domingo, novembro 25, 2007

zíper

Saiu atrasado de casa. Deixou o portão entre aberto o que fez seu cachorro correr atrás dele enquanto ele também corria em direção ao ponto de ônibus,levantando os braços daquela maneira que todos fazem quando correm de camisa e mochila nas costas para não deixá-los cair pelos ombros. Cadarços desamarrados do seu tênis nike. Quando estava apontando para chegar a rua, viu seu ônibus chegando ao ponto, correu mais ainda como se aquilo fosse a última coisa que ele ia fazer antes do mundo acabar. Correu na frente do ônibus fazendo sinal para ele parar, entrou porta adentro tropeçando nos primeiros degraus da escada.

Ônibus cheio eram mais ou menos 3 horas da tarde, ele com os cabelos completamente despenteados e a cara amassada. Em sua mão direita, que estava apoiada na roleta, um enorme livro de cálculo. Apoiou a mão esquerda no joelho e se abaixou, estava ofegante, este grande exercício não era nada comum em sua vida, não tanto em tão pouco tempo. Claro que em tempos melhores ele teria acordado mais cedo, pois não teria ficado até tarde na internet, não se atrasaria procurando seus livros muito menos discutindo com seus pais. Mas as coisas mudam, e como mudam.

Apenas um lugar vago no ônibus, bem do lado que o sol batia escaldantemente, porém ao lado de uma linda menina. Loira, não daquelas oxigenadas, mas daquelas com estilo surfista, pela morena, e olhos verdes. Alguns acessórios de prata uma calça embalada a vácuo e a camiseta do melhor cursinho da cidade. Aaaah era verão, desde cedo quente, época sem chuvas e muita festa. Ele vestia apenas uma camiseta branca, sem detalhes, uma bermuda jeans, seu inseparável tênis nike de basquete e seu boné. Barba por fazer, viu que aquele era o único lugar e a viagem até a faculdade era demorada.
Sentou - se ao lado da menina, puto da cara pois sabia que aquilo era só pra passar vontade.

- O zíper da tua bermuda ta aberto, não que eu olhe, mas chamou atenção. – disse ela inclinando sua cabeça para o lado e olhando para frente.

E ele prontamente respondeu:

- Não faz mal, bixo morto não sai da gaiola. E pegou seus fones dentro da mochila.

A menina começou a rir, pois não esperava esta resposta para a afirmação que ela havia feito. Pacientemente e sem muita vontade ele tirou os fones da mochila, desenozou ( CREDO QUE PALAVRA ESTRANHA!!! ACHO QUE NUNCA ESCREVI ELA ANTES) engatou no celular e começou a ouvir suas músicas, num volume um pouco exagerado temos que admitir. Tão exagerado que logo recebeu um cutucão da menina linda ao seu lado, que lhe mostrou seu celular e nele escrito:

“VOID – MEGABAND MTV .... amo essa música!=D”

De fato era essa música que ele escutava no seu celular.

Ele ficou um pouco confuso na hora. Ele nunca tinha muita sorte com as mulheres, sempre escutava seus amigos contado histórias de terem pego garotas em ônibus, viagens, e lugares estranhos, mas ele nunca tinha essa sorte. Nunca tinha que estranhou a garota mais linda do bairro querendo puxar assunto com ele. Sem pensar duas vezes, entregou um dos fones para ela escutar também.
Logo depois de Megaband MTV, começou a tocar AC/DC. A garota espantada falou.

- Nossa, da água pro vinho!

-Não quer daqui o fone que com dois fica melhor de escutar. – respondeu ele abruptamente.

-Alguém disse que eu não gosto? – disse ela tirando seu caderno da mochila onde havia um enorme adesivo do AC/DC.

- Esse eu ganhei junto com o ingresso que eu comprei quando fui no show deles em Buenos Aires. – disse ela.

Ele assustado também tirou seu caderno com o mesmo adesivo, mas ele tinha ganho de seu irmão que tinha ido para o show também em Buenos Aires.

-Só coincidência. – disse ele

- Ou não. – respondeu ela.

-Onde você estuda? – perguntou ela.

- Federal.

-Hmmm. Também quero estudar lá.

- Quem não quer!!!!

Sentido que ela estava realmente afim de conversar, desarmou-se, o tom de desconfiança na conversa acabou e ele até abriu um sorriso.

- Você vai pra aula agora? – pergunta idiota da parte dele, já que ela estava com o uniforme do cursinho, em plena segunda-feira e com uma pasta abarrotada de coisas.

- É, a principio sim. A não ser que me convidem pra algo mais interessante.

Ele sacou na hora. Estava fácil de mais..

- Eu não to nem um poco afim de ir pra aula. Ainda mais aula de Comunicação social, a professora toda aula manda um dá a mão pro outro e fica fazendo umas coisas muito bestas.

- Hehehehehe. Que faculdade você faz?

- Nem vô fala. Já chega o livro de cálculo que todo mundo viu na minha mão quando eu entrei no ônibus, devem ta achando que eu sô um nerd de merda. E ai se eu falar o curso que eu faço, tu desembarca do ônibus na próxima parada. Droga odeio rótulos.

- Ai, nada a ver. Pode fala.

- Física.

-Sééério?Bah que nerd...hahaha brincadeirinha. – disse ela pegando na mão dele.

- Eu sabia que tu ia fala isso. – e fez uma cara descontente.

-Ah, mas pra um cara que faz física na federal até que tu é muito sociável, simpático e gatinho. Geralmente esses caras têm fobia de lugares com mais de duas ou três pessoas e restringem-se aos seus mundinhos sempre.

- Mas voltando ao assunto, vamos ver se o que eu tenho pra te convida é mais interessante pra i pra aula. – disse ele.

- Qualquer coisa na tua companhia é mais interessante que i pra aula.

- Ah, então nem vo fala nada. Só quero que tu vá junto comigo.

-Pra onde?

- Agora morre de curiosidade, mas fica tranqüila que é junto comigo!

-Ai, ai, ai. Entregue nas mãos de um estudante de física da federal que odeia rótulos.

-Em 20 anos tu vai lembra disso e se perguntar o que teria acontecido se tu tivesse aceitado meu convite. E além do mais ninguém mando repara que o zíper da bermuda tava aberto.hehehe

-Mas eu não reparei, só chamou a atenção.

-Engraçado que eu fiz isso de propósito e tu foi a única que reparou no ônibus.

-Nãão acreditoo.

-Pois é....Hehehehehehehhe.

Alguuuuns minutos depois. Ele a levava com os olhos vendados a um lugar que só ele conhecia. Assim que chegaram, ele descobriu os olhos dela e ela ficou chocada. Era o alto de um morro. Conseguia ver toda a cidade, a ponte e as outras praias. Já estava ficando tarde, eram quase 8 horas e estava começando a escurecer.

- Tem hora pra chega em casa?

- Não. – respondeu ela.

Então vem cá. – e puxou – a pelo braço.

Os dois deitaram em uma pedra, ela encostou-se no seu braço e ele falou.

-Agora eu vo te explica a coisa mais loca, indefinível e incontestável que existe!

-Nossa, e o que que é essa coisa?

- A astronomia.


Era noite de lua cheia. Ela iluminava todo o mar abaixo deles e ele começou a explicar.

- Tá vendo aquela estrela ali, beeem fraquinha, do lado da lua.

- Sim.

-Pois é, não tem nada a vê com o que eu vo te mostra.

-Hahaha, bobão.

- Ali ó, as três marias tu sabe quais são né?

-Sim, são aquelas ali né? Que tão bem retinhas uma com a outra..acertei?

-Perfeito! Agora ta vendo que um pouco mais longe, tem quatro estrelas formando um quadrado em volta das três marias?

-Uhum.

- Pois é, na verdade, o nome das três marias é cinturão de orion. Pode vê q elas ficam bem no meio desse quadrado como se fosse um cinturão e esse quadrado em volta é pra se um soldado. Tá vendo que se tu for um pouco mais pro lado, dá pra vê .....

-Caraaaalho..tu é de mais. – disse ela.

- Como assim? Ta loca?

- Meu, tu é muito legal. Nunca tinha te visto lá no bairro. Logo que eu te vi, alguma coisa me chamou atenção em ti...

- Sim, o zíper aberto!

-Hahaha, também, mas foi algo mais. Não sei se foi esse teu jeito todo simples de se vestir, essa tua barba mal feita, esse cabelo sobrando fora do boné. Não sei, não sei, não sei.E além de tudo tu é muuuuuito inteligente. E não é desses babacas que quando são inteligentes não se misturam ou quando são bunitinhos, são uma porta de burrice. Tu é um meio termo. Sei lá.

- Sim, mas pede logo pra namora comigo, nem minha mãe me elogio tanto nesses 19 anos, fico até sem jeito.

-hahahah. Como namora se a gente nem fic....
Antes de terminar a frase ele a pegou pela nuca e a puxou pra um beijo de cinema.

-Beleza, agora não falta mais nada. Só falta tu tira essa aliança de compromisso do dedo.

- Hmmm, é, pois ééé....sabe né...tipo assim...

- Sabiiiia, tava bom de mais pra se verdade. Linda do jeito que tu é, no mínimo tinha que ter
namorado. Linda, divertida, esperta... E só vi essa merda agora. BOSTA – gritou ele.

-Ah qué sabe também. Meu namorado que se foda. Achei alguém muito mais interessante que ele. – e tirou a aliança do dedo

-Tu deve ta brincando né...

-Se eu tivesse brincando não ia ta nem aqui...

-Noooosssssaaa....se pah achei a mulher que eu procuro a 19 anos.

- A recíproca é verdadeira.
E beijaram-se com a lua cheia ao fundo.

Um pouco depois quando estavam abraçados, rolando pelo chão ele pára, deita-se pro lado e fala:

-Tu bem que podia me responde uma coisa né...

-Claro, meu amor.

-Qual o teu nome mesmo???

-Só digo se tu fala o teu...

- Eu pedi primeiro.

-Tá...é Marcela

Ele ficou mais boquiaberto ainda...

-Prazer Marcela, meu nome é Marcelo.

E deitaram-se rindo o resto da noite...





pena que histórias como essa só saem da cabeça de quem não tem nada pra fazer em pleno domingo.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Um lugar do caralho

Diante do espelho, Carlos olhava para uma pessoa que não parecia mais ser a mesma.A barba por fazer já há bastante tempo, e um olhar cansado e triste, refletiam os últimos meses difíceis.Carlos, se apaixonou por uma mulher, que entrou em sua vida, tão rápido quanto saiu.Ele experimentava, um dos piores sentimentos que já tinha vivido.Ela não sentia o mesmo, e ainda o ignorava de uma maneira óbvia.Entendia que ela não sentisse o mesmo.Mas gostava da companhia e da sensação agradável que sentia quando estavam juntos, e queria continuar a ter isso.



Carlos não conseguia parar.Precisava manter a mente sempre ocupada de alguma maneira.Da faculdade, ia pro trabalho.Chegava em casa, comia algo e saía para visitar alguns amigos, ou só ia fumar uns cigarros e andar pela cidade.Quando voltava pra casa, sentia-se envolvido por uma sensação ruim.Pensava naquela mulher e no vazio que sentia, depois que a perdeu.E assim permanecia, pensando e as vezes chorando, até conseguir adormecer.Era dessa sensação que ele fugia o dia todo.Precisava manter alguns pensamentos distantes, antes que fizesse alguma merda.



Agora, vendo sua imagem no espelho, Carlos estava decidido a enfrentar um pouco mais seus problemas.Pensar,refletir,melhorar a auto estima.Estava de folga nos próximos dias, e seus pais foram viajar.Iria curtir esse momento à sua maneira.



Sentou no vaso e acendeu um cigarro.Adorava aliar prazeres, e quando estava sozinho em casa era o que mais fazia.Do lado da privada, um banquinho com um cinzero e uma garrafa de vinho.À frente, um banco um pouco mais alto, com um livro que ele estava lendo.Tudo foi montado estratégicamente, para que ele pudesse ler,fumar,beber e cagar ao mesmo tempo.



Quase uma hora depois, foi tomar um banho.Quando abriu o chuveiro, sentiu um relaxamento prazeroso, que a água quente proporcionava, caindo nos seus ombros, que ultimamente andavam pesados e tensos.



Andou pelado pela casa.Fumou mais alguns cigarros e matou a garrafa de vinho.Leu mais um pouco e acabou adormecendo, com o livro aberto em suas mãos.



Uma hora depois, Carlos pulou com um barulho de uma batida de carro.Olhou pela janela, e viu dois motoristas que discutiam para decidir quem era o culpado.Pegou outra garrafa de vinho, vestiu uma roupa e foi dar uma volta.



Quando saiu do prédio, a polícia havia chegado e os dois homens continuavam discutindo.Um motorista de táxi assistia o espetáculo, e Carlos pediu se ele poderia deixá-lo num lugar legal.



-Aonde exatamente, rapaz?



-Cara, não sei.Algum lugar diferente, pra mim curtir.Algum bar que tu conheças ou qualquer outra coisa.



O taxista percebeu em Carlos, uma vontade de realmente fazer algo diferente.



-Seguinte,amigo.Eu sei um lugar.



Parecia ser longe.O taxista já havia entrado em várias ruas, e Carlos conseguiu terminar a garrafa de vinho e secar um resto de whisky, que o motora humildemente ofereceu.



De repente, Carlos acorda e percebe que está num bar.Não conseguia lembrar exatamente como tinha chegado ali.Começou a observar.Ficou surpreso quando viu muitas pessoas conhecidas.Todas conversavam e bebiam.Olhou para a mesa do lado, e viu John Lennon e Yoko, nus, conversando sobre o que poderiam fazer pela paz mundial.



Na mesa da frente, Peter,Paul and Mary, tocavam violão e cantavam sobre o dragão mágico.Perto deles, Penélope falava para Freud sobre o sexo de hoje em dia, enquanto ele ficava pensando em alguma maneira de levar a gostosa tatoada pra cama, e convencê-la de fazer um menage com a mãe dele.



Carlos estava adorando aquele lugar.Todos estavam bêbados,loucos ou qualquer coisa assim.Foi para o balcão.Pediu para um cara que estava de costas, preparando um drink, quanto custava uma cerveja.Quando o homem vira, larga uma gelada no balcão e Carlos vê que é Raul Seixas:



-R$ 0,25.



-Nossa! Cerveja barata hein?



Raulzito olhou para Carlos, e disse sorrindo:



-Do caralho,não?



Carlos concordou e ficou ali mesmo, conversando com Jim Morrinson, que disse que já estava bebendo whisky há 12 horas e ainda não estava bêbado.Júpiter Maçã entrou na conversa, e falou alguma coisa que não tinha nada a ver, com o que os dois estavam falando.



Bebeu mais umas 15 cervejas.Viu Chico Buarque fumando um baseado com Cheech e Chong.Aproveitou para dar uns pegas, e conversar com Chico e Chong(uma dupla interessante também), enquanto Cheech comia a garçonete mexicana.Abraçou algumas pessoas que admirava.Riu com as piadas do Chaves, que estava louco, depois de comer um sanduíche de presunto com fungos.Escutou atentamente, Angelina Jolie e BRad Pitt, contando para ele, que antes de adotar todos os órfãos da África, adotariam as pessoas que estavam no bar.Pensou em ter Angelina Jolie como mãe.Vomitou nas caixas de som com Kurt Cobain.



Acordou no dia seguinte, com a cabeça martelando.Uma loira feiosa estava do lado dele.Um anão o puxava pelo pé, e ficava enchendo o saco, dizendo ser filho de Carlos com Hebe Camargo.Carlos fechou os olhos e pensou que nunca mais beberia e entraria num táxi.Prefiria andar a pé.


by dream is destine

domingo, novembro 11, 2007

Urgência criativa

Acho que muitas pessoas se deparam com esses momentos.Vontade de criar, escrever uma canção,fazer um filme ou jogar palavras soltas num papel e tentar dizer algo legal.O homem, passa por toda sua vida buscando criatividade.

Quando éramos crianças, um pedaço de isopor e alguns COMANDOS, se transformavam em uma base militar ou algo do gênero.Um pedaço de pau, se transformava numa pistola semi-automática do James Bond.Quer mais imaginação e criatividade que isso?

A merda é que crescemos, nos tornamos burros e ingratos.Um dia de chuva, vira um dia sem graça.Um dia de sol, é quente demais.Um dia nublado, não diz nada e as piadas tem horas e momentos certos, para serem contadas.

Enxergamos tudo de maneira racional, e perdemos a capacidade de pensar no abstrato.Perdemos a criatividade, enquanto ganhamos a "maturidade".

O grande problema, é que as pessoas precisam ser criativas.Elas almejam a criatividade e a colocam no topo de uma escada: "A criatividade é meu objetivo".

Percebo, que a melhor forma de ser criativo, é acabar com essa complexidade.Simplificar.Como a visão de uma criança a respeito do mundo.

sábado, novembro 03, 2007

Aaaaahhh o verão

Aaahh o verããão, das calças embaladas a vácuo, leia-se, suplex. Dos carrões exibindo-se pela avenida beira-mar. Das praias lotadas, as bundas de fora. Aaaah o verãão, estação de ouro, do dinheiro, das festas, de pouca roupa.

Aaaah o verão, dos surfistas e suas namoradas mega gostosas. Dos motoristas acompanhados de coroas gostosas, e filhas mais ainda. Aaah que verão que demora pra chegar, e quando chega, passa num piscar de olhos. Ah, que droga, vem verão sai verão. Esse espaço de tempo entre o carnaval e o natal me mata. Bom seria se no lugar do inverno houvesse mais um verão. Pena que o solstício de inverno não o permite. Dias mais longos, luz, calor, sol, praia, bundas, tatuagens, piercings, óculos escuros, o maaar. Aaaaah o verão que tanto nos alegra, que tanto nos traz coisas boas. Férias, décimo terceiro, diiias e dias sem trabalhar, indo para a praia, fazendo aquele programinha de índio, pegando o carro e indo conhecer tudo em volta. Aaah, as mulheres tomando banho de sol, topless, frescobol, vôlei, futebol...aaaah o verão que rima com azaração. Os opostos se distraem, e os dispostos se atraem. Sol, mar, cerveja, festas, festas caras, luau na praia, violão, música, carros, som alto. Porsches, Ferraries, Hummers, Lamborghinis, Iates, Lanchas, JetSkis. Hotéis caros, casas gigantes, pessoas bunitas, ricas, famosas, todas aqui.

Aaah o verão, coisas caras, baladas carésimas, shoppings lotados. Meninas exibindo suas pernas torneadas, barriguinhas perfeitas, bronze, peças de prata para fazer contraste com a pele morena. Os meninos exibindo seu ano na academia, suas correntes de prata de 5kg. Poder aquisitivo. Playboys andando com os carros do papai. Garotas com óculos gigantes, lindas, gostosas, poderosas, sentadas ao lado de um gordo, careca, baixinho.

Aaah o verão, de mutias histórias, muitas coisas engraçadas. Acompanhantes e seus clientes em restaurantes, carros, festas. Áreas VIP'S das festas que sempre bombam. As "festas" pós-festa. Carros se mexendo em estacionamentos, entradas de motéis com filas, "casa das tias" lotadas.

Aaaah e o carnaval, que também está no verão. Este dispensa comentários. Carnaval tudo pode, tudo acontece, ninguém é de ninguém, todos estão na pista, ou melhor, na rua, na praia e é pra negócio. Festa 24h por dia, ressacas, muita festa, spray de neve, pessoas, muitas pessoas. Foguetes, bombinhas, polícia, assalto, tiros e perseguições. E ai?

Ai acaba e aquele longo período de dias, semanas, meses entre o carnaval e o natal volta a nos massacrar massantemente, para chegarmos no verão e fazermos tudo em dobro.

by nikieseuboné.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Argentina: 2 anos







Tire os mais chatos da turma, chame os mais amigos do lado de fora do muro do colégio, junte R$ 735,00 para pagar em seis vezes e contrate uma empresa de família argentina para guiá-lo até lá. Está feita a merda. Vinte e sete pessoas, um ônibus, muita cerveja, dinheiro e festa. Com certeza foram 5 dias completamente atípicos para os moradores de Nova Petrópolis que foram viajar. Passar cinco dias enrolando a lingua pra falar castelhano, caminhar caminhar caminhar, fazer festa e passar o dia inteiro no shopping gastando dinheiro e comendo no Burguer King, não é todo dia que se faz.




Agora eu sei como os ricos e milionários sentem-se quando não têm nada para fazer e vão pro shopping gastar dinheiro. Sei tão bem, que na volta, além de dividir o último pacote de bolachas com minha amiga Verena, ainda "ganhei" 15 pesos do Breda pra poder tomar café da manã no Uruguai. É, essa vida de se fazer de rico não é fácil, pouca prática, não sabe o quanto gastar nem no que gastar. Se tivesse pensado na volta, teria lembrado da parada na Aduana Argentina e teria forrado minhas prateleiras com Tequila, Johnny Walker Red e Black, Chivas, Amarula. Assim como o Matias fez.




Bons tempos aqueles que de manhã íamos pra aula, de tarde tomávamos coca na casa do Dé, e eu, sim, ia pro treino de vôlei também. A linha que separa o que nós fazíamos e fazemos hoje é muito tênue ( sempre quis usar essa palavra ). Até a viagem, eu não tinha idéia que vinha morar em Floripa, muito menos fazer uma faculdade que envolvesse cálculos cabulosos e muito menos que estaria me dando bem, pelo menos na faculdade. Muito menos que eu estaria trabalhando, assim como não teria a minima noção que todos do nosso sexteto maravilha, assim batizado pela professora Iria, na oitava série, estariam todos trabalhando em coisas completamente diferentes. Pelo menos 90% das pessoas que estavam na viajem, eu ainda tenho contato, o resto, nem idéia de onde foi parar.




Uma coisa é certa, o dia que ligarmos para aquela agência de viagens de novo e nos identificarmos como a turma que foi pra Argentina em 2005, a véia, esposa do dono cai dura no chão. Mas por outro lado, houve o santo salvador Daniel, filho do casal dono da agência. Que nos colocou nas festas mais legais de Buenos Aires. Por ser mais novo, ele sabia que nós não estávamos lá pra visitar o túmulo de Eva Péron, muito menos o Obelisco, já que nosso hotel dava de cara com ele. Mas tenho certeza que foi naquela primeira parada pro almoço que ele sentiu a que mesmo íamos para aquela viagem.




- Oo tia, tem quantos fardos de latinha de antartica ai??




- Gelados tem 10.




- Beleza, empacota que eu já venho buscar.




No Frigobar era a coca-cola tinha um leve sabor de cevada, mas a cerveja não tinha um gosto de cola. Para desespero da véia, esposa do dono da agência.




- Nón puede ser, estes chicos bebem de mááááááásssss...




Poucos quilômetros antes da divisa com a Argentina, todos bêbados durmindo em suas poltronas, e a única acordada era a véia, esposa do dono da agência, completando seu 3 saco de lixo de 50L com latinhas de cerveja e derivados.




Alguns sem camiseta em baixo de cobertas com movimentos estranhos ao lado de sua parceira (o), outros capotados nas poltronas individuais, outros deitados no corredor, gente discutindo no meio da noite, gente chorando de bêbado, gente de cueca, gente de tudo que era tipo, coisas que só acontecem durante uma viagem de terceiro ano. E no hotel não foi diferente...Gente sendo carregada de colchão e tudo dentro do ônibus, argentinos com putas nos quartos, brasileiros andando de cueca nos corredores, outros aparecendo em filmagens de um filme que ocorria no hall de entrada do hotel, outros vidrados na internet, e outros ainda colecionando rótulos dos mais variados tipos de cervejas. E falando em cerveja, de novo, agora eu sei porque os Argentinos que vem pra cá reclamam tanto da nossa cerveja. Enquanto que aqui tomamos em Long Neck ou garrafa de 600ml a R$ 3,50 mais ou menos, lá eles tomam cerveja de 1L a o equivalente a R$1,20.
Desculpe me intrometer mas eu e o niki combinamos de escrever esse texto juntos.Bem, não dá pra fazer a coisa simultanemente mas a gente tenta algo legal.Embora cada um tenha seu jeito de escrever e seu senso de humor, essa viagem foi muito louca e qualquer um teria vontade de escrever sobre ela.
Lembro nitidamente em minha cabeça, todos os passos.Acordar cedo, pegar o fardinho de Smirnoff Ice, juntar os trapos e ir para a frente da escola.Soltar foguetes.Os pais trazendo os filhos para estudarem e uns loucos bebendo as 7 horas da manhã.Foi só o início.Apenas o momento de espera.
O resto foi o resto.Imperdível para quem estava lá, incompreensível para quem não foi.Acho que isso é a coisa mais louca.Não consigo descrever as histórias de lá.Elas parecem tão simples assim, resumidas em palavras.Não parecem ser tão legais como realmente foram, contadas aqui.
Dois anos, cara.Que loucura.De certa forma, quando fomos para lá a minha única idéia era beber cerveja e curtir.Creio que isso prevalecia na mente do resto da galera também.Mas hoje, aqui, escrevendo e relembrando coisas de dois anos atrás, percebo a grandiosidade dessa viagem.
Era o fim de uma era.O fim de uma época na qual as coisas pareciam difíceis, mas eram fáceis.Um momento em que grande maioria, estava para tomar seu próprio rumo.Um grand finale. Se era pra acabar que fosse estorando a tanga!

Mulheres que dominarão o mundo!!!!

É apenas uma teoria minha.Pode ser até um pouco machista e sexual demais, mas todos sem a sua teoria e essa é a minha.Não tem nada a ver com Freud.Ele era só um tarado que tinha desejo pela mãe e criou uma teoria para que isso fosse justificável.E ainda, ele subestimou as mulheres.

Hoje, quando converso com pessoas do sexo feminino, percebo que algumas mulheres já sabem usar uma variável muito importante a favor delas.Elas sabem, que temos um ponto fraco.Algo que sempre foi considerado poder para raça masculina.Nós temos a nossa "segunda cabeça".Não estou reclamando, gosto de ter meu pinto e de poder usá-lo, mas o problema é que ele as vezes nos torna burros demais.

Quando uma mulher sabe usar sua beleza e sua sedução estamos fritos.Não digo que elas possam se prostituir para conseguir as coisas.Mas se uma mulher insinua algo, que pareça levar ao sexo, nossa segunda cabeça egocêntrica domina o resto, e o homem faz qualquer coisa para atingir o objetivo.

Claro que existem alguns homens que são melhores alvos para elas.Os que tem carro, dinheiro e não são horríveis,são os melhores alvos.Se um cara como eu, vai a uma festa sem dinheiro, provavelmente vai sair mais sóbrio do que entrou,sozinho e com a auto estima lá em baixo.Se uma mulher fizer isso e achar um cara, e for insinuante e sedutora, ela pode sair bêbada e conseguir uma carona pra casa, sem precisar dar um beijor sequer.Só a possibilidade de sexo nos torna vulneráveis e irracionais.

Claro, essas mulheres ainda são minoria, se não, pode ser que um cara como eu seria virgem até hoje.Não tenho carro,dinheiro e não sou um Brad Pitt da vida.Não dá também para colocar apenas o dinheiro.Existem outras maneiras de domínio.Que fazemos e fazemos coisas para elas.Direcionamos nossos objetivos e ações para suprir a necessidade do cara de baixo.Mas se alguém inventasse um curso para formar esse tipo de mulheres, seria decretado o domínio quase que total sobre o sexo masculino.Acho que por isso nós homens,por tanto tempo, reprimimos as mulheres.Mas, elas se deram conta de que são elas que decidem "se abrem as pernas ou não".E isso deixo o homem impotente, porque não é mais DELE a decisão.

O fato de elas decidirem não é ruim.É até melhor.Não consigo me imaginar vivendo com mulheres reprimidas, caladas e sem esse brilho que elas tem hoje.As mulheres sabem ser extremamente lindas de qualquer maneira.Usando apenas um pijama ou um moletom que você emprestou .Mas elas podem usar isso contra nós, sem dúvidas.