feira, agosto 12, 2008

Bom é quando faz mal

Já dizia a letra da música do Matanza: " tá fazendo o que em casa? por acaso está doente? VER TV É DEPRIMENTE, não tem nada mais sem graça.........20 caixas de cerveja,um barril de puro Whisky, quilos de carne vermelha, fique longe não se arrisque.......Vai saber o que é normal,só o que eu posso lhe dizer:
Bom é quando faz mal"

Era nessa música e nos ditados populares de " O que é um peido pra quem tá cagado" e " É 8 ou 80!" que ele levava sua vida. Partia do ponto que um NÃO, ele já tinha, se não tentasse, continuaria com ele...então, tinha pouca coisa a perder. Fazia questão de dormir tarde, acordar cedo, ir com a cara inchada para o trabalho, ir pra faculdade bêbado a noite, chegar tarde na aula, sair cedo pra beber, essas coisas. Consequencias qualquer coisa traz, quando é bom nunca é de mais...

E era assim que ele contagiava seus colegas também, sua cara de pau era algo inconfundivelmente bizarro e engraçado pelas cenas que proporcionava. Fosse no elevador do shopping puxando conversa com alguma gostosa, ou parando na frente de uma loja, simplesmente estático, só observando a vendedora. Ou até, pedir o telefone pra atendente da forma mais esquisita que alguém poderia ter visto:

- Bom dia, moço...qual vai ser seu pedido?

- Oi...então, me falaram que tem uma promoção aqui? É verdade? - ele perguntou

- Hm...depende qual...

- É, me falaram que eu comprava um calzone e uma coca e levava o o número do celular da moça do caixa...

Ela completamente sem jeito e muito vermelha devolve...

- Ai meu deeeeuss...isso ainda não tinha me acontecido.....

E o pior de tudo, ainda conseguia o telefone....era engraçado o jeito q ele flertava com as mulherada, e elas, incrivelmente, devolviam o flerte, o que deixava seus amigos mais putos ainda.....

Legal mesmo era ele na balada...Não tinha pra ninguém, era quase um guerrilheiro das FARC, atirando pra tudo quanto é lado....

- E ai gata, beleza? é o seguinte, a noite é curta e não to afim de perde tempo...tá afim de dá uns beijo??

Curto, grosso, objetivo, honesto e sincero....e claro, as vezes levava um tapa, mas quase sempre, levava o beijo.... E em outras vezes, era de ficar boquiaberto...

Um dia, numa festa, estávamos nós numa rodinha conversando, e ele, chegado um pouquinho nas balas e doces, muito loco, vê uma loira, mas de cinema, vindo em sua direção, quando ela vai passar, ele se põe na frente dela e fala:

- Nossa, tu é muito linda....eu ia adora conversa contigo!!!

É ai que entram aqueles 3 segundo mais ou menos que todo mundo fica se olhando, sem saber o que fazer ou falar....e para quebrar o silêncio, ainda ouvem..

- Tá, então vamos!!!

E vinham mais un 5 segundos sem ninguém falar nada e sem saber o que fazer, as vezes era até meio sem graça....

Mas o tempo foi passando, a idade aumentando os cabelos crescendo e ficando brancos, casou com uma morena gostosa que ele achou na zona, teve filhos, tropeçou, caiu, bateu a cabeça e morreu.....

OBS: sempre quis terminar um texto assim.....acho que até fiquei uma pessoa mais feliz ainda por isso.

nikieseuboné.

Todos estão loucos

Percebo que estou ficando meio pirado. Tenho que tomar no mínimo 5 xícaras de café por dia, para agüentar o tranco. Mesmo que meu dia seja extremamente inútil e eu não tenha que fazer nada. Já penso em comprar cigarros aos montes, naqueles pacotes com 10 ou vinte, mesmo que isso não altere em nada o valor. Estudo psicologia, e odeio papo de psicólogos. Freud, Piaget, Skinner e o caralho a quatro. Mas mesmo assim, gosto de estudar psicologia.

Escrevo coisas meio piradas, que muitas vezes só eu entendo. Ando por aí muitas vezes sem destino nenhum, e gosto de ficar sozinho vez ou outra.

Estou com raiva de tudo. E estamos em época de eleições, o que torna essa podridão política mais nojenta ainda. Pessoas prometendo coisas, que não podem ou não querem fazer. Dizendo que são pais carinhosos, ajudaram a comunidade, tem um cachorrinho no pátio de casa e o alimentam todo dia."oh eu sou um ótimo candidato, nunca abusei da minha filha gostosa!". Mas a maioria é pura mentira, propaganda enganosa, e aposto que se pudessem, venderiam a alma pro diabo ou chupariam quem fosse preciso, pra conseguir um cargo. E tudo isso, pra ficar atrás da mesa com o cú na mão.

E a Tv então? Mostrando o que querem mostrar. Nos enchendo de música podre, filmes podres, notícias horríveis. O papel da mídia, não é divulgar a desgraça. É mostrá-la de uma forma que fiquemos contentados com ela."O mundo é horrível, as pessoas são horríveis, os pobres matam os ricos e os ricos matam os pobres. Mas você não pode fazer nada. Fique sentado no sofá, vendo faustão no domingo. Compre cerveja aos montes, e contente-se com esse mundo de merda"...

Os livros de auto-ajuda? Nem deviam ter esse nome. Você está lendo a opinião de uma pessoa, sobre o que ela ACHA que você deve fazer sobre determinado assunto. Auto-ajuda o caralho. É mais uma pessoa, dando uma de Messias e achando que sabe os caminhos do mundo. E se você precisa da ajuda dessa pessoa, não é AUTO ajuda.

As pessoas não param mais pra pensar. O simples ato de reflexão já é extremamente produtivo, mas foi esquecido. E vivemos correndo, correndo pra esquecer de nossos problemas, ocultando nossos sentimentos e enchendo o cú de porcarias pra esquecer de todo o resto. E depois, temos que pagar pra que uma pessoa nos escute, ou nos ajude a achar uma resposta. E o pior é que as vezes, essa pessoa se baseia num velho tarado, que escreveu uma teoria há 15 mil anos atrás, e acham que ele ainda está certo. Mas sabemos quando estamos agindo certo, e quando estamos agindo errado. Não é preciso ler a bíblia ou a constituição para isso.

Falando em bíblia, a religião tem me deixado puto também. Não entendo porque uma é mais importante que outra. Porque religiões antigas dos nossos povos antigos foram esquecidas, porque simplesmente a igreja católica achou certo catequizar todos os povos da América Latina. Acho que catequizaram até os macacos, as aves e todo o resto. E tudo isso por um mundo melhor? Não. Como sempre, por dinheiro.

O dinheiro move o mundo. As relações, são apenas meramente afetuosas. Na verdade, o que move relações é uma singela troca de interesses. Tudo é troca de favores. Respeito, lealdade, honra? Você pode comprar isso com uma nota de cem dólares na mão, e depois vender por uma TV gigante.

A arte foi esquecida. Hoje em dia, você não pode ser artista, tem que ser vendedor. Tem que dizer o que as pessoas querem ouvir, fazer músicas fúteis e filmar um monte de mulher gostosa pra agradar. Se não você está fudido, meu amigo. Portanto, não se inspire muito. Fique preso a livros tipo O Segredo, entre numa igreja e seja uma boa pessoa! Não beba, não fume e não faça sexo. Tome muita água. Tome suplementos alimentares, malhe e fique com um corpo lindo, como se fosse esculpido por deus, e ganhe um pênis pequeno e murcho em troca.

Estou louco? Não sei. Os loucos são os normais ou os normais são os loucos?. Vou ressucitar o Machado de Assis, para que ele ressucite o alienista Simão Bacamarte. Juntos, vamos internar todos os loucos, depois todos os normais, e vamos acabar os três sozinhos, jogando cartas,bebendo e fumando charutos. Falaremos sobre a loucura que não descobrimos, quando na verdade, a loucura está em toda parte. E morreremos ali, sentados, sem saber que todos estão loucos.Inclusive nós mesmos...

A casa mal-assombrada

Eu não sei se foi uma boa idéia. Uma história sobre uma casa mal-assombrada.Simplesmente pensei: "não tenho idéia do que escrever. ah, escreverei alguma histórinha idiota de terror, deve ser o mais fácil". Pois saibam que não é tão fácil assim. Ou parece alguma coisa muito infantil, ou minha visão distorcida das coisas transforma todos os personagens em loucos, usuários de drogas alucinógenas.

Na verdade, acho que escrever sempre é muito difícil. Tanto, que faz um bom tempo que eu não escrevo por aqui. Achei que depois da viagem, iria voltar cheio de idéias, histórias e com a mente resolvida.E embora de certa forma isso tenha acontecido, estou desempregado, não sei o que fazer em casa, e minha semana se resume às três cadeiras que faço na faculdade.Aí as coisas ficam rodando em minha cabeça. Um turbilhão de idéias e histórias que não sei como utilizar, então elas passam a ser idéias inúteis.

Levantei do computador, e fui pegar uma água. No caminho, pareci enxergar um vulto na sala. O coração dispara, você sente um frio tremendo no estômago, e as pernas ficam aterrizadoramente estranhas. Parece que se você for precisar usá-las num momento desses, está fudido. Olhei para o lado. As pessoas sempre dizem: "como os caras são burros nos filmes, eles sempre vão atrás das coisas ruins!". Mas é incrível. Você precisa confirmar.Não pode simplesmente passar reto, e não ter a certeza de que você viu ou não alguma coisa estranha.

Fiquei parado. Queria correr, mas não saía dali. A luz da lua entrava pela sala, e a sombra que as árvores do lado de fora projetavam, tornavam tudo muito incerto. Eu podia jurar que tinha alguém sentado no meu sofá, mas as vezes as árvores balançavam, e aquilo simplesmente sumia. Não sei quanto tempo durou tudo isso, mas pareceu uma eternidade. Nada daquilo parecia fazer sentido. O silêncio foi quebrado, por uma voz suave e angelical.

-Olá...

Trêmulo e gaguejante, sussurei um olá quase que imperceptível.

-Sente-se, jovem rapaz.

Sentei, e fiquei imóvel. Não conseguia enxergar o quê estava falando comigo. Isso que não estava nem há 2 metros daquela coisa.

-Sei que você está se perguntando, sobre quem sou eu, ou que espécie de coisa eu sou. Mas na verdade, não é isso que realmente importa neste momento. Eu poderia ser o papai noel, jesus cristo, ou a porra de um fantasma qualquer.O que importa aqui, é " quem é você?"

Não preciso dizer, o quanto é estranho você topar com uma criatura na sala de sua casa, e ter que responder uma coisa dessas. Claro, que filosoficamente falando, essa pergunta é extremamente difícil de responder, mas nessas circunstâncias fica impossível. Não saiu nem uma palavra de minha boca. O vulto, pareceu ajeitar-se no sofá, e calmamente levantou. Estava inquieto. Ele precisava de uma resposta, e eu não sabia o que dizer.

Começou a andar ao redor de mim, e aquilo me deixou maluco e assustado.Consegui falar pela primeira vez:

-O que você é? Quem você quer que eu seja? O que você está fazendo na minha casa?

-Eu não sou NADA. Assim como você, que deveria melhorar seus contos de terror...

Ele sumiu, e decidi nunca mais escrever histórias sobre fantasmas, ou casas mal-assombradas...






PS:eu tentei pessoal, juro que tentei...

terça-feira, agosto 05, 2008

Em casa, matando saudade das pequenas coisas

É bom estar em casa. Bom sentar no MEU computador, escutar as músicas que eu quero escutar, escrever no blog. Peço desculpas, aos que esperavam ler notícias da viagem. Mas eu normalmente não tinha tempo ou cabeça para escrever. Parece sem graça também, contar algo enquanto esse algo ainda está acontecendo.

Mas como eu disse, estou em casa, e isso é bom. Mas também não se enganem. Não digo isso porque a viagem tenha sido uma merda.Muito pelo contrário, foi do caralho. Simplesmente você sente falta das pequenas coisas. As conversas com os amigos, filmes (cansei de ver filmes legendados em espanhol).Sentia falta de cagar num banheiro descente, tomar um banho quente e de preferência num banheiro privado.Senti falta de tomar cerveja no posto do lado de casa, de ir no apartamento da Lê e do Adolfo, ir no Régis, falar em português. Sem falar no trânsito daquele país maluco que é Bolívia. Tranquilidade. Senti falta da tranquilidade também. Ah, a comida da mãe. Puta que o pariu, que vontade de comer um feijão da mãe, ou um churras assado pelo meu velho.

Eu e o Matias, sofremos mais com saudades do pessoal mesmo. A galera faz falta, a família faz falta, o Rio Grande do Sul faz uma falta do cacete.

E matarei saudade dessas coisas, aos poucos. Da mesma maneira, escreverei aos poucos, sobre a viagem. São muitas histórias. Acho que têm certas coisas, que são difíceis de descrever. Chegar em La Paz, por exemplo, e ver aquela cidade bela e maluca, é algo indescritível.Ou caminhar 5 dias no meio do nada(83 km!!!!!!!), e chegar em Machu Picchu...sem palavras. As pessoas que conhecemos, as coisas que vimos, a cultura que recebemos, não se medem em palavras. Porém, prometo que tentarei. Mas aos poucos! Enquanto isso, estarei por aí, fazendo as coisas que eu fazia antes, irei encarar a realidade( faculdade e tentar arranjar um trabalho), cagarei no meu banheiro, e agora, estou indo tomar uma cerveja bem gelada no posto do lado de casa.Sabem como é, matando saudade das pequenas coisas...


Escritor da zona

sexta-feira, agosto 01, 2008

Sexta - feira introspectiva

Sexta - feira de noite. Pessoas normais sairiam pra tomar uma cerveja, fazer um happy hour com os amigos e etc. Aos poucos começo a achar que eu sou realmente normal, saindo pra tomar uma cerveja numa segunda - feira com o chefe, ou numa quarta - feira com um monte de mulher. Mas isso só acontece nas férias de inverno. Se eu ainda morasse em Nova, em uma sexta - feira, pararia e pensaria:

- Hmm, hoje....sexta...que que vo faze? Boliche? Boliche? ou Boliche?

Provavelmente a opção seria sair pra beber com a galera em algum lugar e depois de várias, ir para o boliche como um fim de carreira. Péssima idéia. Mas depois de dois anos e meio acho que me dou conta de onde realmente eu moro, não que nunca mais queira voltar pra Nova, mas é uma coisa engraçada. Se TODOS meus amigos morasse aqui, realmente não saberia dizer onde eu estaria agora. Com certeza não seria na frente do pc escrevendo esse post ao som de The Doors numa sexta - feira chuvosa como esta.

Mas quando mais eu vou poder chegar na sexta - feira, encomendar uma pizza gigante as 11 da noite, e pensar:

- Beleza, sexta - feira e sábado... em que festa eu vou?

Com certeza se morasse em Nova, não faria está pergunta e sim afirmaria:

- Vo come um xis no babão e i no boliche!

Porra, eu moro em Floripa, a ilha da magia e blá blá blá, mas em dois anos e meio, não soube aproveitar nada que essa ilha tinha. Agora, aos poucos, mas bem poucos, vo me acostumando. Espero que até o verão tenha me acostumado completamente. Dai vocês devem se perguntar - Ah mas o Niki nunca mais vai voltar pra Nova - Vou sim, tenho meus planos secretos que podem seguir dois caminhos, é só esperar pra ver onde vou parar. Mas na verdade to querendo dizer, que acho que antes, nos dois primeiros anos que eu morei aqui, eu continuava morando em Nova, e só estudava aqui. Tinha minha cabeça todo o dia em Nova, o que que eu estaria fazendo lá agora, com quem e essas coisas que gente desocupada pensa. Agora ta sendo diferente, Nova é como se fosse o lugar pra recarregar as baterias com muita festa e muitos amigos, pra voltar pra cá e bagunçar. Acho que isso se dá pelo que escutei de uma pessoa nas última semana que eu passei em nova:

- Ah Niki, tu é visita agora, te valoriza, tu mora em Floripa... tá com cabeça de neopetropolitano ainda...te liga!!!

Pelo jeito, depois disso caiu a ficha.... e agora quando falo pra alguém a frase clássica - Pois éé, to morando em floripa, fazendo facul e trampando lá e bla bla bla - e a outra pessoa responde " Bah que massa...tu é o cara agora...ta bem pra caramba"

Ai eu paro e penso " ééé, pode crê ...to bem pra caralho"

nikieseuboné.